quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Explicando devagarinho

Ron Paul tenta explicar ao presidente da Reserva Federal dos EUA a diferença entre capital e dinheiro de monopólio. Bernanke saberá certamente a diferença mas não é isso que abalará a sua convicção de que foi a falta de papel nos anos 30 que criou a grande depressão.

É pena... há melhores explicações.

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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Unidos por arames (II)

O NY Times publica hoje um breve sumário da reunião deste fim de semana da frágil Europa em Berlim onde são reconhecidos os problemas que já tinha referido do leste europeu.

Entre as propostas de regular tudo e mais alguma coisa surge no final, como nota de rodapé e como se fosse da menor importância, a ideia de avançar com um mercado único de obrigações. Seria importante esclarecer alguns pontos:

1) Haverá limites (se sim, quais) para o que cada país pode emitir?
2) Será um mercado paralelo aos mercados actualmente existentes de obrigações individuais de cada país ou vão acabar esses mercados que existem hoje?
3) Em caso de falência de um país emissor de obrigações quem paga?

E já agora... que raio ganha a Alemanha com isto quando já têm as melhores taxas de juro de toda a Europa?

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Quando estes têm problemas...

Afinal o Dubai também era uma bolha... quem diria que a construção no Dubai era um exagero?

The United Arab Emirates’ central bank stepped in to support Dubai after concern increased the emirate will struggle to repay its debt as global financial turmoil pushed up credit costs and burst a real-estate bubble.

Home to the world’s tallest building, most expensive hotel suite and largest manmade islands, Dubai borrowed $80 billion to turn itself into a regional financial and tourism hub. Moody’s Investors Service said in October that Dubai may need help from Abu Dhabi to pay for its debt. The emirate may have to refinance $15 billion this year in maturing loans and bonds, Moody’s said.

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domingo, 22 de fevereiro de 2009

SLV com novo recorde

A quantidade de prata ao cuidado do maior ETF de prata - o iShares silver ETF - bateu recentemente um novo recorde: 250 milhões de onças, ou mais de 7 mil toneladas de prata.

Desde o inicio de 2008 houve um aumento superior a 50% na quantidade de prata guardade nos cofres do ETF... o declinio nos preços da prata não parece ter afastado os investidores.

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Unidos por arames

Desde a mais tenra idade que me lembro de ser bastante desconfiado do conceito de União Europeia, foi sempre uma coisa que me fez confusão mas com o tempo fui aprendendo a viver com ela. Faz para mim todo o sentido a CEE (uma união económica para o bem de todos) mas quando me falam em unir politicamente países como a Finlândia e a Grécia fico desconfiado, quando se fala em colocar no mesmo barco o rigor alemão e o desenrasca português parece-me uma receita muito mal conseguida. Por isso não gostei da criação da moeda única e pelas mesmas razões critiquei Maastritch. Criar um novo governo à imagem dos EUA a partir de Bruxelas e à revelia dos cidadãos (como é demonstrado pelos consecutivos referendos adiados cada vez que o povo ameaça chumba-los) não é apenas arrogante, é também uma estupidez.

Esclareço isso para que o leitor compreenda que parto de um preconceito mas que fique claro que o que vou apresentar em baixo é muito mais grave que qualquer ideia pré-concebida: a ideia que esta união está presa por arames e que a crise financeira veio expor as fragilidades da UE.

Nos últimos anos cometeu-se muita loucura no sistema financeiro. Através dos fundos atribuídos pela UE aos países "emergentes" da Europa de leste estes tiveram um crescimento bastante rápido. Mas os fundos não chegam e como tal foi necessário recorrer ao crédito. Em países como a Polónia onde o Banco Central estava comprometido a ter uma moeda estável para mais tarde aderir à moeda única as taxas de juro podiam ser desagradáveis para quem necessitava de crédito, felizmente a criatividade financeira de alguns bancos permitiu que os cidadãos polacos contraíssem dívidas em moeda estrangeira (como euros ou francos suíços) e assim terem acesso a taxas de juro mais baixa. Claro que ninguém se preocupou em fazer o hedge cambial destes empréstimos (o que é certo eliminaria as vantages) e agora que o Zloty polaco caiu praticamente 50% em relação ao franco suíço dificilmente se consegue pagar a prestação (uma vez que a quebra do valor da moeda em metade implica uma prestação do dobro do valor) isto coloca não só problemas à Polónia como aos bancos estrangeiros que lá operavam e concediam estes créditos e também à própria Suíça que se arrisca a nunca ver a cor do dinheiro que emprestou. As alavancagens brutais que se utilizaram na criação destes problemas só vem agravar o problema.

Não se pense que seja um caso isolado, todos nós sabemos que o BCP se expandiu nos últimos anos para a Polónia mas não foi certamente o único. Muitos bancos gregos por exemplo fizeram o mesmo para outros países emergentes na Europa e o Governo de Atenas já lhes pediu para abandonarem essas estratégias expansionistas - um bom conselho se bem que peca por tardio.

Se virmos as declarações recentes dos governantes europeus nos últimos dias vemos, sem margem para duvidas, que os problemas são muito graves. A Grécia admitiu estar com dificuldades em fazer face aos seus compromissos no exterior, a Irlanda foi obrigada a reduzir o salário dos seus funcionários públicos, a Itália pediu ao BCE a criação de um mercado de obrigações europeus para que fosse possível imprimir notas descaradamente (algo que o BCE está limitado pelos seus estatutos) como se tem feito nos EUA, em Espanha a bolha imobiliária foi provavelmente a maior de toda a Europa e o país ressente-se. Apenas em Portugal temos um ileterado financeiro a governar o país que ainda acha que vai ter financiamento para brincar aos comboios e construir aeroportos.

Os problemas de financiamento destes países está bem patente nos gráficos em baixo para a Irlanda e para a Grécia (fonte).




Em baixo está um gráfico da BCA Research que mostra o risco associado a cada país europeu (alguns fora e outros dentro da zona da moeda única) como se pode ver existem países, particularmente a Irlanda e Portugal, muito próximos do nível da Islândia - um país que, lembro, está tecnicamente falido.



Qualquer um destes países está sujeito a um "evento negro" que pode despoletar um efeito em cascata suficiente para falir um Estado independente. Em Portugal, por exemplo, a falência do BCP seria um evento desse tipo (não estou a dizer que vai acontecer, é uma possibilidade, e para valer 0 já só faltam 65 cêntimos por acção) e noutros países será a mesma situação. Quando nos EUA se fala em bancos que são "grandes demais para falhar" em alguns países mais pobres da UE alguns bancos serão "grandes demais para salvar" porque simplesmente o Estado não terá dinheiro suficiente para cobrir o buraco.

Um evento deste tipo terá obviamente repercussões no resto da UE e a acontecer os líderes de outros países terão que decidir o que fazer. Colocar em funcionamento as impressoras do BCE ou não - prejudicando todos. Devem os estados mais fortes socorrer aos mais fracos ou deixá-los cair? E vão os eleitores alemães suportar a compra de bancos gregos ou irlandeses sem protestar? E de que serve uma união se não há entre-ajuda? Os líderes políticos terão de se confrontar com a realidade: não há um sentimento de união entre os cidadãos da Noruega e da Itália e cada um que resolva os seus problemas (como fez a Irlanda quando sem avisar ninguém garantiu a 100% todos os depósitos dos bancos irlandeses prejudicando países como a Alemanha e a França mas que foi uma medida de emergência necessária que impossibilitou a fuga de capitais para o estrangeiro que estava a acontecer na ilha).

Não é pois de admirar as variações brutais que têm havido na moeda única europeia. Os investidores estão indecisos para onde fugir e na Europa temem o fim da moeda única enquanto cada país volta à sua moeda ou até que as propostas italianas sejam colocadas em prática desvalorizando em muito a moeda. Por outro lado o USD não está livre de problemas o que está a levar a fuga para o ouro (recomendação feita aqui inúmeras vezes) que nos últimos 6 meses já valorizou, em euros, mais de 40% e que tem feito, dia atrás de dia, máximos históricos.



A crise pode ter sido iniciada nos EUA mas não é de descartar a hipótese que as primeiras vítimas estejam do outro lado do Atlântico.

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Crise na California

A crise na California agravou-se e nem a ajuda do Governo Federal é suficiente para haver um volte-face e espera-se que, pelo menos 20 mil funcionarios publicos percam os seus empregos brevemente.

Em video fica um clip de noticias da CBS relatando os problemas para chegar a um orçamento.

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Ainda há bom senso no BCE

“Overly aggressive reductions in our policy rate when we cannot see any risk of deflation would exacerbate and not resolve uncertainty. Those who advise us to go to zero interest rates and then experiment at the zero level are not those who are responsible for the possible consequences,”

- Juergen Stark, governador com acento no Banco Central Europeu.

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Dennis Gartman sobre o ouro

Entrevista a Dennis Gartman sobre o ouro, o dolar e outras moedas.

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Herança aos nossos filhos

É este o resultado das politicas monetárias do século XX, uma herança que não se traduz em riqueza mas em dívida. Os nossos filhos que paguem.



Continua em baixo uma boa e breve história do dinheiro nos EUA.








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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Portugal pode tirar o Mundo da crise

Ou pelo menos é isso que o Professor Fekete comenta na recente entrevista "Como parar a depressão?". Obviamente isto implicaria uma utilização mais racional das reservas de ouro do que simplesmente despejar nos mercados internacionais para tentar travar a subida do metal amarelo.

Citando:
The banks and industry must be recapitalized through the remobilization of the world’s monetary gold that has been lying idle for the past 35 years.

This feat can be accomplished through a plan that may be put into effect unilaterally even by a smaller country such as Portugal, which I shall use here as an example. Suppose the Mint of Portugal is opened to the unlimited coinage of 5 gold. The standard gold coin weighing one ounce, 9999 fine (bearing no denomination) would be paid out by the Mint to the bearer of the same quantity and quality of gold (a modest seigniorage charge may be made to cover the cost of minting).

The Bank of Portugal must by law tariff the standard gold coin at a value
to lower than that of its gold content as determined in the open market. In other words, the monetary value of the standard gold coin must be adjusted upwards every time the gold price makes a new high. As an aside I note that at present the Federal Reserve still tariffs gold at $42.22, while in the market gold fetches more than twenty times that amount. This idiotic policy is one of the chief causes of deflation in the world today.

In case the gold price falls, the Bank of Portugal may leave the monetary value of the standard gold coin unchanged, or it may adjust it downwards with a lag. In either case there would be a gold flow to the Mint, and ever more standard gold coins would get into circulation as businessmen take advantage of profit opportunities presented by the favorable valuation of gold in Portugal.

The effect of my plan is that capital will start flowing to Portugal in the form of monetary gold from the rest of the world, but without suppressing the rate of interest. Portugal will be a most attractive place where to invest. It will escape deflation and the disastrous unemployment hitting other countries – except, of course, countries that follow Portugal’s monetary leadership and open their Mint to gold.


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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Mesmo a tempo...

É por estas e por outras que me senti na obrigação de me afirmar capitalista e não liberal.

Deixei alguns comentários no tópico do André Amaral onde são obvias algumas incongruências lógicas no discurso. O resultado é o óbvio: "apanha" dos "liberais", dos socialistas, da esquerda e da direita porque afinal o que defende não é o liberalismo mas sim um "mini-socialismo" (é a 4ª via?) no que apenas posso interpretar como uma tentativa de compromisso entre o que seria ideal e aquilo que temos.

Demonstra acima de tudo que ao contrário da sabedoria vigente o compromisso não é a forma de agradar a todos mas, bem pelo contrário, o caminho para a frustração de todos os intervenientes.

Basta imaginar um comunista a partilhar uma ilha deserta com um capitalista? A que compromisso poderiam chegar? Uma comuna a part-time? Liberdade para produzir o seu sustento apenas da parte da manhã? A situação seria insuportável para ambos.

É por isso que não me importo nada que me chamem "radical". Em assuntos desta importância (e estamos no fundo a falar da Liberdade de agir do Homem) o compromisso é apenas o caminho mais lento para a auto-destruição.

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Frase do dia


"Precisamos de uma entidade reguladora forte para proteger os contribuintes dos erros do Estado"


- Paulo Portas, no debate parlamentar.

É por este tipo de declarações da "direita" que nunca lhes poderei entregar o meu voto. Quanto tempo será preciso até as pessoas se aperceberem que a unica forma de se protegerem dos erros do Estado é proibirem o Estado de agir naquilo que não lhe diz respeito?

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O anti-plano

Em inglês simples, Jim Rogers explica ao secretário do Tesouro qual é que devia realmente ser o plano para salvar a economia: Let them fail!

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O plano

Timothy Geithner apresentou (se é que se pode chamar apresentação ao conjunto de inverdades e banalidades que nos trouxe) hoje o plano de Obama para "salvar" a economia. Ficam os dois videos em baixo.





Começa por reconhecer o papel dos inovadores e dos trabalhadores na economia, reconhece que houve erros cometidos na interferência governamental na economia... e quando se começa a acreditar que a "luz" tinha chegado à casa branca começa a explicar como vai torrar triliões de dólares que não sáo dele.

E os primeiros minutos prometiam tanto...

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Sou capitalista

Quem é “cliente” da casa sabe que é raro encontrar por aqui politiquices (não vão por aqui encontrar referências ao Freeport, aos casamentos homossexuais, ou qualquer outro entretenimento da nossa classe política). Tudo o que está arquivado neste blog sobre a etiqueta “Politica” refere-se a intervenções do Estado na Economia. Também é raro, embora o tenha feito antes, deixar por aqui grandes textos ideológicos. O blog acaba por ser apenas um sitio onde deixo várias notícias económicas, com a minha interpretação das mesmas, onde tento explicar porque chegámos a onde estamos, que razões nos trouxeram aqui e demonstrar porque é que as propostas que vamos ouvindo são, na sua grande maioria, um garante de uma depressão e não a forma de evitar a recessão. Pelos inúmeros e-mails que tenho recebido, alguns de apoio outros de ódio (confesso que os que me dão mais gozo são aqueles neutros, que não perceberam alguma ideia que tentei passar e que demonstram a curiosidade de aprender mais), penso que o papel do blog tem sido um sucesso e agradeço a todos os que têm feito alguma publicidade ao Inflaccionista e que têm permitido que o bom senso económico chegue a um maior número de pessoas no mundo lusófono.

Depois deste preludio resta-me então quebrar com a tradição, se bem que apenas por breves instantes, e aqui deixar a “minha” ideologia. Numa altura em que o Mundo civilizado caminha a passos largos para o Socialismo assumido, deixando para trás o Socialismo escondido próprio das economias “mistas” ficaria mal comigo mesmo se apenas fosse relatando os males do mundo sem os denunciar.

O titulo da crónica vem de uma breve discussão no sitio do costume em que mais uma vez se colocava os males da crise (e do Mundo) nos liberais ou neo-liberais. Não me identifico com o termo, até porque está denegrido até à exaustão e é difícil saber muito bem o que se entende por esse termo. Por exemplo duvido que até há bem pouco tempo o ex-CEO da Bear Stearns não fosse considerado um liberal apesar de abertamente se queixar de não ter sido salvo pelo Governo. É uma aberração ideológica e como não quero fazer parte rejeito essa “etiqueta” – declaro-me Capitalista. Não porque tenha muito capital mas porque acredito num sistema político capitalista guiado pelos princípios básicos da liberdade do Homem, do direito à propriedade privada e da não intervenção do Estado nos assuntos dos seus cidadãos. Reservo para o Estado apenas o papel de erradicar a violência da sociedade (ou seja, entrego ao Estado um monopólio sobre o uso da violência com a condição de que o Estado não possa iniciar o seu uso mas apenas responder a quem a tenha iniciado) e para isso basta-lhe 3 ramos:

1) Policia (para impedir a gatunagem).
2) Exército (para proteger a nação de ameaças externas).
3) Tribunais (para que Homens possam resolver as suas disputas sem recurso à força).

Estes poderes são delegados ao Estado para que ele nos possa proteger o nosso direito básico: Liberdade. Nenhum homem será verdadeiramente livre se estiver constantemente sobre ameaça física do seu vizinho. Ninguém melhora as suas terras ou fábricas se espera uma horda invasora capaz de destruir tudo por onde passa. Ninguém se pode comprometer a produzir bens se estiver dependente de contractos que não pode fazer cumprir.

Também o direito à propriedade privada (pilar fundamental do Capitalismo) é apenas um derivado do direito fundamental. O Homem só pode ser livre se for o único e total proprietário dos frutos do seu trabalho, tudo o resto é escravidão não interessa se o que o incentiva a entregar o fruto do seu trabalho é a força do chicote ou a ameaça de prisão e expropriação por um qualquer empregado da máquina fiscal – se alguém não tem direito ao fruto do seu trabalho então não é verdadeiramente livre. É por isso que uma economia mista tende sempre para o Socialismo, Comunismo, Fascismo ou qualquer outra espécie de controlo absoluto do Estado: porque não se pode viver “meio livre”. Não pode haver um misto de liberdade e escravidão e quando um ser racional admite que não faz mal entregar o produto do seu trabalho para o bem alheio então está a admitir que pode ser escravizado sem grandes consequências. Da “meia escravidão” à escravidão completa é apenas um pequeno passo ideológico por maior que possa parecer aos observadores contemporâneos.

Foi dito, nessa discussão que mencionei anteriormente, então que as culpas eram do liberalismo (e implicitamente do capitalismo) e que o que faz falta é regular. Por outras palavras, porque é isto que está implícito, a culpa da crise é da Liberdade e a resposta é Controlo. Já desmistifiquei nesta mesma “casa” várias vezes esse argumento mas vale a pena voltar a repetir os pontos chave:

1) O Capitalismo não pode ser culpado pela crise pela simples razão de que o Capitalismo está morto há mais de 100 anos. Quem tomou o seu lugar foi a dita “Economia Mista” popularmente reconhecida como a “3ª via” defendida por Tony Blair ou António Guterres. Seria como acusar D. Afonso Henriques do estado actual da Nação, é certo que o rapaz bateu na mãe e o país começou com um mau presságio, mas passados tantos anos que culpa pode ter ele do que se passa? Passado mais de um século depois da morte do Capitalismo (que aliás só viveu na América e nunca em Portugal) que sentido faz continuar a culpa-lo dos nossos problemas? Porque é que nunca ouvi um desses personagens da comunicação social a culpar a “Economia Mista” pelos males que vivemos? Porque não se chamam os bois pelos nomes?

2) Demonstrei em vários tópicos anteriores (e isto é até reconhecido por vários economistas “mainstream”) que os grandes responsáveis pela situação atingida no final de 2007 foram os Bancos Centrais e as suas politicas monetárias brandas para estimular e abrandar o rebentar da bolha tecnológica em 2001. O Banco Central é uma entidade patrocinada pelo Governo que detém um monopólio sobre a criação de dinheiro. Vamos ver bem o raciocínio: Governo cria o Banco Central. O Banco Central cria problema. E o que propõem para resolver o problema? Que o Governo crie mais instituições para resolver o problema que criaram. Einstein definiu a insanidade como “repetir sempre a mesma coisa esperando resultados diferentes” – é o hospício o local mais indicado para quem propõe estas medidas?

3) A manifestação da crise veio através do mercado imobiliário. É aqui que os críticos do “liberalismo” aparecem aos magotes apontando os dedos à banca “privada” (fica entre aspas porque recentemente vi nas noticias que os Espanhóis sondaram o Governo Português para saber se podiam comprar o BCP… estranha forma de propriedade privada esta que sonda o Estado antes dos “proprietários”). Ignoram (ou fazem de conta ignorar) que mais 70% das hipotecas (medido em dólares e não em números de casas) estavam nas mãos ou eram asseguradas por companhias como a Fannie, Freddie e FHA – tudo empresas criadas pelo Estado. É este o resultado da “3ª via”, morre nas suas próprias contradições. O Estado sobrepôs-se ao mercado e quando falha queixa-se que o mercado não funcionou. Amordaça o responsável pela sua prosperidade e quando vem a desgraça indigna-se de ele não se ter solto e feito alguma coisa. Seria uma tragicomédia não fosse somente a realidade.

Surgiu ainda na discussão que o “liberalismo moderno” devia assentar-se nos ideias da revolução francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. É este o produto do nosso sistema de ensino publico, o contra-senso das suas palavras nem sequer lhe são evidentes, ele quer mesmo dizer aquilo que disse. Igualdade em quê? Fraternidade entre quem?

Somos todos iguais? Se somos iguais porque não produzimos todos muito? Porque uns produzem mais do que outros? Porque precisamos de Edison para inventar a lâmpada quando tantos homens viveram antes dele? E se não somos iguais porque devemos tratar de igual forma um génio e um imbecil? Porque devem ser vistos à mesma luz um industrial e um calão? Os homens são seres únicos, cada um com mais valias diferentes do seu vizinho e é da diversidade que nasce o desejo de cooperar. Só há uma forma de igualarmos todos os homens entre si: reduzirmo-nos todos ao mínimo denominador comum, sermos todos equiparados ao mais incapaz, ao mais ignorante de todos os homens e imaginem que efeitos teria esta política em homens como Edison, Marconi ou Einstein. O que teríamos todos nós perdido se forçássemos estes homens a viver reduzidos à pequenez dos que os rodeavam?

A “fraternidade” é alusiva a “amar o próximo como se fosse nosso irmão”. Porque quereríamos fazer isto eu não sei nem ninguém me explica. Devo amar Stalin como se fosse meu irmão? E Hitler? E Einsten? Se são todos meus irmãos devo guardar um espaço no meu coração para todos eles? Se o meu vizinho é meu irmão e não lhe apetece trabalhar devo eu dar-lhe parte do meu rendimento para que a família não fique reduzida? É preciso olhar para além das palavras, a fraternidade não tem nada a ver com o espírito de cooperação entre homens mas sim de sacrifício. Que nos devemos sacrificar para o bem de outros, que devemos deixar a nossa felicidade suspensa para que outros possam ter alguma. O que acontece quando a felicidade de Stalin só for satisfeita com a minha escravidão? Devo acorrentar-me para o meu irmão? Ninguém me explica.

E então que liberdade é essa que a revolução proclamava? A liberdade de me entregar à felicidade alheia? A liberdade de ser reduzido ao mínimo denominador comum? Alguém se admira que o resultado da revolução tenha sido o governo de Napoleão?

Comparemos esses princípios franceses com os princípios da independência norte-americana: “Cada homem tem certos direitos inalienáveis como a vida, liberdade e a busca da felicidade”. Atentemos bem nas palavras de Jefferson. O homem tem direito apenas à “busca da felicidade” se a encontra ou não é algo que apenas pode ser ditado pelas suas acções. Imaginemos que cada um de nós tinha direito à felicidade independentemente das nossas acções, se a minha felicidade dependesse de passar o dia na praia e comer marisco todas as noites alguém teria de se sacrificar para me proporcionar este estilo de vida. Seria inconsistente com os dois primeiros princípios: Vida e Liberdade.

Porque a vida não foi feita para agradarmos aos outros e porque não há liberdade na servidão. Os pais fundadores da América bem sabiam do que se defendiam depois de tantos anos sob o poder de um império comandado à distância de um Oceano. O Governo foi feito para proteger as pessoas da violência de criminosos e exércitos estrangeiros e a Constituição foi escrita para proteger os cidadãos da violência do Governo. Vale a pena pensar nisto e comparar com outras democracias em que manda a lei do mais forte, onde 51% da população pode escravizar os outros 49% apenas porque são a maioria. Democracias actuais onde finalmente alguns perceberam que podem votar para si os proveitos dos cofres públicos, apenas para isso precisam de convencer uma parte significante da população que é do seu interesse ou que também terão direito a uma parte dos cofres. Democracias que nada mais são que a ditadura da maioria, em que as pessoas são avaliadas não pelas suas capacidades mas pelo tamanho do seu grupo, do seu sindicato, da sua ordem profissional, da sua empresa…

Na constituição Portuguesa, por exemplo, a saúde é um direito inalienável. Depois forma-se uma coisa chamada “Ordem dos Médicos” e cria-se um cartel chamado “Associação Nacional de Farmácias” e a partir daqui basta apenas que estas duas organizações cresçam em números suficientes para votarem para si os privilégios que quiserem e visto que a saúde é algo que todos têm direito (quer façam alguma coisa por isso ou não) alguém vai ter de sustentar todos estes custos inerentes. E se suportar esses custos for um peso tão grande que torna a nossa vida infeliz? Se nos mergulhar numa carga de trabalho reminiscente da idade média? Se nos fizer conviver com uma carga tributária apenas comparável a um assalto à mão armada? Então esse é o custo da democracia e dos direitos inalienáveis que o Estado decidiu decretar, saúde, educação, sustento (não é algo para o qual temos que trabalhar, é um direito) ou o que mais lhes vier à cabeça. A vida, a liberdade e a busca da felicidade são vitimas fáceis quando se trata de tão nobres direitos como os da nossa constituição.

Para concluir queria apenas partilhar a minha convicção profunda de que o sistema político actual está a chegar ao fim. Apesar de transmitirem ignorância na sua escolha de palavras a elite mundial sabe muito bem o que diz e sabe fazer a análise do que se passou tão bem, até melhor, do que eu. Estamos agora num caminho claro para um sistema político onde a maior parte das decisões passarão por um órgão central que só poderá degenerar em Socialismo, Comunismo ou Fascismo. Pensem no que isto implica para cada um de nós, esclareçam quem genuinamente acha que entregar um pouco mais de poder sobre as nossas vidas não faz mal nenhum e até pode ajudar e partilhem a mensagem. Entre a Liberdade e a escravidão, a hora da escolha aproxima-se.

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Corrida à banca no século XXI

Depois de ter aqui trazido a noticia de que o sistema bancario britânico esteve a poucas horas do colapso a meio de Outubro, ficam as declarações surpreendentes de Paul Kanjorski (Democrata) de que uma silenciosa corrida à banca ocorreu nos EUA a meio de Setembro.

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Frase do dia

The United States and the United Kingdom stand on the brink of the largest debt crisis in history.

While both governments experiment with quantitative easing, bad banks to absorb non-performing loans, and state guarantees to restart bank lending, the only real way out is some combination of widespread corporate default, debt write-downs and inflation to reduce the burden of debt to more manageable levels. Everything else is window-dressing.


- John Kemp, Guardian

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10 contribuições

Robert Murphy também está no espirito de ajudar o novo presidente dos EUA. Por isso escreveu 10 recomendações que os Economistas que seguem a escola Austríaca implementariam se lhes perguntassem alguma coisa (aqueles tipos que previram esta embrulhada toda mas que são completamente ignorados).

Aqui fica o link.

E sobre as propostas de Obama? Fica um pequeno excerto...
If an allergic man has been stung by a bee, I don't know what to do except rush him to the hospital and maybe scour the cupboards looking for Benadryl. But I'm pretty sure drawing blood from his leg, in order to inject it into his arm and thus "stimulate his immune system," is a bad idea on numerous accounts

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A 3 horas do colapso

O Daily Mail reporta-nos o dia em que a banca inglesa esteve a 3 horas do colapso.:

City Minister Paul Myners disclosed that on Friday, October 10, the country was 'very close' to a complete banking collapse after 'major depositors' attempted to withdraw their money en masse. The Mail on Sunday has been told that the Treasury was preparing for the banks to shut their doors to all customers, terminate electronic transfers and even block hole-in-the-wall cash withdrawals.

Only frantic behind-the-scenes efforts averted financial meltdown.


[...]

'There were two or three hours when things felt very bad, nervous and fragile,' he said. 'Major depositors were trying to withdraw - and willing to pay penalties for early withdrawal - from a number of large banks.' The threat to the system was so severe that the Bank of England was forced to contact RBS's creditors in New York and Tokyo to persuade them not to withdraw their funds, but it is not known which other banks faced a run on their reserves.

[...]

Ruth Lea, economic adviser to the Arbuthnot Banking Group, said last night that it was 'highly irresponsible' for Lord Myners to reveal the scale of the problems because it could serve to further wreck already fragile levels of confidence.

'We are not out of the woods yet,' she said. 'I fear for Barclays, after the fall in its share price, and Lloyds has been damaged by the HBOS takeover.'

She added: 'If it was panning out in that way, then the Government would have had no choice but to step in and nationalise the entire financial system.'


Problema resolvido ou adiado? Você decide!

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Estimulos...

Estimular o consumo é o ultimo mantra dos politicos à volta do Globo. Aqui no Inflaccionista já sabem que sou homem para ajudar quem mais precisa, e como não gosto de ver os politicos atrapalhados seguem as minhas soluções para a crise:

1) Nacionalizar (o que resta) e fechar as empresas de transportes.
Resultado: Estimular o consumo de carros, motociclos, bicicletas e combustíveis

2) Proibir o mais rapidamente possível o despedimento individual e/ou colectivo
Resultado: Estimular o emprego, todos sabemos que isto é um problema grave para milhares de familias que pode facilmente ser resolvido por decreto. Adicionalmente deve-se também proibir a falência, não vão esses tipos que são ricos (se não o fossem não tinham empresas) pensar que só porque abrem falência que deixam de sustentar as pessoas. Em tempos de crise temos que ser solidários.

3) Aumentar os impostos alfandegários (UE incluida)
Resultado: Estimular o consumo de produtos nacionais. Ninguém precisa dessas estrangeirices que para aí andam de qualquer das maneiras.

Os argumentos expostos, que facilmente serão interpretados pelos meus leitores como irónicos, longe de serem tomados como absurdos nos corredores do poder são apenas variantes do que realmente lhes vai passando pela cabeça.

"Estimular o consumo" é uma das maiores parvoíces que andam agora na moda como a solução para todos os males. Devemos perguntar a nós mesmos se é necessário estimular mais o consumo de comida em Africa e se é por essa razão que não há mais plantações agriculas. O Homem nasceu para consumir, ainda mal acabou de nascer e já pede para consumir leite. Vai crescendo e vai querendo consumir berlindes, cromos e bicicletas... mais tarde um carro e uma casa. Eu em concreto não tenho nenhum problema em consumir uma bela posta mirandesa com uma batata a murro, o problema é mesmo produzir a dita visto que não tenho muito espaço na sala de jantar.
Mas para quem governa o mundo produzir é muito fácil, a chatice é que ninguém quer consumir... esses malandros, se não podiam ir ali ao banco e pedir um empréstimo de 30 mil euros para comprar um carrito.

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O meu politico preferido...

É claro o singular Ron Paul. O único que trazia realmente alguma mudança à América (infelizmente é branco, portanto para se notar a diferença tinha que se ouvir o que ele dizia) foi candidato à presidência dos EUA derrotado por John McCain nas primárias.

“Quando os Governos agem fora da lei, incentivam os indivíduos a fazer o mesmo”. Fica o seu discurso sobre a sua visão da América politica e económica:

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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Três pecados de Greenspan

Está a fazer anos que Alan Greenspan abandonou o comando da Reserva Federal, o posto que alguns consideram o 2º mais poderoso do mundo (a seguir ao presidente dos EUA). Para comemorar o aniversário Tim Iacono foi buscar ao seu baú uns artigos que tinha escrito em 2006 sobre o reinado de Greenspan. Relendo 3 anos mais tarde pode-se dizer que os artigos "envelheceram" bem e provam realmente que não é preciso ser doutor para percebermos onde estamos e porquê, basta ter olhos na cara.

Deixo-vos então com os 3 pecados:
1) Ignorar a subida de preços
2) Curvar-se à vontade de outros
3) Promover uma cultura de dívida

Mas Greenspan também nos deixou uma prenda. Quem sabe o tenha feito de propósito fiel aos seus principios objectivistas de juventude ou simplesmente talvez o tenha feito porque é um homem diferente e recusou tudo o que antes defendera sobre o papel moeda, o ouro e a liberdade individual.

De qualquer das formas a prenda está a caminho: A ruína do dinheiro fiduciário.

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Reykjavik no Tâmega?

É a pergunta deixada a Gordon Brown...

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