segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cenários deflacionistas (IV)

A primeira vez que aqui falei nos cenários deflacionistas foi para falar na visão não só de Fekete mas principalmente de Robert Pretcher que ele detalha no seu livro Crash Proof. O principal motor da deflação, segundo Pretcher é a psicologia. No que toca ao cidadão comum isto traduz-se na falta de vontade de pedir emprestado para consumir (ao contrário do que vimos, principalmente, na última década) o que impede os bancos de expandirem as suas massas monetárias mas o cidadão comum não é o único a contribuir para este ambiente deflacionário, Pretcher afirma que serão os próprios governos a passar legislação nesse sentido. Ora, todos sabemos como os principais governos andam demasiado ocupados a imprimir notas ultimamente, como é possível alguém pensar que irão os principais inflacionistas contribuir para a deflação?

É um contra-senso mas é assim mesmo, se os políticos soubessem o que andam a fazer provavelmente nunca teríamos os problemas que tivemos, como não sabem de manhã imprimem notas e de tarde passam legislação contra imprimir notas como se pode ver na proposta de lei de Obama para o sector bancário:

The White House wants commercial banks that take deposits from customers to be barred from investing on behalf of the bank itself—what’s known as proprietary trading—and said the administration will seek new limits on the size and concentration of financial institutions.

Sendo que certamente vai atingir muito mais os mercados accionistas e de obrigações (eu ficarei estupefacto se o mercado de obrigações não tiver uma excepção) não é de ignorar o efeito de spill over nos "bens de mercearia".

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