sábado, 31 de janeiro de 2009

IOUSA - Versão curta

O filme é do ano passado e já aqui tinha sido falado. Fica uma versão curta do filme (1 hora) que conta com as presenças de Alan Greemspan, Warren Bufett e Ron Paul.

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726

É o novo máximo histórico do ouro cotado em Euros... a moeda nascida da perfeita união politica dos Estados membros e da clareza de objectivos comuns parece enfrentar algum cepticismo por parte dos investidores.

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Esclarecimento

Surgiram algumas dúvidas, sobre uma frase que utilizei na FAQ dos mercados livres. Disse algo como "vejam como o sistema desenhado pela "Nova Economia" de Keynes e Friedman nos trouxe até onde estamos hoje..." havendo alguma confusão de como é que eu consegui juntar Keynes e Friedman na mesma frase e criticar os dois.

Penso que Keynes será fácil de ver para todos, foi o "pai" do intervencionismo que guiou as políticas de FDR durante a grande depressão e apesar de ter demonstrado que estava errado nos anos 30 nem por isso os políticos do século XXI demonstram ter aprendido qualquer coisa com a história e continuam a persistir no erro.

Como junto eu Friedman neste raciocínio que era defensor de uma menor intervenção do Estado na economia? Simplesmente eu não me estava a referir às ideias de menor intervenção de Friedman, este famoso economista foi o "pai" de uma nova teoria económica: o Monetarismo. O sentido da minha frase deve ser então "vejam como o sistema desenhado pela "Nova Economia" baseada no intervencionismo e monetarismo nos trouxe até onde estamos hoje...". Friedman devia pois, até porque identificou bem os problemas das experiências monetárias dos bancos centrais, ter denunciado o sistema de centralismo bancário e ter deixado ao mercado o papel de regular a oferta/procura de moeda. Em vez disso, infelizmente, dedicou-se à formulação matemática de modelos que teoricamente iriam reflectir a quantidade de moeda que um banco central deveria emitir ou retirar do mercado... o resultado está à vista - não se pode dar a um homem o poder de imprimir dinheiro e esperar que ele não o use.

Não retirando nenhum mérito às ideias que Friedman tinha sobre a separação da economia e do Estado é de lamentar que não tenha levado essas ideias até à esfera de influência do Banco Central.

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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

CFPF e Obama

A fundação Center for Freedom and Prosperity fala sobre os estimulos económicos da administração de Obama neste vídeo e compara com outros estímulos anteriores.

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Crises e crédito

Uma perspectiva histórica das várias crises americanas e a tentativa de re-inflar a economia através da criação de moeda e crédito.

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domingo, 25 de janeiro de 2009

Uma breve historia da Fannie Mae

Anda por aí gente a espalhar o mito de que a Fannie Mae (uma das empresas que mais contribuio para as hipotecas subprime nos EUA) era afinal de contas uma empresa privada (a culpa nunca é do Estado).

Fica aqui uma breve história da Fannie Mae para se perceber como, tão pouco tempo volvido, já se branqueia a história ilibando-se o papel do Estado e culpando o mercado por todos os males do mundo.

Dois excertos:
1954: Fannie Mae becomes a "mixed-ownership" corporation owned partly by private stockholders.

2001: American Dream Commitment® (ADC) is launched. It is a ten-year, $2 trillion pledge to increase home ownership rates and serve 18 million American families. The project is based on a six-point plan consisting of the Mortgage Consumer Rights Agenda; the National Minority Home ownership Initiative; the Opportunity for All Strategy; the America's Living Communities Plan; eHomeownership; and the Affordable Rental Housing Leadership Initiative.


Parece que para alguns "mixed-ownership" quer dizer que quando corre bem é devido à iniciativa do Governo e que quando corre mal a culpa é do mercado.

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sábado, 24 de janeiro de 2009

Peter Schiff no WSJ

Peter Schiff escreveu esta semana um artigo no Wall Street Journal sobre Obama e a Bolha. É bom ver o progresso dos media americanos, se há dois anos o gozavam agora já tem direito a artigos extensos em jornais da especialidade.

Vale a pena seguir o link para o artigo completa mas fica um cheirinho:

Barack Obama has spoken often of sacrifice. [...] What he might have said was that the nations funding the majority of America's public debt -- most notably the Chinese, Japanese and the Saudis -- need to be prepared to sacrifice. They have to fund America's annual trillion-dollar deficits for the foreseeable future. These creditor nations, who already own trillions of dollars of U.S. government debt, are the only entities capable of underwriting the spending that Mr. Obama envisions and that U.S. citizens demand.

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Small Change...

Obama já tomou posse, é tempo de mudança, ou talvez um pouco mais do mesmo.



Via Insurgente

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

FAQ dos mercados livres

Tudo começou com um texto, escrito pela própria mão da Reserva Federal Americana, em que é argumentado que não só um banco central deve intervir nos mercados que achar convenientes mas como deve esconder ou ofuscar essas intervenções que pratica do público em geral através de medidas que vão desde a simples criatividade contabilística à mentira descarada. Daqui evoluiu para uma troca de opiniões sobre a inflação e agora sobre o intervencionismo. Escrevo um texto longo porque nem só pelas minhas ideias vale este artigo, é preciso compreender – com muita clareza – o que defendem os que pensam diferente e que alternativas apresentam, à custa de quem as querem implementar e com que motivos ou razões. Sem ir mais fundo no primeiro artigo queria apenas fazer notar como as criticas à FED pelo seu comportamento não parecem incomodar mais ninguém excepto a minha pessoa, o que causa lhes indignação parece ser mesmo a minha falta de vontade de inflar a próxima bolha.

Acabam por me ser postas uma quantidade de perguntas que são muito mais do que isso: são uma declaração de princípios daquilo em que o autor acredita. Basta sentir o choque com que tais perguntas me são dirigidas, o tom jocoso das mesmas e os pontos de exclamação que vão surgindo ao longo de todo o artigo. Irei por isso, não só clarificar a minha posição o melhor que posso, como também tentarei demonstrar o pensamento perverso que se encontra por detrás destas questões (em itálico).

Eu confesso que duvidei da sensatez do meu interlocutor ao ler esta afirmação. Mas assumindo a sua lucidez, devo presumir que daqui resulta que para este interlocutor, o Estado não deve conduzir acções de qualquer tipo: nem sequer supply side politics, que os mais fervorosos fãs do livre funcionamento do mercado defendem. Isto é uma versão totalitária do liberalismo economico.

Há várias coisas a atentar nesta frase. Primeiro: o autor não conhece nenhum defensor do mercado livre. Segundo, mais grave ainda: parece conhecer várias pessoas que são a favor das intervenções do estado na economia e que se auto-intitulam a favor do mercado livre – são normalmente estes que dão mau nome ao capitalismo. Terceiro: é de notar também que nesta discussão eu defendo um mercado o mais livre possível do controlo do Estado enquanto o autor pretende exactamente o oposto (que o Estado tenha um peso elevado em várias áreas na vida de todos) e no entanto, as acusações de totalitarismo recaiem sobre a minha pessoa…

o Nuno nega qualquer possibilidade de política social (mesmo assitência média a idosos sem rendimentos)? Assumindo que tudo o que seja abono de família, rendimento social de inserção, comparticipações em fármacos, etc. está excluído. Considera portanto que não há nada que o estado deva fazer para suportar, por exemplo, pessoas com grau elevado de invalidez oriundas de famílias de baixos rendimentos?

Recuso obviamente o Estado Social. Algumas das medidas referidas são altamente prejudiciais à economia e à dignidade humana (pelo menos para aqueles que têm orgulho em trabalhar e em produzir o seu sustento em vez de viver do trabalho dos outros). O rendimento social de inserção desvirtua o mercado de trabalho oferecendo rendimentos em troco do nada. Faz subir o custo da mão de obra e com isso o custo dos produtos finais no consumidor. Aqueles que trabalham são duplamente tributados: primeiro, pelo Estado, para sustentar o subsidio e em segundo lugar para pagar preços mais altos devido às ineficiências que o Estado cria. No meio de uma crise económica um produtor pode baixar os seus custos de produção reduzindo os seus custos em matérias primas (típico das recessões estas baixarem de preço) e da sua mão de obra, numa altura em que há mais desemprego as pessoas estarão dispostas a trabalhar por menos e pode assim o industrial dinamizar a economia por duas vias: ou baixando os preços reflectindo a mão de obra mais barata (beneficiando todos) ou aumentando a sua capacidade de produção contratando mais mão de obra produtiva pelo mesmo preço (reduzindo assim o desemprego e aumentando a capacidade produtiva do país). O Estado ao interferir neste domínio reduz não só a produtividade como aumenta o tempo de duração e o impacto das crise económicas.

Como curiosidade deixo apenas os dados do INE relativos a 2007 sobre o Rendimento Mínimo Garantido: dos 380 mil beneficiários, mais de 180 mil eram jovens com menos de 25 anos.

A comparticipação dos fármacos é outro crime que o Estado promove contra os cidadãos. Dando a imagem que no fundo está a ajudar no acesso aos medicamentos, está no fundo a torná-los mais caros para todos como se torna evidente pelas recentes declarações de algumas empresas do sector. É que acontece que as comparticipações não são iguais para todos. O que o Estado atribui não é uma ajuda aos doentes mas sim um subsidio às farmacêuticas, que impede novas empresas de entrarem no sector e concorrerem em condições de igualdade. Liberalizar o sector (e quem achar que já é livre tente abrir a sua farmácia ou farmacêutica para ver que carga legislativa vai ter que enfrentar) traria muito mais benefícios para todos: doentes e contribuintes.

Sobre os idosos sem rendimentos falarei mais à frente. Para já fica a pergunta no ar: Porque é que pessoas que trabalharam e pouparam uma vida inteira chegam à velhice sem rendimentos e obrigados a viver de esmolas do Estado?

Quanto às pessoas com invalidez, adquirida ou não, terão obviamente que viver da caridade alheia. Mas um azar na vida de uma pessoa não pode causar noutra a obrigação de providenciar pelo seu sustento. Porque temos uma infelicidade não temos um direito automático à capacidade produtiva dos nossos vizinhos que é o que no fundo o que o autor quer fazer passar, recorrendo a casos mais ou menos infelizes (do género que apanhamos nos noticiários da TVI). Quer fazer quem trabalha sentir-se culpado pela riqueza que produziu e fazer com que essa pessoa partilhe com quem não trabalhou (é sempre para os infelizes, mas depois 180 mil jovens com bom corpinho para trabalhar também mamam sem se saber bem porquê). Mas como não acredita no altruísmo das pessoas, a única maneira que tem de providenciar estas riquezas para os outros é por decreto, expropriando as pessoas dos frutos do seu trabalho para as distribuir segundo os seus critérios – e o totalitarista sou eu?

Assumo também que é contrário à emissão de moeda por uma autoridade do tipo Banco Central, é contra a cobrança de qualquer tipo de imposto directo ou indirecto, e defende a privatização total de todos os bens e serviços transacionados na economia? Mesmo em situações de externalidade negativa (ex. as emissões resultantes dos veículos automóveis nas grandes cidades tornam o ar pernicioso para quem anda a pé) advoga que não deve haver uma qualquer forma de reconduzir o mercado ao óptimo social? E no caso dos bens públicos? O problema do free-riding não lhe diz nada?

Os bancos centrais (não sou contra todos os impostos, explico mais abaixo) e as suas politicas estão no epicentro da crise actual (e anteriores) mas isto o autor não diz nem lhe interessa dizer. Para percebermos porque podíamos tão bem viver sem um banco central basta entendermos a alternativa:
Num sistema bancário livre os bancos tomam dinheiro dos seus depositantes e emprestam-no a quem o pedir e o banco achar que tem capacidades de pagar melhor ou mais rápido. Se muitos pedidos de empréstimo chegam ao banco este começa a ficar sem dinheiro para emprestar e só tem uma hipótese: aumentar a taxa de juro para atrair mais depositantes e acabando, também por essa via, por afastar outros empréstimos que já não aceitarão as condições menos favoráveis. Este balanço entre a taxa de juro e o dinheiro disponível é o que regula(va) a nossa vida económica. Acontece que o Estado associou a criação de empréstimos com crescimento económico (porque os industriais realmente pediam emprestado para montar ou expandir a sua infra-estrutura) e vendo aqui uma forma simples de aumentar a sua receita fiscal não gostavam muito da ideia de aumentar a taxa de juro para “arrefecer” a economia. Inventaram então o banco central. Se o banco comercial ficasse sem dinheiro para emprestar já não precisava de aumentar a taxa de juro. Bastava pedir ao Banco Central que imprimia mais umas notas de crédito…

Para ter uma ideia de como este simples facto se traduz na crise de hoje basta imaginar quantos empréstimos sub-prime teriam sido feitos se as taxas de juro revelassem realmente a quantidade de dinheiro no mercado em vez de serem impostas administrativamente por um banco central. Com as taxas de juro a 1% alguém se admira que as pessoas se tenham endividado?

Soma a este a problema o facto de os bancos centrais injectarem livremente na economia a quantidade de dinheiro que quiserem (afinal de contas, basta imprimir as notas ou colocar uns zeros no computador) mas obviamente não poderem fugir da lei da oferta e da procura. Quanto mais dinheiro existe menos ele vale (a riqueza não pode ser medida em euros, tem de ser medida em produtos criados e serviços prestados – se estivesse sozinho numa ilha deserta preferia ter um milhão de euros ou toneladas de arroz?) e aqui pego no ponto dos reformados sem rendimentos. Dependendo da vossa idade olhem para os vossos pais ou os vossos avós, talvez até para o vosso primeiro ordenado. Trabalharam uma vida inteira e provavelmente pouparam quando puderam, mas quando um ordenado era 100 escudos. Guardaram as vossas poupanças em dinheiro e foram vítimas do imposto cobrado através dos bancos centrais: a inflação.

Não somos nós que hoje ganhamos muito mais que antigamente (apesar de na verdade ganharmos dados os grandes avanços tecnológicos recentes) mas simplesmente o escudo (e agora o euro) que perdeu valor. Quem tivesse poupado 20 anos desses ordenados teria hoje menos de 200 euros para a reforma (no total, não como renda fixa)… e admiram-se que os idosos não tenham rendimentos? Primeiro roubam-lhes as poupanças para de seguira extorquirem às novas gerações o dinheiro suficiente para uma reforma para os idosos (claro que isto é depois do Estado tirar a sua parte porque distribuir riqueza tem o seu custo).

O óptimo social desconheço o que seja. Suspeito que seja aquilo que o Estado decidir em cada momento. Hoje o aquecimento global, amanhã a invasão chinesa ou o que mais lhe facilitar a cobrança de impostos para um suposto "bem comum" declarado por meia duzia de iluminados. Vejo muito “social”, muita “comunidade” nestas perguntas… eu pergunto de que serão feitas estas sociedades e comunidades? Não consigo ver neste texto referências ao Homem nem ao Individuo, a não ser para lhe pedirem parte da riqueza que produziu… no entanto, as acusações de “free-rider” são a mim que me calham.

Ademais a lógica da actual crise, em que as famílias não gastam porque não têm dinheiro ou porque têm expectativas de deflação, sem despesa perspectivada não há investimento privado, e os bancos não concedem crédito (situação dos EUA), resultando na paralisia da actividade económica e no disparar do desemprego, em que os manuais recomendam que deve então ser o estado a gastar para promover a retoma, e os autores que citei defendem que se criem expectativas inflacionistas, o Nuno acha que a saída da crise se dá por si própria? O seu argumento passa por continuar a deixar o número de hipotecas disparar, ver famílias a perder um tecto, até que o mercado se reequilibre? Não sugere que se faça nada para regular a concessão de crédito pelos bancos, que no chamado segmento subprime era uma rebaldaria nos EUA, não existindo sequer verificação das condições dos futuros devedores?


Já tinha referido que num sistema bancário livre (que não existe) os banqueiros teriam que aliciar os aforradores a depositarem o seu dinheiro no seu banco através da oferta das taxas de juros. Veja-se, mais uma vez, o que este sistema macabro em que vivemos se tornou nesta frase tão explicita do Carlos. Andam uns malandros a pouparem o dinheiro deles… que há-de ser do sistema? Um sistema feito para consumir o que não temos (o crédito há muito que deixou de ser para os empresários e industriais expandirem ou iniciarem o seu negocio) e os que poupam são achincalhados em publico por não ajudarem a economia (os malandros a terem expectativas de deflação… como se atrevem?).

Juntem o que disse nos pontos anteriores e vejam como o sistema desenhado pela “Nova Economia” de Keynes e Friedman nos trouxe até onde estamos hoje… mas de quem é a culpa? Dos bancos centrais? Dos Estados? Não! É dos bancos que não querem emprestar! E o que é preciso para resolver isto? Regular!

Veja-se como o banco central e as intervenções governamentais criaram todo este problema através das manipulações das taxas de juro. Não vejo o Carlos preocupado em falar da Fannie e da Freddie: empresas patrocianadas pelo Estado que tanto empréstimo mal concedido fizeram – perdão, era para o “ óptimo social” de cada Americano, com ou sem rendimento, ter uma casa . Mas quando tudo nos rebenta nas mãos alguém pensa em mudar o sistema? Claro que não! A solução proposta é mais Estado, mais controlo (temos que ver bem que é que tem tendências totalitárias aqui…).

já agora, pensa também que a falta de regulação financeira capaz não é um problema. Porque segundo diz, o estado não deve regular?

Penso que já será claro para todos, nesta altura, que a falta de regulação foi introduzida pelo Estado. O mercado regulava-se a si mesmo através da taxa de juro. Com a introdução do Banco Central o Estado chamou para si esse papel. Mesmo depois dos triliões de dólares evaporados nos últimos meses ainda há pessoas convencidas que o Estado desempenhou melhor o papel de regulador do que o mercado.

finalmente advoga que o Estado nunca produz nada de valor económico. Como não sei o quer dizer com isso, vou presumir que é valor de troca. Porque assumo que o Nuno dê alguma valor de uso (tenha alguma utilidade) à segurança pública e à defesa nacional, para não ir mais longe?

Mais uma vez o sentido colectivista a surgir. Não há espaço para o Homem em certas mentes, apenas para o colectivo. Para o Carlos não é o soldado nem o policia que prestam um serviço ao resto da comunidade mas sim o “Estado”, essa entidade abstracta, essa tribo a que todos temos que pertencer por decreto. Não cabe na cabeça do Carlos que quem me fornece este serviço é um cidadão como eu, a quem eu (e outros como eu) pago com a riqueza que produzi. O Estado não produz nada, é apenas o colector (e eu sou a favor dos impostos exactamente para sustentar este tipo de serviços e outros como a Justiça propriamente dita) da minha riqueza para a distribuir por aqueles que bem entende, neste caso felizmente seria por alguém que presta um serviço útil e relevante.

Se tiver respostas para isto não hesite em deixá-las aqui. Eu garanto que publico. Mas sabe, é por isto que pessoas como o Nuno nunca hão-de entender a fenomenologia Barack Obama. A proposta da conciliação de posições extremadas não lhe diz nada: você inclusivamente defende o regresso ao padrão ouro!! Por isso, alguém como Obama que seja capaz de advogar melhores salários para os professores do secundário público que se distingam pela sua excelência, ao mesmo tempo que não recusa a possibilida de charter schools, e do próprio cheque-ensino deve-lhe causar arrepios. Porque num mundo em que só há branco e preto, deve ser difícil que a cor da verdade é o cinzento.....


Ficaram as respostas que espero terem sido clarificadoras do que penso e do que quero para todos: mais liberdade individual para cada um, onde possamos criar a nossa riqueza e trocá-la em liberdade pelos produtos e serviços dos nossos colegas Homens. Quanto a Obama não me diz nada em particular, não sou de entrar em manias... pensar que existiria uma mudança de fundo com McCain ou Obama é o mesmo que pensar que Sócrates e Ferreira Leite são alternativa um do outro: no essencial (para eles) estão de acordo, nenhum estaria disposto a voltar aos métodos provados.

Confesso que o que mais aprecio na sua frase são os 3 pontos de exclamação a seguir a padrão ouro(!!!) como se fosse uma insanidade o que eu estou a dizer. O sistema monetário em ouro deu ao mundo uma moeda de comércio aceite nos quatro cantos do globo, fez prosperar o comércio e durante mais de duzentos anos foi garante de estabilidade económica de inúmeras nações. Nas poucas décadas que o seu sistema de papel-moeda tem de idade, atravessámos por depressões e bolhas mais depressa do que alguma vez na história da “Sociedade”. O dólar americano perdeu, desde a criação do Banco Central Americano (FED), mais de 96% do seu poder de compra (porque será que as pessoas não poupam?) e deixou que uma nação que é a maior devedora do mundo tenha controlo livre sobre uns papeizinhos verdes que servem para pagar a dívida. Faço notar mais uma vez que a insanidade é atribuída ao ouro, que tem um valor intrínseco, e não a uns papelinhos que têm o valor aleatório que o banqueiro central lá quiser imprimir.

Sou só eu, ou o Mundo está ao contrário?

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Quanto mais alto voam...

Maior é a queda...


Obrigado à Manuela Godinho por me ter feito chegar este gráfico bem exempleficativo do lixo que circulava nos grandes bancos. Isto sem saber quanto mais lixo está por descobrir...

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Frase do dia

A ideia do imposto escondido [inflação] sobre titulares de rendimentos fixos tem pouca validade quando estamos a falar de valores muito baixos de inflação.

- Carlos Santos, em O valor das Ideias

Ou seja, como roubamos pouco não faz mal nenhum...

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A mão divina

Correndo o risco de depressa o inflaccionista (e sim, hoje em dia escreve-se “inflacionista” mas que posso eu dizer? A classe politica já fez mais acordos ortográficos do que D. Pio fez filhos desde que eu saí da escola) se parecer mais com um fórum do que com um blogue, não posso deixar de opinar sobre os últimos argumentos da tese inflacionista.

Alguns pontos levantados pelo Carlos desde o meu ultimo post:
1) O autor não defende valores para inflação altos (eu tinha referido 30% como uma estimativa por baixo do que seria necessário para re-inflar o sector imobiliário)
2) O autor quer uma inflação “moderada” (não sei o que é isto, vou assumir que sejam 2 a 4 por cento (no índice de preços ao consumidor e não no crescimento das massas monetárias) uma vez que de 0 a 2 por cento costuma ser referido pelas nossas elites como inflação baixa)
3) O autor espera que esta inflação venha (também?) pelo aumento das pressões salariais
4) O autor continua a achar que a inflação vai travar a descida do preço das casas, reabilitar o sector financeiro e puxar toda a economia atrás de si

Se alguma destas premissas está errada agradecia que o Carlos me corrigisse ou adicionasse alguma de que me tenha esquecido, em baixo fica a minha opinião sobre cada uma delas.

1) O cenário que tinha traçado do total colapso do USD e do comércio internacional correspondia a um cenário de inflação alta o suficiente para re-inflar o sector imobiliário. Parece então que tirei a ideia errada, ninguém quer re-inflar nada pelo que percebo pretendem apenas que pare de cair (a diferença é mais semântica do que outra coisa, os efeitos da intervenção são os mesmos apenas acham os defensores da tese que podem fazer isto com taxas de inflação mais baixas do que se tentassem mesmo re-inflar o sector imobiliário para os níveis de 2006).

Vamos esquecer por um momento que estou convicto do colapso do USD de qualquer das formas, com ou sem manipulação, o valor de qualquer papel moeda tende sempre para o seu valor intrínseco: zero. Esquecendo portanto esta minha convicção vamos dar de barato que o USD continua forte e saudável e em nada a sua condição vai contribuir para um pior ambiente de comércio global.

2) Eu também queria ganhar o euromilhões (de preferência em barras de ouro), infelizmente parece que não acerto. Outros há que se dedicam a coisas mais úteis como controlar a economia. Os autores da proposta parece que sabem o que querem, não sabem muito bem é como… alguém deve ter a ideia que uma qualquer mão divina (não a de Adam Smith, essa não faz milagres) vai zelar pelo FED e pela economia e manter as taxas de inflação dentro da banda ditada por um qualquer economista. Quem ler estas frases decerto pensará que Ben Bernanke tem consigo uma consola para utilizar na “Situation Room” da FED, diria o Presidente algo como:

- "Ora deixa cá ver que preciso de mais inflação, deixa carregar neste botão até ir aos 4%. Já esta bom, posso voltar a meter nos 2%. Alguém quer que eu carregue em mais algum botão enquanto estou aqui?"

Obviamente isto é ridículo, não há forma directa de controlar a inflação e basta olhar para o BCE para o comprovar. O BCE tem uma política de manter a inflação entre 1 e 2 por cento… alguém acha que foi um sucesso a actuação do BCE? Sobe taxa, desce taxa… a instabilidade que cria na economia e a inflação nos últimos 12 meses variou mais que um qualquer yo-yo. Ainda assim muitos economistas continuam a achar que podem controlar a economia, complexo de Deus ou apenas a curiosidade normal do Homem que os faz querer experimentar com brinquedos novos (como a impressora de notas) a ver o que eles fazem. Tempos houve em que os prémios Nobel eram atribuídos a economistas pelas constatações que faziam e que ajudavam a compreender o mundo complexo em que vivíamos, hoje esses prémios estão reservados para os mais inventivos.

3) Esta foi a parte que mais me surpreendeu. Não sei se o Carlos sabe ou se ignora que o desemprego nos EUA está em níveis perto do que houve nos anos 30, obviamente isto não se sabe pelos jornais, esses continuam a reportar taxas de desemprego abaixo dos 10% e a compara-las com os 25% que existiam na altura da grande depressão. Convém esclarecer que os métodos de cálculo de desempregados foi radicalmente alterado desde 1930 até hoje, se utilizássemos a mesma fórmula de cálculo para o desemprego que se usava em 1930 o valor real do desemprego nos EUA seria de 16%.

Alguém me explique de onde vão vir estas pressões salariais com este nível de desemprego? Só pode vir de um estimulo governamental para a criação de empregos, por exemplo, na industria de abrir e tapar buracos ao longo do Mississípi. Se o Estado estiver disposto a pagar 100.000 USD por ano a “trabalhadores” desses então eventualmente o sector privado irá ser forçado a aumentar os salários que paga se realmente quiser ter alguém para produzir alguma coisa ou, o que é mais provável, fechará as portas para a falência uma vez que não conseguirá fazer face aos mais altos custos de produção (altura em que provavelmente Obama lança mais um estimulo económico para estas empresas não fecharem).

4) E cria-se todo este dinheiro, para pagar a pessoas não produtivas, para manter as empresas arruinadas pela acção do Estado fora da falência, para manter o sector financeiro a flutuar mais uns meses enquanto a Administração e o Banco Central fazem a sua magia e enquanto esperamos que a Mão Divina coloque a inflação nos 4% (ou será 3.975% ? Isto é como a Fernanda Serrano? O FED consegue arredondar à milésima?)

Como é que isto garante que as casas não continuam a descer de preço? Não faço a mínima ideia… diz por aí que o preço das coisas antigamente era estipulado pela lei da oferta e da procura, como é que mais dinheiro vai estimular a compra de casas e não a compra de petróleo, trigo ou ouro isso ninguém explica. Continua a ignorar o ponto chave: O FED pode criar liquidez mas não pode direccionar essa liquidez, ou seja, vai estimular novas bolhas sem resolver nada.

Claro que, quem já interveio tanto no mercado não se importará de intervir um pouco mais. O FED ou o Governo pode simplesmente começar a comprar casas para as segurar… mas então para quê esta trabalheira toda? Nacionalizem as casas já e “resolvam” o problema.

Conclusão:
Esta tese de Krugman longe de ser uma tábua de salvação é exactamente o espelho do pensamento que nos trouxe até onde estamos agora. A verdade é que houve uma bolha e o mercado está a tentar corrigir os excessos do passado, quanto mais depressa corrigir melhor para todos e mais depressa podemos voltar a um crescimento sustentado… mas o Estado não deixa, as correcções são dolorosas e custam votos e então mexem e voltam a mexer na esperança de evitar o inevitável. No processo levam toda a economia para um buraco ainda mais fundo do que ela estava no inicio.

O que está em causa não é, simplesmente, se a inflação é ou não uma tábua de salvação para a crise mas até que nível deve o Estado intervir ou deixar ao mercado a correcção do problema (já se viu que não deixa de forma alguma). Existem duas formas muito distintas e muito claras de fazer as coisas:
1) O estatismo promovido por Obama (Bush ou McCain seriam iguais) e Bernanke – Este foi o caminho seguido pela União das Republicas Socialistas Soviéticas, estou certo que se pedirem com jeitinho Putin poderá disponibilizar traduções dos manuais económicos que levaram um terço da população soviética a morrer à fome (talvez seja daqui que vêm as pressões salariais).

2) O mercado livre que conduziu a América durante o século XIX. Não nos deixaram manuais de economia mas deixaram a inspiração de Bell, Ford, Wright, Eddison e tantos outros…

Entre Graham Bell e Joseph Stalin… “E agora Obama?” – A escolha é tua.

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ainda os titulos de divida publica...

Deixo um artigo com um olhar bastante atento ao mercado de titulos de divida publica dos EUA, desta vez em inglês. Um pequeno excerto:

The other big culprit in this government bond bubble has been so-called sophisticated hedge funds. They are playing a game of “musical chairs”. They are planning to “ride the wave” while bigger fools buy Treasuries from them. They, of course, hope to get out before the music stops.

When the music does stop, this hedge fund behavior will only lead to everyone rushing for the exits at the same time. As usually happens, most will not get out in time. I continue to maintain the following – I don't care whether a bubble is created by greed or as in this case – fear. A bubble is still a bubble and will end badly as bubbles always do.

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Inflação: A tábua de salvação?

O Carlos deixou aqui nos comentários e no seu blogue a ideia de que a inflação nos vai salvar da crise. Promovendo o seu livro aponta o caminho: O erro é a falta do anúncio de um crescimento monetário fixo: criar expectativas inflacionistas. O défice necessário era menor. Travava-se a desvalorização das casas, repondo confiança nos balanços bancários e facilitando o retomar do crédito. Chicago e Harvard defenderam esta solução.

Só posso assumir que o Carlos tem andado destraido...

A FED tem desde o início da crise tomado medidas altamente inflacionistas, não sabem aliás fazer mais nada. Relembro que o primeiro corte nas taxas da FED foi em Agosto de 2007 numa tentativa de estimular o crédito (uma politica inflacionista objectivamente, o seu sucesso é que já não é tão claro). Estes cortes nas taxas de referência foram-se multiplicando e estamos hoje com uma taxa de referência de 0.25% o que se traduz numa taxa de juro real negativa. Não só a reserva federal tomou estas medidas como as tomou ignorando completamente as pressões inflacionistas da altura ao contrário de outros bancos centrais mais cautelosos, como o BCE, que acabaram (pela força do Euro em relação ao USD) por proteger ainda uma grande parte dos aumentos das matérias primas sentidas no primeiro semestre de 2008.

Mas a FED não se ficou por aqui... os anuncios de injecções de liquidez foram muitos, por todos os bancos centrais, durante o ano de 2008. Penso que ninguém interpretará isto como uma politica deflacionista.

Mas a frota de helicopteros de Ben Bernanke só recentemente (Setembro de 2008) descolou com a impressão massiva de notas e a promessa de quantitative easing e maior manipulação dos mercados para combater os "perigos" da deflação.

Digam o que disserem, nunca poderão dizer de Ben Bernanke que ele não tentou combater a queda dos preços e podem acreditar que ainda tem mais armas para utilizar, a imaginação (infelizmente a dele é fertil) é o limite.

Depois de esclarecida que a politica que o Carlos defende é, afinal de contas, a politica que tem vindo a ser seguida (talvez menos agressiva do que ele desejava) convém perceber porque algumas pessoas vêem (incluindo Obama, Bush, Paulson e Bernanke) a inflação como uma tábua de salvação para a crise. O raciocinio é bastante simples e deverá ser mais ou menos assim:
1) Se nós imprimimos notas, as notas baixam de valor
2) Se as notas baixam de valor os preços sobem
3) Se os preços sobem as casas ficam mais caras
4) Se as casas ficam mais caras o colateral dos bancos passa a ter cobertura real através do valor de mercado das casas e deixam de abrir falência.
5) Se o sector financeiro recupera, o resto da economia vai atrás.

Já aqui falei várias vezes (aliás, o blog é dedicado a isso) sobre os efeitos negativos da inflação. É um imposto escondido sobre quem detém capital, os que pouparam, os que emprestaram e os que estão dependentes de rendimentos fixos para a sua sobrevivência.

O nível de inflação proposto (estamos a falar de valores, no mínimo, de cerca de 30%) arrasaria completamente as pessoas que caiem nas classes que mencionei acima, o custo é enorme.

Além destes custos a ideia está condenada a falhar, vários bancos centrais já tentaram no passado (inclusive o FED) e nunca conseguiram re-inflar uma bolha. Alan Greenspan bem tentou aquando do crash da bolha tecnológica. Tomou medidas inflacionistas na expectativa de re-inflar a bolha nos índices accionistas e falhou completamente. O banco central pode criar toda a liquidez do mundo mas não pode dizer (ao que ainda resta do mercado livre) onde aplicar essa liquidez. O resultado das politicas inflacionárias do inicio da década estão à vista de todos: Uma bolha nas matérias primas em geral e no sector da construção que rebentou em 2007 com os efeitos conhecidos. E as acções do crash e 2000? Essas nunca chegaram, em valores reais, a estar acima do que estiveram na altura do crash... a tentativa de re-inflar a bolha tecnológica não apenas falhou como criou novas bolhas em sectores não relacionados.

De seguida convém esclarecer que a agressividade que se alguns defendem (para a tábua de salvação inflacionista) como a melhor politica inflacionista do FED só pode ser comparada à politica do actual Zimbabwe, esquecem-se completamente dos efeitos que isto poderá causar a nível do comércio mundial.

O dolar americano está, fruto do colapso de Bretton Woods, há 40 anos numa rota de destruição, esteve à beira de ser estinto no fim da década de 70 mas graças a Paul Volcker e à sua politica monetária o USD foi autorizado a prosseguir a sua viagem não apenas alucinante mas também suicida.

O USD é hoje a moeda não dos Estados Unidos da América mas a moeda do mundo. Num acto colectivo de insanidade aquando da ultima falência do governo dos EUA os políticos à volta do globo decidiram atribuir valor a uns papelinhos verdes, sobre os quais não tinham qualquer controlo, em vez de assumirem as perdas que advinham dessa falência estatal. Assim, nos dias de hoje, o USD é o instrumento financeiro utilizado em todo o mundo para criar e extinguir dividas e é utilizado como meio de pagamento, directa ou indirectamente em todo o mundo, civilizado ou não.

A rápida desvalorização do dolar proposta só pode ter um efeito: a completa descrebelização do USD como um meio de guardar valor e efectuar pagamentos trazendo o colapso não apenas do dolar mas de todos os sistemas monetários actuais baseados em papel-moeda (o USD é hoje em dia o papel mais utilizado como reserva dos bancos centrais, evaporando-se a sua utilidade os bancos centrais ficarão sem reservas, veja-se o caso da China que "só" detém 2 triliões de USD em reservas e muito pouca diversificação).

Devido à repugnância que o actual poder tem ao ouro nem este poderia tomar o lugar do USD. O medo da confiscação seria demasiado grande pela parte de quem o detém (FDR ainda é bem recente na memória de todos aqueles que acreditam num sistema monetário baseado em valor em lugar de papeis) e o comércio internacional só teria um caminho a seguir: o colapso

Concluindo, a intervenção desejada no mercado de USD está para chegar, não haja duvidas que nem Bernanke nem Obama têm medo de imprimir as notas que forem precisas para impedir a pseudo-deflação que vivemos (era o que faltava os aforradores ganharem poder de compra), e que não haja duvidas também que a maior intervenção estatal de sempre na economia vai trazer consigo também as piores consequências económicas que o Mundo já viu.

PS: Espero que o meu discurso, tratando o autor dos comentários na primeira pessoa não seja de forma alguma tomada como um insulto e foi apenas assim escrito o texto por maior facilidae e porque afinal de contas estamos na Blogoesfera.

Para quem não sabe o autor dos comentários aqui no Inflacionista é o Professor Carlos Santos, professor de Economia na Universidade Católica o qual não conheço pessoalmente.

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S&P reduz rating da divida nacional

É oficial, se há poucos dias era apenas uma possibilidade, agora é mesmo a sério. A Republica Portuguesa ficou com um rating de A+ depois de ter sido cortado (era AA-) hoje pela agência de rating S&P (aqueles que davam o mesmo tipo de rating a empresas já falidas ou nacionalizadas entretanto) prometendo ficar o crédito nacional cada vez mais caro.

O Sr. Primeiro Ministro que foi tão rápido na mensagem de Natal a dizer que era o responsável pela baixa das taxas de juro não quer também tomar a responsabilidade disto? Se calhar prefere endividar-se mais um bocadinho para o TGV e o Aeroporto a ver se passamos o rating para B- antes de ficar com os louros desta situação?

Nota: Já tinha deixado o aviso no Caldeirão mas volto a fazê-lo aqui. Cuidado com os certificados de aforro como investimento nesta crise, um certificado de aforro é apenas um titulo de divida publica da Republica Portuguesa. É verdade que o Estado, devido à impressão de moeda poderá sempre pagar esse certificado de aforro com o respectivo juro, no entanto o Estado não pode assegurar o valor desse pagamento.

Exemplificando, quem empreste ao Estado 100 Euros com um juro de 2% pode estar assegurado que vai receber 102 euros no final do ano, não há garantia nenhuma que esses 102 euros sejam capazes de comprar 1Kg de arroz na mercearia.

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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A ultima bolha (II)

No seguimento do artigo "A ultima Bolha" deixo o gráfico dos titulos de divida publica dos EUA a 30 anos.

Digam-me lá que eu disto não percebo nada... parece um activo em crescimento sustentável ou uma bolha a fazer "pop" ?

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Pensamento do dia...

"Joint intervention in gold sales to prevent a steep rise in the price of gold, however, was not undertaken. That was a mistake."

- Paul Volcker, Presidente da FED entre 1979 e 87.

Este pensamento fica no seguimento do artigo anterior, em que o Presidente do Banco Central mais poderoso do Mundo confessa que um dos erros da sua politica foi não ter manipulado o preço do ouro numa altura de estagflação económica.

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Como opera um banco central?

Já aqui descrevi em artigos anteriores como actua um banco central como a FED ou o BCE para "regular" os mercados. Nos EUA, o FOMC (Federal Open Market Committee) actua livremente no mercado de titulos de divida publica, e mais reservadamente no mercado cambial, para ajustar o valor do USD e as taxas de juro às politicas que lhe interessam. Torna-se óbvio que só acredita no mercado livre quem não conhece o mercado, quem acha que este sistema tem alguma coisa a relacionada com o Capitalismo é apenas porque levou uma "ensaboadela" ideológica... nenhum mercado pode ser livre quando o mercado do produto (dolar, euros,etc. - dinheiro em geral) que serve para efectuar pagamentos é controlado por meia duzia de tipos que se reunem à porta fechada.

Fica aqui um documento, recentemente desclassificado, de 1961 emitido pela Reserva Federal Norte Americana. Podem também ler esta versão onde tem os comentários de um dos membros da GATA.

O documento detalha a análise da FED sobre como a FOMC podia intervir no mercado de câmbios e como podia minimizar o conhecimento público das suas operações alterando alguns aspectos da sua contabilidade. Relembro que estávamos em 1961, uma altura em que o sistema monetário internacional era regido pelo acordo de Bretton Woods que colocava o ouro a valer $35 USD, directamente convertíveis pelos bancos centrais de outros países.

Claramente começava a tornar-se difícil assegurar a hegemonia do dolar americano (não esquecer que o sistema de Bretoon Woods colapsou uma década mais tarde) e é o propósito deste memorandum interno arranjar formas de manipular o mercado para que as saídas de ouro visíveis dos cofres americanos não sejam sentidas no mercado cambial.

A história mostra-nos que, como é costume, a intervenção do Estado falhou. A mão de Adam Smith tarda mas não falha.

Ficam algumas pérolas do documento:
The basic purpose of such operations [no mercado cambial] would be to maintain confidence in the dollar.

The Federal Reserve Bank of New York has had a number of accounts abroad [...] The BIS account was opened in 1931 in the sum of $10 million.
Este parágrafo é interessante porque, segundo James Turk, o Congresso tinha impedido o Governo de lidar com o BIS (Bank for International Settlements). Uma demonstração clara portanto de que o Banco Central está acima da lei...

Other accounts included those with Iran, Egypt, and India which were opened in our name in order that the Treasury would not be identified with certain transactions.
... e como tal o Governo utiliza o Banco Central para dar a volta a situações mais "complicadas".

Chegamos então à parte da transparència:
Some thoughts should first be given, however, to the question of immediate publicity if foreign funds are acquired in connection with official debt repayment. In all probability, the paying country as well as the United States will immediately announce the payment. Perhaps, however, no mention would need to be made of the fact that some part or all of such repayments did not take the form of dollars.

At present, foreign exchange holdings are included in “Other Assets,” [...] Generally, on the weekly statement of the New York Reserve Bank, “Other Assets” is a relatively small item ranging between $30 million and $100 million. (On the consolidated statement for the System, the item generally ranges between $125 million and $400 million.) Substantial fluctuations in the item (say, $50 million or more) might lead to rather immediate questioning and close analysis would probably reflect foreign exchange dealings with perhaps embarrassing promptness.

There should be some way to avoid this adverse result. Possibly “Other Assets” might be grouped into a broader category so that the net impact of foreign exchange dealings would not be so readily evident.

With respect to forward operations, disclosure could be avoided if such commitments were carried simply as memorandum accounts and thus not be made available in any published data; before adopting such a method, it would be necessary to consider to what extent a contingent liability should be shown.

Repare-se aqui como o FED ignora completamente Bretton Woods, prontificando-se a imprimir dolares que não podem ser cobertos pelo ouro cotado a $35:
A major advantage to be gained by Federal Reserve operations on its own account in the foreign exchange market arises from the fact that the Federal Reserve Bank can create dollars while the Treasury is restricted to the use of funds held by it.

Odete Santos disse recentemente no congresso do PCP que o Capitalismo estava morto... concordo com a senhora mas aproveito para clarificar que além de morto está enterrado. O funeral foi em 1913 com a criação da Reserva Federal dos EUA.

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Uma espécie de padrão ouro...

Se é verdade que todos os dias vemos políticos surpreenderem-nos pela sua falta de honestidade e pura retórica não deixa de acontecer o ocasional momento de lucidez que de vez em quando um atravessa para nos deixar espantados. E espantado foi mesmo o que eu fiquei quando li que um Senador do estado de Indiana veio esta semana propor legislação para uma moeda em ouro que possa ser usada para efectuar pagamentos como se de dólares se tratassem.

É uma alegria para mim ver políticos “mainstream” a aproximarem-se das minhas ideias, mesmo sabendo que a probabilidade de um sistema destes falhar é demasiado grande (historicamente o dinheiro “mau” sempre expulsou o dinheiro “bom” da economia, por razões de facilidade de acesso e pela confusão que é habitualmente feita entre dinheiro e riqueza) continua a ser uma oportunidade fascinante a de mostrar a uma nova geração, que nunca conheceu este tipo de dinheiro, de conviverem com ele no dia a dia. Trará também desafios interessantes a nível da banca e de postos ATM (multibanco) que serão interessantes de ser resolvidos e mais importante que tudo será saber como poderá um cidadão comum converter o seu saldo em ouro (se vai realmente ver o metal ou se vai ter apenas certificados).

Links:
Texto da proposta de lei
Website sobre a proposta

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Gasolina Alta? Jamais!

Manuel Pinho é o mais recente cromo a juntar-se aos protestos contra as gasolineiras por aumentarem o preço dos combustíveis. Para este estado de espirito contribui em muito a comunicação social que há muito deixou de empregar jornalistas para ter ao seu serviço pessoal capaz de transcrever os comunicados de imprensa que vão chegando à redacção.

Assim cabe-nos a nós descobrir a verdade, e agradecer ao Marco António por, no Caldeirão, manter sempre actual o seu tópico sobre os preços da gasolina/gasóleo e a sua relação com o crude.

Obrigado a ele e ficam aqui os preços das ultimas semanas em euros da gasolina e gasóleo nos mercados internacionais (fonte):

Gasóleo:
15 a 19 de Dezembro: 0.277 eur/litro
22 a 26 de Dezembro: 0.244 eur/litro
29 de Dezembro a 02 de Janeiro: 0.263 eur/litro
05 a 09 de Janeiro: 0.302 eur/litro


Gasolina:
15 a 19 de Dezembro: 0.189 eur/litro
22 a 26 de Dezembro: 0.159 eur/litro
29 de Dezembro a 02 de Janeiro: 0.159 eur/litro
05 a 09 de Janeiro: 0.204 eur/litro

Isto são médias semanais dos preços, não interessa muito à GALP se foi atingido um mínimo relativo de anos num determinado dia ou não uma vez que a GALP compra independentemente do preço e não por especulação.

Volto a lembrar que a GALP vende o seu gasóleo a 0.46€ / litro e a gasolina a cerca de 0.35€ / litro ... o resto é imposto mas sobre isso o Sr. Ministro não quer falar, está no seu direito, mas ao menos que se cale em vez de colocar a opinião publica contra uma empresa que já atravessa dificuldades que cheguem devido à conjectura internacional.

As razões para os aumentos são bem claras para quem ler a tabela acima.

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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Governador vai ao Congresso

O Vice Presidente da Reserva Federal Americana (FED) foi hoje ao Congresso para as audiências regulares do Comité para a Banca e Finanças, Ben Bernanke anda em tour pela Europa e delegou o seu dever.

Parece-me que Donald Khon não vai querer repetir a experiência tão cedo...



Afinal o dinheiro foi gasto ou emprestado?

Então o colateral tem ou não tem valor? O que é isto de "nenhum colateral vale zero, só que o mercado não lhes atribui preço". Isto é uma audiência ou um sketch de Monty Python?

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Porque Keynes estava errado?

Será porque o Estado não cria riqueza mas apenas a distribui? Depois de claro, tirar a sua parte...

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A realidade supera a ficção

Fui hoje de encontro a uma carta de Gordon Clark onde ele explica porque recentemente fechou a Clark Foam na California, EUA.

A carta parece um qualquer excerto do romance de Ayn Rand, Atlas Shrugged mas por fim apercebemo-nos que Gordon Clark é uma pessoa real, um inovador na sua área, um industrial que criou emprego a pessoas reais e não apenas um personagem da conhecida filósofa. Para quem já leu ficam aqui algumas referências:

Gordon Clark: Effective immediately Clark Foam is ceasing production and sales of surfboard blanks.
Atlas Shrugged: Quem é John Galt?

GC: The way the government goes after places like Clark Foam is by an accumulation of laws, regulations, and subjective decisions they are allowed to use to express their intent.
AS: Quem não se lembra das directivas patrocinadas por James Taggart? (Ver na carta de Clark o número de agências diferentes que o visitaram).

GC: One supplier moved out of California in one day and was trucking in from out of state. Now they quit altogether.) If this proposed legislation passes it appears TDI will essentially be banned in California.
AS: O fim do centro industrial?

GC: When the Surfrider Foundation was just a Volkswagon Bug and a couple of guys I gave them $10,000 being the seed money to get started. Now the Surfrider foundation is a leading advocate of the storm water runoff legislation.
AS: A forma como o politico profissional encarregue de lobby em Washington a favor de Hank Rearden o trai quando é colocada legislação a votos sobre o seu metal?

GC: Almost $400,000 in lawyers fees and the ex-employee suing Clark Foam got $17,000. The Judge in the lawsuit advised me “this is just the cost of doing business (in California)”.
AS: Sem palavras... o custo de fazer negócios em Atlas Shrugged era ainda mais elevado.

GC: Another owner or tenant cannot use the buildings without bringing them up to current code. This is impossible so the buildings will probably be torn down. There is no sense discussing the issue of permits or using the Clark Foam facility further.
AS: A chama de Wyatt quando destruio o seu campo petrolífero?

GC: Upon founding Clark Foam I began using different foam formulations, processing methods, and equipment than the other blank manufacturers. Today my plant is almost all original designs, built in house by our staff and myself. The small amount of equipment purchased outside of Clark Foam was built to my specifications or modified by me for our unique process. To sum this up no one in the United States or for that matter the rest of the world uses equipment and a process like mine. It is very unique and there was nothing on earth ever built this way before.
AS: Um inovador a ser castigado por taxação e multas? Onde vi isto antes? John Galt? Hank Rearden?

GC: When Clark Foam was started it was a far different California. Businesses like Clark Foam were very welcome and considered the leading edge of innovation and technology. Somewhere along the way things have changed.
AS: Tipica tirada de Ayn Rand sobre os EUA.

GC: The only apology I will make to customers and employees is that I should have seen this coming many years sooner and closed years ago in a slower, more predictable manner. I waited far too long, being optimistic rather than realistic. I also failed to do my homework.
AS: E agora, infelizmente, parece Dagny Taggart quem fala.

Uma vitória para os "verdes" e provavelmente para quem irá comprar o terreno agora abandonado pela sua fábrica, uma perca para quem dedicou a sua vida a trabalhar no que gostava e a fazer com que muitos disfrutassem de um hobby como o surf.

Para terminar queria apenas deixar umas poucas palavras vindas de Francisco D'Anconia quando em Atlas Shrugged faz uma dicertação sobre o dinheiro:
When you see that trading is done not by consent but by compulsion - when you see that in order to produce you need to obtain permission from men who produce nothing - when you see that money is flowing to those who deal not in goods but in favors - when you see that men get rich more easily by graft than by work, and your laws no longer protect you against them, but protect them against you - when you see corruption being rewarded and honesty becoming a self-sacrifice - then you will know that your society is doomed.


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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Pérolas

O Caldeirão, pela mão do Djovarius, traz-nos um artigo que condensa de uma forma bastante educativa os ultimos 40 anos da história económica do planeta e dos seus ciclos de booms & busts.

No artigo que o autor intitulou O longo caminho temos muita coisa que já aqui tem sido escrita mas é sempre bom vir alguém novo explicar com outras palavras e centralizar a informação.

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A ultima bolha

O subtítulo aqui do Inflacionista é “De bolha em bolha até ao estoiro final”… nada mais a propósito que um relatório do Daily Telegraph sobre a única bolha que ainda vive e que aliás se exacerbou em 2008, sendo o único activo, além do ouro, a subir de valor neste ano que passou. Estou obviamente a falar da bolha que vai ocorrendo nos títulos de divida publica, um pouco por todo o mundo mas, especialmente nos EUA.

Apostando na intervenção dos bancos centrais (uma aposta simples, visto que os governadores destes bancos anunciam normalmente o que vão fazer antes de o fazerem) que têm levado as taxas de juro à volta do globo para níveis nunca antes vistos os especuladores e os investidores compraram estes títulos de dívida publica dos Estados (sendo que quando a taxa de juro baixam o preço dos instrumentos sobe). Com as recentes intervenções da Reserva Federal Americana e do Banco de Inglaterra a prometerem Quantitative Easing (mais tarde deixarei aqui um artigo explicativo sobre o tema, por enquanto basta dizer que os bancos centrais alargam a sua manipulação dos preços da divida publica aos títulos de longo prazo quando normalmente apenas o fazem nos títulos de curto prazo para conseguirem inundar o mercado com mais dinheiro “fresco”) no final de 2008 o preço destes títulos de divida subiram ainda mais - de uma forma espectacular (se é que se pode usar esse termo para uma tragédia à espera de acontecer) .

Entretanto, e como menciona o artigo acima, Obama está a chegar ao poder. Já prometeu endividar o país em mais de um trilião de dólares para colocar em curso os seus planos de administração económica e salvamento das suas industrias preferidas. Este dinheiro, não haja duvidas, vai ser angariado através da venda de títulos de divida publica, fazendo assim baixar o preço e subir as taxas de juro.

Adicionalmente, os compradores habituais destes títulos (Japão, China e Europa) estão com os seus próprios problemas. A China comprava muitos destes títulos para poder assim manipular a taxa de cambio entre o Yuan e o dólar americano. Não só o Yuan começa a ter os seus problemas como os governantes chineses começam a questionar-se se vale a pena ter a sua moeda “colada” à americana, estando sujeitos aos juros baixos da FED quando a inflação ainda está em níveis muito altos nos territórios chineses. É natural, até para implementar os seus próprios programas de “estímulos económicos”, que a China deixe de ser um comprador de dívida dos EUA para passar a ser um vendedor. O mesmo se passará com o Japão e eventualmente com a Europa embora talvez a um menor nível.

São estes os factores que, na minha óptica, irão entrar em campo durante 2009 levando a uma forte depreciação dos títulos de dívida publica americana (e por arrasto, toda a dívida estatal) que apenas a FED pode parar através de uma intervenção massiva (ainda maior) nestes mercados com operações de monetização da dívida, ou por palavras mais simples, irão ser imprimidas as notas suficientes para pagar estes títulos de dívida e sendo que esta acção adiará um pouco o rebentar da bolha neste activo a sua consequência será bastantes mais fácil de prever num outro activo que todos conhecemos bem: o colapso do dólar americano – o papel que hoje serve em todo o mundo como a principal (única?) ferramenta para extinguir (e criar) dívida.

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Frase do dia

If we went down that path we would be following a road which starts in Weimar, goes on through Harare and must not end in Westminster and London. That is the great fear that the abolition of that section will bring about.

- Lord James of Blackheath sobre a reforma anunciada do Banco de Inglaterra para facilitar a criação de dinheiro.

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

S&P Pode reduzir rating nacional

Os esforços do Comité Central para o Planeamento Económico Português parecem estar em perigo. Os comboios e aeroportos que o Comité previa para breve e que necessitam de um enorme financiamento externo, visto que dinheiro não temos, podem ser alterados devido ao corte do rating nacional pela agência de crédito Standard & Poor's.

Claro que não significa, para já, que não haverá dinheiro disposto a financiar-nos, apenas que teremos de pagar mais juros mas visto que os empréstimos são a 30 anos é duvidoso que os actuais membros do Comité se preocupem muito com isso.

Mais preocupada estará talvez a banca comercial portuguesa... afinal se o crédito do Estado baixar, para que servem as garantias do Estado? E sem garantias do Estado quem financia a banca nacional?

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Inventário de prata

Pelo preço ninguém diria, mas a prata está cada vez mais popular. O gráfico em baixo do mais conhecido ETF (Exchange Traded Fund) de Prata - o SLV - mostra que pela primeira vez o fundo superou a 7 mil toneladas de prata à sua guarda.

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O Comité Central

As acções do nosso comité central de planeamento económico continuam a fascinar todos os portugueses... ou não, talvez apenas meia duzia que se dão ao trabalho de ir vendo o que se passa.

Impor quotas na produção de leite pareceu-lhes pouco , decidiram então mais tarde que limitar a produção era demasiado enfadonho e seria mais interessante produzir qualquer coisa dando incentivos à industria automóvel para fabricarem algo que ninguém (pelo menos por enquanto) tem interesse em comprar. Ainda na mesma semana que essa medida foi tomada, numa demonstração de coordenação e pensamento único do comité de planeamento económico para Portugal, decidiram aumentar o Imposto Automóvel para se certificarem que ninguém comprava os carros que produziam.

Esta semana porém as coisas melhoraram. O comité central decidiu que os preços dos medicamentos estavam demasiado baratos e que a industria de fámarcos genéricos andava a baixar os preços sem razão aparente (mania de serem eficientes estes tipos dos mercados...) de maneira que o ministério apoiando as restantes empresas farmacêuticas continua a pedir aos contribuintes cerca de 160 milhões de euros para subsidiar estas empresas.

E os senhores planeadores da economia? Digam lá que empresa devo eu montar e a que preços tenho de comercializar os meus produtos para podermos discutir os valores do subsidio...

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Newstopia

Fica o momento de humor da semana para os Australianos com os actores Shaun Micallef e Nicholas Bell a fazerem uma sátira ao Banco Central Australiano.

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Base Monetária (EUA)

Deixo aqui a actualização do gráfico da Base Monetária dos EUA... alguém se esqueceu de desligar a impressora?



A base monetária é a soma do dinheiro em circulação com o dinheiro utilizado para reservas nos bancos comerciais (as injecções de liquidez que ouvimos nos telejornais).

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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Entrevista a Marc Faber



Clique em baixo para ver a segunda parte.




Marc Faber tem um Doutoramento Magna Cum Laude em Economia da Universidade de Zurich.

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Republica das bananas

O Publico noticia hoje que o Banco de Portugal, o BPN e outras entidades bancárias se recusam a enviar ao parlamento a documentação que tinha sido pedida para avaliar o processo de nacionalização do banco.

A expressão "A cavalo dado não se olha o dente" continua pois a não aplicar-se ao sector financeiro. Os contribuintes pagam o salvamento do banco e dos seus depositantes mas a nenhum tipo de informação têmdireito.

A democracia tem destas coisas... 10 milhões de otários roubados e nem um protesta.

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A deflação, a crise e a prata

O índice de preços ao consumidor na zona euro (que como sabem considero como algo bastante diferente da inflação) continuou a abrandar em Janeiro fixando, numa taxa anualizada, em 1.6% devido às pressões deflacionistas da actual crise financeira. A verdadeira inflação, medida como a velocidade a que o BCE imprime notas, essa continua acima dos 8% prometendo problemas futuros bastante graves (mas quem é que liga isso em tempos como estes?)

Gostava de aproveitar esta oportunidade da queda generalizada dos preços e dos cortes de produção para chamar novamente a atenção para o meu metal precioso de eleição: A prata.

A maior parte da produção de prata (cerca de 70%) mundial é extraída como um produto derivado (by product em inglês). Como um exemplo ultimamente bem conhecido temos as nossas minas de Aljustrel que são primariamente minas de zinco mas que quando extraem este zinco vem uma pequena quantidade de prata agarrada que é vendida para cobrir parte dos custos de produção. Por todo o mundo isto acontece em minas de zinco, cobre, ferro e outros metais base com fins industriais sobejamente conhecidos. O que está a acontecer desde o ultimo semestre de 2008 é um autêntico colapso nos preços das commodities como os metais devido à quebra da procura. Muitas minas fecharam por todo o mundo mas no entanto a quantidade de zinco e cobre (entre outros) em armazém continua a aumentar indicando que a procura quebrou mais depressa que a produção levou a parar as minas.

Obviamente a paragem destas minas faz com que uma grande quantidade de prata deixe de chegar ao mercado, acontece no entanto que devido às propriedades da prata que a levam a ser considerada dinheiro por muitos investidores que em tempos incertos como os que vivemos a sua procura não sofra o mesmo destino dos metais industriais. Assim chegamos a um ponto bastante interessante nesta entrada em 2009 com a prata a sofrer uma quebra bastante grande no seu preço comparável aos metais base mas com os inventários de armazém a diminuírem para a prata, algo que não acontece com os metais base.

A prolongar-se a situação actual será apenas de prever que ainda mais minas de metais industriais fechem nos próximos meses colocando a prata com um Outlook muito bullish para 2009.

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Ano novo, vida velha

Começa um novo ano com um novo fôlego para os mercados financeiros, logo no primeiro dia do ano o SP500 conseguio ir a máximos relativos bastante impressionantes para quem esperava um resumo da tendência descendente que nos tem acompanhado deste o ultimo trimestre de 2007.

Nada no entanto, que para já, me faça mudar de opinião sobre o que se tem passado. Também nos anos 30 os índices bolsistas recuperaram quase 50% das quedas sofridas em 1929 para apenas depois atingirem novos minimos. Continuo aliás convencido que o trade que recomendei o ano passado continuará a ser um bom trade para este ano: shortar os índices accionistas e comprar ouro.

Para muitos parecerá que o ouro não fez o que devia no meio de tanta turbulência financeira espalhada pelo mundo, especialmente depois da ida aos $1000 em Março e subsequente queda aos $650. Olhando para 2008 como um todo porém vimos que o ouro estava a 31 de Dezembro 5% acima do que estava a 1 de Janeiro.

Que mais outro produto poderíamos ter escolhido para guardar o nosso dinheiro?

PS: Deixei uma pequena sondagem do lado esquerdo para começar a conhecer melhor os meus leitores. Obrigado a todos os que acompanharam o blog desde 2008 e espero que continuem por cá em 2009.

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