terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A deflação, a crise e a prata

O índice de preços ao consumidor na zona euro (que como sabem considero como algo bastante diferente da inflação) continuou a abrandar em Janeiro fixando, numa taxa anualizada, em 1.6% devido às pressões deflacionistas da actual crise financeira. A verdadeira inflação, medida como a velocidade a que o BCE imprime notas, essa continua acima dos 8% prometendo problemas futuros bastante graves (mas quem é que liga isso em tempos como estes?)

Gostava de aproveitar esta oportunidade da queda generalizada dos preços e dos cortes de produção para chamar novamente a atenção para o meu metal precioso de eleição: A prata.

A maior parte da produção de prata (cerca de 70%) mundial é extraída como um produto derivado (by product em inglês). Como um exemplo ultimamente bem conhecido temos as nossas minas de Aljustrel que são primariamente minas de zinco mas que quando extraem este zinco vem uma pequena quantidade de prata agarrada que é vendida para cobrir parte dos custos de produção. Por todo o mundo isto acontece em minas de zinco, cobre, ferro e outros metais base com fins industriais sobejamente conhecidos. O que está a acontecer desde o ultimo semestre de 2008 é um autêntico colapso nos preços das commodities como os metais devido à quebra da procura. Muitas minas fecharam por todo o mundo mas no entanto a quantidade de zinco e cobre (entre outros) em armazém continua a aumentar indicando que a procura quebrou mais depressa que a produção levou a parar as minas.

Obviamente a paragem destas minas faz com que uma grande quantidade de prata deixe de chegar ao mercado, acontece no entanto que devido às propriedades da prata que a levam a ser considerada dinheiro por muitos investidores que em tempos incertos como os que vivemos a sua procura não sofra o mesmo destino dos metais industriais. Assim chegamos a um ponto bastante interessante nesta entrada em 2009 com a prata a sofrer uma quebra bastante grande no seu preço comparável aos metais base mas com os inventários de armazém a diminuírem para a prata, algo que não acontece com os metais base.

A prolongar-se a situação actual será apenas de prever que ainda mais minas de metais industriais fechem nos próximos meses colocando a prata com um Outlook muito bullish para 2009.

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