Por essa Europa fora os politicos continuam a fazer as suas figuras tristes (a imagem colocada no post anterior poderia ser muito bem de um qualquer conselho de ministros por essa Europa fora). Com a inflação na zona euro a atingir os 3.6% (e no Reino Unido nos 3.8%) Jean-Claude Trichet veio avisar que pode haver uma nova subida de juros para breve para tentar abrandar a inflacção. Fez o que lhe compete... mandatado aliás pelo Parlamento Europeu.
Sapatero, a braços com o colapso da economia espanhola fruto dos excessos da ultima década, não se esquivou ao populismo e praticamente só faltou acusar Trichet de ter causado o pânico nos mercados mundiais... bom, até acusou mas foi dissimulado. O homólogo francês de Sapatero nem se deu ao trabalho de entrar em populismos... mandou emitir hoje mais 660 milhões de Euros em notas de Tesouro (ou seja, o Estado Francês endividou-se em mais 660 milhões de Euros) elevando a dívida pública do país para mais de 5 mil milhões de Euros... o sucessor de Sarkozy que os pague.
É importante que os eleitores percebam que a inflacção é um mal menor para os governos. Estes, quando apertados, podem sempre recorrer a empréstimos e à criação de mais dinheiro para fazer face às dividas mas para a população em geral a inflacção é mais um imposto que se paga e pode ter um efeito devastador no investimento prejudincando assim o desenvolvimento a médio e longo prazo. Com a maior parte dos governantes europeus com mandatos de 4 ou 5 anos convenhamos que não podemos ficar surpreendidos quando o foco das suas politicas económicas são estimular o crescimento através do endividamento para grandes obras publicas (que empregam muita gente) em vez de promover um crescimento sustentado que depois quem vai ficar bem visto é o próximo governo.
Devemos no entanto ficar satisfeitos com a clarividência que os nossos governantes europeus tiveram. Sabendo que são uns inrresponsáveis natos os politicos decidiram, na altura da criação do BCE, dar-lhe independência do sistema politico para que possa tomar as decisões que achar necessárias. Vamos a ver se a pressão das populações não os vai obrigar a dar um passo atrás.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
A culpa é do Trichet!
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