Em baixo fica uma série de 3 filmes (cerca de 10 minutos cada) que são uma apresentação de David Morgan sobre o passado, presente e futuro da prata como um metal monetário e como um metal com várias aplicações industriais.
A apresentação foi feita em Londres na Silver Summit 2008 que já conta com 3 edições. É um bocado longo mas acho que vale a pena para todos os investidores (presentes ou futuros) de prata ou ouro.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Conferência sobre a prata
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Citigroup diz que ouro pode atingir $2000
Segundo o Telegraph, numa nota interna dirigida aos seus clientes o mais recente banco a receber dinheiro do governo para não abrir falência diz que estas medidas podem levar o ouro até aos 2 mil dolares por onça.
O ditado "não morder a mão que o alimenta" não é, claramente, conhecido no seio deste grupo.
The bank said the damage caused by the financial excesses of the last quarter century was forcing the world's authorities to take steps that had never been tried before.
This gamble was likely to end in one of two extreme ways: with either a resurgence of inflation; or a downward spiral into depression, civil disorder, and possibly wars. Both outcomes will cause a rush for gold.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Pensamento do dia...
Não devemos acreditar na maioria que diz que apenas as pessoas livres podem ser educadas, mas sim acreditar nos filósofos que dizem que só as pessoas educadas são livres.
(Epicteto 55-135)
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Queremos um novo padrão ouro
E agora não sou só eu que o digo. Este artigo no Wall Street Journal não é nada de novo em relação ao que se tem aqui escrito, o mais relevante é mesmo que foi escrito por um ex-Vice Presidente do Federal Reserve Bank of Dallas demonstrando que a mensagem começa a chegar a pessoas com uma plataforma e com capacidade de espalhar a sua mensagem melhor que um badameco qualquer num blog.
Fica o excerto:
The economy now confronts deflationary forces. If past is prologue the Fed will concentrate on those deflationary forces for too long and rekindle an asset boom of some kind. The fiscal "stimulus" being contemplated by Congress could be another economic accelerant. If both the fiscal and money stimulus efforts kick in just as market forces also kick in, we're likely to see another unsustainable boom that will be followed by a bust.
The incoming administration must think about that possibility because the timing of boom and bust cycles seems to be shortening. The next bust could come five or six years from now -- or about in the middle of an Obama second term. Should that happen, Mr. Obama would be unable to blame Republicans for the mess and would be tagged as the second coming of Jimmy Carter.
To avoid such a fate, Mr. Obama needs to stop the next asset bubble from being inflated by imposing a commodity standard on the Fed. A commodity standard (such as a gold standard) imposes discipline on a central bank because it forces it to acquire commodity reserves in order to increase the money supply. Today the government can inflate asset bubbles without paying a cost for it because the currency isn't linked to the price of a commodity.
With a commodity standard in place, the government would also have price signals that would alert it to the formation of a bubble. Why? Because the price of the commodity would be continuously traded in spot and futures markets. Excessive easing by the Fed would be signaled by rising prices for the commodity. In recent years, Fed officials have claimed that they cannot know when an asset bubble is developing. With a commodity standard in place, it would be clear to anyone watching spot markets whether a bubble is forming. What's more, if Fed officials ignored price signals, outflows of commodity reserves would force them to act against the bubble.
The point is not to deflate asset bubbles, but to avoid them in the first place. Imposing a commodity standard is a practical response to the repeated failures of central banks to maintain sound money and financial stability. What would be impractical is to believe that the next time central banks will get it right on their own.
Venha outra bolha
O video já é velhinho mas no espirito do blog merece sem duvida estar aqui... onde estará a próxima bolha?
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Seis meses de ditadura
Manuela Ferreira Leite acha que seis meses de ditadura é o que faz falta ao país. Arranjava-se tudo e então, depois desses seis meses ditatoriais, poderia voltar todos à bela democracia.
O optimismo é realmente encorajador... quem é que realmente acha que se resolve um problema destes em 6 meses?
Parabéns Sr. Ministro
O Financial Times elegeu o Sr. Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, como o pior ministro das finanças da União Europeia.
Parabéns Sr. Ministro... despercebido não passou.
domingo, 16 de novembro de 2008
Fenómeno deflacionário
Numa discussão no Caldeirão foi feita a seguinte pergunta:
Um acontecimento que sempre me causou estupefacção é o fenómeno deflacionário.
A minha questao é: se um governo assim o desejar, e poder decidir a sua politica monetária (taxa de juro e emissao de moeda), nao consegue reverter facilmente esta situação?
Tentei responder da melhor forma e aqui fica então o esclarecimento para os leitores do blog
Imaginemos que uma laranja custa 10 euros. Existe aí uns quantos tipos espertos que acham que a procura dos próximos anos vai exceder a oferta e decidem comprar laranjas antes do tempo (através de um qualquer instrumento financeiro, e.g. futuros). Mas nestas coisas usa-se sempre um bocadinho de alavancagem.
Conforme o tempo passa mais investidores aderem à compra de laranjas, ou porque seguem a tendência ou porque tiraram as mesmas conclusões que os primeiros tipos, ou porque simplesmente gostam de laranjas. Conforme se fazem mais compras a crédito (alavancagem) mais se expande a massa monetária que tende a inflacionar o preço da laranja, neste caso não só devido à procura/oferta mas também porque efectivamente há mais dinheiro atrás da mesma produção da laranja.
O preço das laranjas dispara como é óbvio e numa economia eficiente haverá mais agricultores a dedicarem-se às laranjas para aproveitarem melhor o seu capital. Estes agricultores pagarão mais aos seus funcionários para garantirem mão de obra suficiente na apanha da laranja e por aqui começa-se a dispersar o capital fabricado através do crédito na economia real.
Ao fim de algum tempo (uns anitos que estas coisas demoram) a oferta excederá a procura e eventualmente o preço terá de baixar.
O cenário agrava-se porque não só o excedente de laranjas faz baixar o preço como as posiões alavancadas que serão fechadas, seja por opção ou porque o prejuízo da posição a isso obriga. O dinheiro então criado passou a ser destruído e passa efectivamente a haver menos dinheiro a procurar essas mercadorias.
Entretanto os agricultores não conseguem suportar os custos que estão inflacionados, o seu capital real foi também diminuido pelo investimento que fizeram nas terras e pelos salários mais altos com que se compremeteram e como não poderão vender por muito tempo as laranjas abaixo do seu preço de produção sem que abram falência começa por aqui a deflação a entrar na economia real. Reduçáo de produção, emprego, investimento, etc.
É fácil de ver porque é que os governantes preferem a inflação à deflação, mas também não é muito dificil de ver a capacidade destrutiva da inflação quando faz com que o capital seja alocado a industrias que não o deveriam ser, sejam laranjas ou casas de habitação.
É certo que visto que o dinheiro é só papel (ou bits no computador lá do banco) o Governo o poderia fazer reaparecer, mas os mecanismos pelos quais isso se faz é através da dívida publica e levanta-se a questão se será justo que todos os cidadãos fiquem individados como resultado das acções de apenas um pequeno grupo. Mais... o dinheiro pode ser criado mas não há garantias que vá parar à industria da laranja, pode ir parar às maçãs o que além de não resolver o problema das laranjas arriscava-se a criar um problema semelhante numa outra industria. E enquanto isto o capital real vai sendo dizimado e trocado por promessas de capital futuro (dívida) o que é bastante diferente.
Também se pode notar que apesar de o papel destrutivo ser da inflação normalmente é a deflação que leva com as culpas todas pois é apenas quando esta surge que os problemas se tornam visiveis.
sábado, 15 de novembro de 2008
Inflação ou deflação... talvez reflação?
Por onde quer que se olhe nos principais sites noticiosos a deflação está na ordem do dia. Não é de admirar, as baixas significativas nos mercados accionistas, as falências, os investimentos alavancados que tiveram de ser desfeitos, os pequenos investidores que assustados removeram os seus capitais de fundos, as commodities seguiram também o mesmo caminho com o petróleo, prata, trigo e outros bens a descerem, em alguns casos, mais de 60% desde os máximos no inicio do ano.
Estamos então em deflação clara? No imediato será justo dizer que sim, mas como já aqui referi o maior medo dos governos e bancos centrais sempre foi e sempre será um ambiente deflacionário e não um inflacionário. Enquanto a inflação disparava no inicio do ano os bancos centrais em todo o mundo desciam as suas taxas de juro (com a honrosa excepção do BCE que subiu 0,25% a sua taxa de referência) e assim que surgiu a hipótese de deflação começaram todos a cortar as taxas e a injectar dinheiro nos mercados como se não houvesse amanhã. Até o BCE que demorou tanto tempo para reagir à inflação em menos de um mês cortou a sua taxa de referência em 1% e deixando bem viva no mercado a impressão que tem mais espaço e vontade para continuar a cortar... no que diz respeito aos bancos centrais é uma corrida até ao fundo, o objectivo parece ser chegar a 0% apesar de as taxas de referência já estarem por todo o lado abaixo das taxas de inflação.
Estas medidas de injecções de liquidez e redução de taxas de juro são sempre as primeiras medidas dos bancos centrais. Aliás já em 2000 e 2001 manipularam as taxas de juro o suficiente para levar com que as pessoas se endividassem e estimulassem a economia. As compras de casas maiores que as possibilidades das carteiras dos seus donos não foram um problema apenas dos EUA, apesar do menor mediatismo também a Europa aproveitou a era do "dinheiro grátis" que o BCE permitiu no inicio da década para se endividar em demasia sendo Espanha provavelmente o caso mais mediático na União Europeia. Este dinheiro que as pessoas não tinham foi no entanto direccionado, maioritariamente, para industria de construção durante alguns anos, reduzindo o desemprego e fazendo passar a pressão deflacionista que o estoiro da bolha .com tinha originado... como é repetitivo cada vez que um governo tenta interferir na economia para tentar fazer o que ela não quer (em 2000 obrigando-a a expandir quando era necessário corrigir dos excessos) acabam apenas por deferir o problema para o mandato do governante seguinte, normalmente um problema que entretanto cresceu e se torna mais difícil de corrigir.
E é assim que chegamos a 2008, com o estoiro da bolha do subprime construída em cima da bolha da internet temos uma mega bolha para corrigir. Se uma era deflacionária e ameaçava uma recessão esta ameaça destruir por completo o sistema financeiro e uma depressão. Mais uma vez governantes e bancos centrais não estão dispostos a enfrentar as consequências das politicas seguidas nos ultimos 40 anos e preparam-se para novamente deferir o problema para quem tiver o próximo mandato. Estas tentativas são, obviamente, sempre inflacionistas uma vez que consistem em imprimir notas através da emissão de divida publica e quem sabe mesmo sem emissão de dívida se a isso forem obrigados no futuro. Vamos analisar então as principais medidas que foram tomadas até hoje:
1) Baixa das taxas de juro - Esta medida falhou como se pode ver pelo diferencial, que aumentou bastante no ultimo ano, entre as taxas de referência dos bancos centrais e as taxas interbancárias.
2) Injecções de liquidez - Falharam parcialmente. A liquidez foi usada para tapar os buracos que existiam nos bancos, ou seja, ela foi usada mas não da forma que os governantes pretendiam.
3) Nicolas Sarkozy (Presidente Fracês) ameaçou nacionalizar os bancos que não emprestem dinheiro. Ao repararem que a liquidez não chega aos consumidores a expectativa inflacionista vai-se abaixo. É como imprimir muitas notas novas e os bancos andarem a guardarem-nas debaixo do colchão. Não coloca pressão nos preços para subirem. Se os bancos recomeçarem a emprestar dinheiro então não só esse dinheiro chega às pessoas como através do sistema fraccionário permitirá que se multiplique ainda mais o dinheiro trazendo a desejada inflação.
4) Hank Paulson (Secretário do Tesouro dos EUA) tinha 700 mil milhões de dolares para comprar algumas hipotecas dos bancos mais aflitos e assim ajudar a limpar as suas folhas de balanço. Já se apercebeu que embora isso ajude os bancos a não abrirem falência não significa que os bancos emprestem. Mudou então esta semana o seu plano (depois de já ter gasto 200 mil milhões) para passar a financiar directamente os consumidores. Não tenho os pormenores de como isto vai ser feito mas não é liquido que funcione... nada obriga os consumidores a gastarem esse dinheiro em novos bens causando inflação, podem simplesmente pagar a dívida que têm à banca o que mais uma vez impediria o dinheiro de entrar em circulação.
Vemos então que os passos tomados (todos inflacionistas por natureza) têm sido cada vez mais drasticos e que mesmo assim não funcionaram. Porque continuo eu convicto de um cenário hiperinflacionista nos próximos anos?
Porque os governos não vão simplesmente desistir, haverá mais passos a tomar, mais dinheiro a ser queimado, mais radicalismo nas opções tomadas. A minha convicção de que não permitirão uma nova depressão deflacionista (como têm demonstrados pelos passos tomados) anda de mão dada com o cenário de hiperinflação.
Vamos a ver que medidas novas vão surgir nos próximos tempos, talvez um perdão de dívida generalizado, talvez um repricing de certos bens como o ouro, ou talvez a impressão de mais e mais dinheiro até alguém decidir que é altura de o gastar... a imaginação dos bancos centrais e governantes não tem limites.
A escola (IV)
Como sabem a educação é algo que me preocupa e tenho aqui deixado alguns artigos comentando vários episódios educativos mais ou menos tristes umas vezes para os pais e as associações dos encarregados de educação, outras para os governantes e outros membros da comunidade como os alunos e educadores.
Numa altura em que os protestos contra a ministra se ouvem bem alto, que já incluem os professores e os alunos, faltam agora os pais. Penso ter sido com essa intuição que foi criada esta petição bastante interessante. Vale a pena ler e assinar se concordarem.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Mercado negro
Para os que ainda acham que não se passa nada no reino dos metais preciosos tenho andado a compilar dados que mostram que desde Agosto até agora os prémios em prata já andaram (nos principais retalhistas da internet) nesse tempo entre os 20 e os 100 por cento por onça.
Números completamente ridiculos para um mercado que se diz livre, e já chegaram reports da Feira Internacional de Munique onde este fim de semana se negociou a onça de prata a €11.50
Em relação ao preço de fecho de sexta feira nos mercados internacionais isto representa um prémio de 45.94% demonstrando que o problema não é só dos retalhistas aderentes às novas tecnologias, o que se passa neste momento é que há dois mercados, o do COMEX onde a JP Morgan manipula a seu belo prazer o preço da prata com o aval da CFTC e o mercado livre, ou o mercado negro se tivermos em conta que é um mercado que ignora completamente o que os mercados de papel dizem que deve ser o preço.
Messias desceu à terra
Já sabem que sou bastante cínico em relação a Obama, não que pense que McCain fosse melhor simplesmente acho que cada um implodiria de forma diferente a economia dos EUA e por arrasto este "paíszeco" onde vamos passando o tempo.
Mas se há algo engraçado no meio disto tudo é a forma como as massas vêm a eleição de Obama, como se Messias tivesse renascido e voltado a colocar os pés na terra... e não é que se calhar renasceu mesmo!
sábado, 8 de novembro de 2008
Breve História sobre o Dinheiro (I)
Olá a todos,
Já andava a algum tempo com a ideia de fazer isto para o meu blog e hoje decidi, finalmente, colocar mãos à obra.
Assim completei o que espero ser o primeiro de muitos "pequenos" artigos que espero venham a servir para a educação genérica dos que têm interesse por este tipo de coisas. Dei preferência à apresentação de uma forma simples e evitar o uso de termos técnicos uma vez que espero que a audiência seja bastante variada.
Qualquer falha na apresentação ou críticas (construtivas) que me queiram enviar é só usar o e-mail ou deixar um comentário neste tópico. Boa leitura e espero que gostem.
Link para download.
PS: Este primeiro capítulo fala de conceitos básicos, de como surgiu o comércio, das vantagens da divisão e especialização do trabalho e da forma de constituição de preços. No próximo capítulo tenciono abordar a criação da banca moderna, do papel dinheiro, das suas vantagens e do seu lado negro que levou Louis XVI à guilhotina.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Para mais tarde recordar...
Lembre-se de diversificar os seus investimentos: inclua sempre um banco falido no seu portfólio, nunca se sabe quando pode ser nacionalizado a bom preço.
domingo, 2 de novembro de 2008
Um estudo antigo...
When business in the United States underwent a mild contraction [...] the Federal Reserve created more paper reserves in the hope of forestalling any possible bank reserve shortage. The “Fed” succeeded; [...] but it nearly destroyed the economies of the world, in the process. The excess credit which the Fed pumped into the economy spilled over into the stock market—triggering a fantastic speculative boom. Belatedly, Federal Reserve officials attempted to sop up the excess reserves and finally succeeded in breaking the boom. But it was too late: . . . the speculative imbalances had become so overwhelming that the attempt precipitated a sharp retrenching and a consequent demoralizing of business confidence. As a result, the American economy collapsed.
Poderíamos pensar que estas palavras foram escritas para descrever a actual crise... bem pelo contrário foram escritas por Alan Greenspan para descrever a crise de 1929 num seu trabalho académico... 20 anos antes de ele próprio tomar posse como presidente da FED e mergulhar o mundo num novo caos económico através da sua politica de baixas taxas de juro.
BPN Nacionalizado
As nacionalizações começaram nos EUA, alastraram à Europa e finalmente atingem este jardim à beira mal plantado.
Não é nada de inesperado (especialmente para quem acompanha este blog), principalmente por ser o BPN visto que já há mais de um mês se discutia abertamente na praça publica os problemas deste banco. Ainda há cerca de 15 dias a CGD foi obrigada a fazer um empréstimo de 200 milhões para o BPN sobreviver mais uns dias.
Mas vale a pena pensar... é o BPN assim tão grande? Porque não deixar falir o BPN e simplesmente garantir os depósitos através do fundo do Banco de Portugal?
Para quê sobrecarregar os contribuintes já sem dinheiro com mais este fardo? É apenas para sermos "modernos" e fazernos o mesmo que se faz "lá fora" ?
Quando até o banco da esquina é desresponsabilizado pelas suas acções o que podemos esperar quando chegar a vez do BCP, BES e BPI?
E porque é que os portugueses em geral não podem ser desresponsabilizados? Também cometeram muitos erros desde 2000 com o crédito barato... vamos nacionalizar todas as habitações?
Como sempre, os responsáveis que paguem a crise...