quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Regresso de férias

Acabaram-se as férias, foram mais pequenas as minhas férias pessoais que as do blog que a crise a isso obriga (é desculpa para tudo). Chego descansado, com uma corzinha providenciada pelo sol e com um desalento motivado por Hayek e o seu Road to Serfdom, mas ficará para outras nupcias que isto dava um livro.

Por defeito do hotel, que tinha apenas 3 canais em inglês, e por defeito meu que nunca me consigo desligar completamente acabei por passar algumas horas em frente à televisão a ver um canal que não via há muitos meses: a CNBC. Fiquei a saber o que preocupa os media do outro lado do Atlântico: High Frequency Trading, o futuro dos Tax Cuts implementados ainda por Bush e o movimento Tea Party. Partilho principalmente da preocupação pelo movimento Tea Party que aparentemente ganhou mais uma primária em Delaware esta semana mas a minha preocupação é mais no sentido dos que entretanto se inflitraram no movimento. Por razões que desconheço Sara Palin é agora vista como líder do movimento, algo que realmente só pode preocupar.

Chegado a Portugal também fiz algo que não costumo fazer: comprei um jornal. Fiquei a saber que enquanto os deputados do PS continuam a atacar a revisão constitucional do PSD (ainda?) por esta atacar o "Estado Social" a ministra da cultura acabou por reconhecer que "a destruição do Estado Social está iminente" e pelos vistos nem sequer é só em Portugal. O braço de Passos Coelho chega longe. Também lá fora a UE decidiu festejar ontem os dois anos da falência da Lehman Brothers com mais regulação nos mercados financeiros, com particular incidência na dívida soberana... aquela coisa que faz com que o Estado ande a pagar quase 6% de juros para poder pagar ordenados aos funcionários públicos.

Para terminar uma notícia animadora para os que temem que o Islão lhes entre em casa via Turquia. Aparentemente a percentagem dos Turcos que defendem a entrada da Turquia na UE desceu de 74% em 2004 para 36% em 2010. Podem agradecer aos planeadores europeus conseguirem afugentar até os turcos que deviam estar habituados a este tipo de coisas. Quanto menos a UE se torna um mercado livre e mais uma união política não é de estranhar que as pessoas não queiram fazer parte dela. No entanto, por cá, continuamos a vender a liberdade em troca de uns subsidios. Tudo na mesma, as próximas férias terão de ser mais longas.

Sem comentários: