terça-feira, 28 de abril de 2009

A nova contabilidade

O já varias vezes aqui referenciado Professor Fekete decidiu fazer um pouco de necrologia no seu mais recente artigo e fala-nos das contas dos bancos e dos artifícios contabilísticos tão em voga e patrocinados pela administração Obama e pela Reserva Federal Norte-Americana. Numa altura em que os resultados dos bancos e os seus lucros são causa de admiração apenas para os menos informados é um artigo que vale bem a pena ler para se perceber porque é que estes resultados publicados nada mais são que mentiras e o resultado prático de um exercício de “contabilidade criativa”.

Do artigo:
In 2009 we are wondering what has hit our banks. No mystery there. It was not subprime mortgages nor other loose lending practices. The banking crisis is entirely self-inflicted or, more precisely, government-inflicted the origins of which go back almost ninety years: faking balance sheets. That practice cannot go on forever. The day of reckoning comes when capital is called upon to do what it is supposed to do: to tie over the bank during a temporary setback. The kitty is opened, and found empty. Bank capital is gone […] we have a fully-fledged banking crisis on hand, and the FDIC will soon face its first real test since its establishment in the 1930’s. Is deposit “insurance” a myth as suggested by Palyi, designed to mislead the public? There is plenty of evidence that it is.

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Mais um imposto (II)

Através d'O Insurgente o Mentat traz-nos mais um imposto escondido: O certificado energético, algo que realmente fazia falta para impulsionar a economia... em direcção ao abismo.

Do artigo:
Ou seja, com mais este “papelinho” de utilidade duvidosa, o Estado esbulha os contribuintes de mais 533 milhões de euros.

Bem vindos ao 3º mundo

Noticia-nos hoje o Jornal de Negócios que Portugal está, segundo as previsões do FMI, no ultimo lugar, em termos de PIB por habitante, das economias desenvolvidas. Talvez a solução passe por nos começarmos a comparar com as economias subdesenvolvidas, possivelmente ficavamos no Top 10 durante um ou dois anos.

Do artigo:
Portugal deverá cair este ano para a 33ª e última posição no "ranking" de riqueza criada por habitante das economias avançadas, revelam as últimas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Entre 2000 e 2008, Portugal recuou da 18ª para a 32ª posição. Este ano, arrastado pela crise, tocará no fundo, ultrapassado pela Eslováquia, destina o Fundo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Quem tem medo do FMI?

Pouco depois da reunião do G20 em que se andou a debater se o FMI devia ou não vender parte da sua reserva de ouro para fazer face à crise financeira muitos investidores de ouro tiveram medo que isso viesse a suprimir o preço do metal amarelo... se calhar deviam ter mais medo os short-sellers de ouro da China depois desta noticia que avança o Financial Times sobre as reservas de ouro a aumentarem no oriente, confirmando cada vez mais a transferência de riqueza do Ocidente para as terras do outro lado do mundo.

A China, que detém perto de 2 triliões de USD tem todas as razões para recear pelo futuro valor das suas reservas e deve mais do que agradecer ao FMI se decidir vender parte das suas reservas, mais provavelmente vai até oferecer-se para ficar com essas reservas através de uma transacção paralela ao mercado evitando assim influências no preço do ouro que seria desvantajoso para ambas as partes.

Acabar com o banco central

O 25 de Abril também é dia da liberdade para os americanos, pelo menos foi a data que escolheram para organizar uma manifestação contra o Banco Central e pedir a sua abolição ao Congresso.

Houve várias concentrações em vários Estados americanos mas ficam as imagens da concentração de New York e algumas palavras que Peter Schiff deixou aos que participaram.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A crise de 1929 em imagens

O Tiago mostra-nos no seu blog um belo apanhado de algumas foto jornalisticas de depressão de 1929. No mínimo, interessante.

sábado, 18 de abril de 2009

Mais um imposto

Provavelmente é algo que os leitores desconhecem mas sou um adepto da prática de mergulho, não do mergulho no mar nas férias mas daquele mergulho recreacional que levamos uma garrafa atrás das costas para podermos passar algum tempo em sossego com as criaturas marinhas.

Ora o Estado achou que andava muita gente a fazer mergulho em Portugal e que era inaceitável não tirar alguma receita fiscal desta prática, como se o IVA e o IRC cobrado às empresas do ramo (que genericamente falando não são muito abonadas) não fosse suficiente decidiu lançar um imposto individual sobre todos os mergulhadores portugueses criando uma licença especial necessária apenas para portugueses mergulharem em Portugal - num breve momento de racionalidade alguém se lembrou que não era boa ideia extorquir os turistas e limitarem-se aos camelos do costume.

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quinta-feira, 16 de abril de 2009

O que fazem 230 inuteis juntos?

Esta tarde a nossa classe politica brindou-nos com as suas habituais competencias desta vez sobre o sigilo bancários, impostos e evasões fiscais. O levantamento do sigilo bancário foi a estrela dos principais meios de comunicação social mas não necessariamente a mais idiota (apesar de o ser bastante, como se fosse difícil nos dias de hoje alguém que queira fugir à bisbilhotisse do Estado abrir uma conta no estrangeiro).

Saíram também desta reunião magna várias ideias para serem aplicadas em empresas privadas, aquelas empresas que no fundo sustentam o Estado. Como sabem os leitores empresas em dificuldades é o que não falta neste país, felizmente o governo decidiu que era do “interesse nacional” salvar estas empresas geridas por gente que não sabe gerar lucro como se fossem elas a solução para um futuro promissor (pelo menos falências e dívidas promete) para todos. Como o dinheiro está caro e a dívida publica é para ser usada nesses pilares de progresso nacional que são o TGV e o novo aeroporto tem de se ir buscar o dinheiro a algum lado para dar a estes gestores para eles poderem voltar a ter prejuízos e como tal nada melhor que aprovar uma lei que permite taxar os prémios de competência a 75% … como qualquer pessoa com dois dedos de testa terá percebido pelos últimos desenvolvimentos ser competente dá mais trabalho do que beneficio de maneira que o meu conselho a quem tiver essa habilidade é simplesmente que tirem férias até que volte algum bom senso, levem uma mala grande que isto tem aspecto de demorar.

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Nova sondagem

A irracionalidade dos mercados pode durar mais tempo do que a solvência da nossa carteira e como o mercado está a sofrer um dos mais fortes bear market rallys de que há memória é tempo fazer uma nova sondagem sobre o optimismo aqui dos "Inflaccionistas".

Para memória futura ficam os resultados da ultima sondagem, à pergunta "Está exposto aos metais precisos?" responderam 33 pessoas da seguinte forma:

Apenas à Prata: 3 (9%)
Apenas ao Ouro: 5 (15%)
A ambos: 5 (15%)
Não estou exposto: 20 (60%)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Entrevista a Peter Schiff

Peter Schiff, presidente da Euro Pacific Capital e várias vezes mencionado neste blog, deu uma entrevista reventemente ao Gold Report que aconselho todos a lerem.

Do artigo:
Investors need to act quickly and take charge of their financial destiny. We’re facing the largest redistribution of wealth through inflation.

The hardest hit will be the savers and investors who will see their savings wiped out if they are kept in U.S. dollars. Dollars will be stolen from the savers to pay for these huge government-spending policies—for health care, education and the bailout.

I would divest U.S. dollar assets into physical precious metals, other currencies and equities outside the United States, and focus on companies that own real things that have a demand.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O profeta

“O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!”

Eça de Queirós, 1871

sábado, 4 de abril de 2009

Brinquemos ao faz de conta

Peter Schiff escreveu um novo artigo sobre as novas regras contabilisticas para os bancos onde eles podem fazer de conta que até tiveram lucros.

When elementary school kids want to escape the confines of their circumstances they pretend to be pirates, princesses, and Jedi knights. Now, with the relaxation of "mark to market" valuation rules announced yesterday by the accounting trade's self-regulatory body, our bankrupt financial institutions can escape their own reality by pretending to be solvent. The unraveling of our fairytale economy over the last few months has not yet convinced us that the time has come to put away childish things. [...] The imaginative conceit that lies behind the accounting change is that the toxic assets polluting bank balance sheets are not really toxic at all. They are in fact highly valuable assets that for some irrational reason no one wants to buy.



Wall Street tem adorado esta ideia e outras aberrações como o G20 e as subidas parecem imparáveis, o medo parece desaparecer. A minha convicção? Quando a mensagem dos profetas reunidos em Londres passar a realidade voltará, ninguém vai investir em bancos com contabilidade "criativa" sem saber que raio eles valem e o mercado lá irá continuar a sua queda.

Mas por enquanto, brinquemos ao "faz de conta" com Peter Schiff.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cenário inflacionista

Na sequência dos cenários deflacionistas que aqui tinha deixado há poucos dias recebi alguns e-mails pertinentes sobre as leituras que recomendei e sobre a posição que tomei, nomeadamente a parte em que eu digo dos autores “não me convencerem completamente dos seus argumentos”. Depreenderam alguns leitores, correctamente, que continuo a favorecer o final desta crise num estoiro hiper-inflacionário em oposição a uma contracção deflacionaria histórica. Ambos os cenários são válidos e como o ser humano é um ser capaz de livre arbitrio ainda há opções a tomar sobre que caminho tomará o colapso da expansão de crédito.

Primeiro que tudo convém esclarecer que esta crise é deflacionária por natureza. A sua origem é clara no crescimento exponencial de crédito (ou massa monetária) desde os anos 90. Chegados a 2007 com uma situação insustentável em que o grande publico simplesmente não conseguia absorver mais crédito dá-se uma contracção. Os devedores começam a entrar em incumprimento do pagamento das suas dívidas, os bancos retraem-se quando chega a altura de fazer novos empréstimos e aqueles que fazem aumentam o seu preço (taxa de juro / spread) reflectindo a maior percepção de risco no mercado.

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Prata - Anomalia no mercado? (V)

O comissário da CFTC, Bart Chilton, enviou um e-mail hoje em respostas a várias perguntas que têm sido feitas pelos contribuintes americanos à investigação em curso no mercado da prata que tinha falado aqui há dois dias.

Segue em baixo a resposta completa do comissário e novas perguntas de Ted Butler.

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