domingo, 7 de junho de 2009

CMVM e o mercado de analistas (II)

Achei melhor criar um novo tópico para responder ao Henrique porque a caixa de comentários do tópico anterior já vai longa. O Henrique tinha dito:

"Nuno, a CMVM não criou um problema a si próprio, a CMVM tal como a SEC ou outros organismos reguladores (dai o nome) foram criadas pelos governos para regular, e isto é um assunto que tem/deve ser regulado pois é muito mais abrangente do que possa parecer."

E aqui discordamos completamente. A CMVM não tinha nada que regular quem tem poder de opinião sobre dada empresa, ao chamar a si esta responsabilidade cria analistas de 1ª e analistas de 2ª (os que não são reconhecidos pela CMVM) e depois tem que criar um gabinete de tecnocratas para deliberar sobre quem tem que estar na 1ª ou 2ª categoria. Eu não sou contra a entidade reguladora, sou contra estas funções da entidade reguladora. A entidade reguladora está lá para prevenir e punir crimes de mercado não tem nada que se meter num oficio que pode muito bem ser feito pelo mercado.

Aliás o próprio Henrique admite que o mercado funciona:
Há serviços que compilam polls de estimates que eles próprios tem os seus critérios, e se não gostarem de uma casa de research nem os contabilizam nas suas polls.

Se queres que te diga, até acho que tenha sido o caso aqui, ou seja, a Lisbon Brokers começou a ser ignorada em algumas polls, e só depois a CMVM "acordou" para o caso.


Ou seja, a CMVM não regulou nada, foi o mercado que o fez ao começar a eliminar a LB dos seus serviços. A CMVM foi atrás para mostrar trabalho que claramente não é seu (ou não devia ser seu). Ou seja, se o mercado não gosta de determinada casa de research pode ignorá-la completamente se não o faz muitas vezes estará relacionado com estar à espera que a CMVM o faça porque a si chamou esta responsabilidade deixando os participantes no mercado complacentes e confiantes numa entidade que diz regular esta actividade.

É uma solução pior, menos produtiva e mais cara para todos. Eu não me interessa a qualidade das análises da Lisbon Brokers para nada, pelos vistos ao Henrique também não interessam porque as critica bastante mas afinal o Henrique podia contratar um serviço em que eliminavam a LB das contas (eu deixo só uma ressalva aos restantes leitores do blog que acho muito má ideia investir com base em médias de números dados por vários analistas) não sei se o fez ou não mas teve essa oportunidade.

A CMVM cria um problema a si própria bastante grave no sentido que mais cedo ou mais tarde lhe vai escapar um caso grave tal como o BPP e BPN passaram ao largo da entidade reguladora do sector e quando chegar esse dia que vai acontecer? Os pequenos investidores terão toda a legitimidade para esconder as suas perdas atrás da responsabilidade da CMVM que falhou e lá vai ter que o Estado se chegar à frente como aconteceu no caso dos bancos onde em vez de deixar afundar a incompetência foi dar falsas esperanças a um conjunto de depositantes que agora passam os dias a correr atrás do ministro. O ministro bem pode dizer que a responsabilidade não é dele e chutar para os accionistas mas se isso é verdade porque é que o Estado se meteu ao barulho? Ao envolver-se no problema não pode agora chutar para canto tal como a CMVM não o poderá fazer quando as coisas lhe correrem menos bem.

Não pode nem nunca poderá estar em causa a quantidade de viagens que a Sara fez ou deixou de fazer para elaborar as suas análises, é ridiculo e subjectivo. Nada indica que a qualidade seria melhor se a analista tivesse feito 1 ou 1000 viagens. Se começamos a entrar por aí então o orgão regulador nada mais é que um aparelho de leis esparguete podendo implicar com quem quiser porque não fez as N viagens que o regulador acha que é necessário ou porque o assistente tirou o curso numa faculdade não reconhecida pela CMVM ou qualquer outra coisa estapafurdia. Num país onde todos se queixam da corrupção convém pensarmos bem se é este tipo de poder que queremos colocar nestas entidades.

Eu compreendo perfeitamente porque é que o Henrique acha que esta função pertence à CMVM, até percebo que o Henriqe durma melhor à noite sabendo que assim é feito em Portugal. Apenas não podia estar mais em desacordo.

11 comentários:

Unknown disse...

Boa Tarde Nuno,
Antes de mais não foi nunca minha intenção fazer prevalecer a minha opinião sobre este assunto e muito menos fazer o Nuno mudar de opinião, só penso que o assunto poderá estar a ser visto talvez de um prisma um pouco leve ou generalizado ou sem total conhecimento do mesmo nem dos seus contornos.
Em termos gerais, o Nuno está a tratar este assunto como se tratasse apenas de um caso de direitos de liberdade de informação pública, ou de impedir que o mercado trabalhe livremente, quando estamos claramente a falar de outro assunto.
Parece-me muito importante conhecer alguns aspectos para se puder abordar o tema de forma critica como o Nuno está a fazer, esses aspectos, entre outros são:
1- Conhecer e lidar com o tipo de informação de que estamos a falar, nomeadamente notas de research e as polls de analistas e entender a sua aplicabilidade prática

Aparentemente, pelo que foi escrito penso que o o Nuno não utiliza de todo este tipo de informação nem está familiarizado com ela visto que se dedica a outro tipo de analise.
Está de alguma forma a compara-lo com análises de 1ª e analises de 2ª quando nada tem a ver com isso, trata-se de análises certificadas e analises não certificadas.

É importante referir, sublinhar e acentuar que não se está a falar de opiniões, estas são livres e existem com fartura, estamos a falar de research, caso não se entenda as diferenças é impossível sequer abordar o tema, mas pelo que o Nuno escreveu, referiu-se sempre a opiniões ou mostrou confundir os conceitos.

2- Conhecer obviamente as notas de research em causa emitidas pelo analista e casa de investimento em causa.
Pelo que disse no outro tópico, o Nuno não conhece o research em causa.
O Nuno ao dizer o seguinte:
Não pode nem nunca poderá estar em causa a quantidade de viagens que a Sara fez ou deixou de fazer para elaborar as suas análises, é ridiculo e subjectivo. Nada indica que a qualidade seria melhor se a analista tivesse feito 1 ou 1000 viagens.
Não está a entender o meu propósito nesta referência, obviamente que a forma como escrevi isto é subjectiva, isso não está em causa, só quis mostrar exemplos do que é expectável que um departamento de research faça no desenvolvimento do seu trabalho. O trabalho de research implica trabalho de “campo”, trabalho esse que não foi feito. Se me perguntar a diferença entre 1 viagem e zero viagens, claramente ficaria mais seguro sabendo que de facto houve alguém na LB que pelo menos se deslocou à empresa (como não foi o caso)… é isso que está em causa, e isso não é subjectivo Nuno.

...continua

Unknown disse...

3- Conhecer o método de funcionamento dos canais de informação especializados nesta informação para institucionais.

Penso que o Nuno também não utiliza habitualmente estes canais de informação nem está de alguma forma a compreender totalmente como funcionam.

Por outro lado ao dizer:
que acho muito má ideia investir com base em médias de números dados por vários analistas
O Nuno está a demonstrar total desconhecimento sobre este tipo de informação ou sua devida utilização, ela não é sequer destinada aos investidores individuais, mas sim aos institucionais ou investidores profissionais. Se alguém investe com base numa “média” de analistas está obviamente a cometer um erro nem é para isso que elas servem, estes dados tem como principal utilidade servirem de input em modelos complexos de análise fundamental desenvolvidos por cada profissional e não em serem o output da decisão de investimento.
Da mesma forma que um analista técnico utiliza diversos indicadores na sua análise, o analista fundamental faz o mesmo, cada uma destas estimativas deve ser vista como tal.

Imagine que não podia confiar nos indicadores do seu software de analise técnica, e tivesse de os conferir a ver se estavam a ser bem calculados, o seu objectivo como analista não é esse. O que se está aqui a ver não é se o Nuno vai comprar ou vender com base num desses indicadores, mas se os indicadores estão bem calculados.

4- Conhecer e entender o papel de uma entidade reguladora dentro do seu campo de acção.
Parece-me também que o Nuno poderá não estar a ver este ponto pelo prisma correcto, no seu novo tópico optou por responder a 2 pontos por mim lançados, e ignorou talvez os mais importantes e esses é que talvez merecessem resposta.
Os exemplos que dei no outro comentário parece-me correctos, mas pode-se referir mais uma vez de outra forma:

Se o Nuno vai a um Banco depositar o seu dinheiro, espera que esse mesmo banco seja de confiança e que o seu dinheiro esteja lá seguro.
… No entanto pode depositar o seu dinheiro na Dona Branca (não certificada) ou recorrer aos agiotas do Casino para empréstimos.

Se o Nuno vai a um Restaurante comer uma refeição, espera que a comida lá preparada não esteja contaminada nem tenham baratas na cozinha.
… No entanto pode comer uma refeição numa barraquinha da Feira (não certificada)

... continua

Unknown disse...

Se o Nuno vai a um Hospital para ser operado, o mínimo que espera é que os médicos cirurgiões sejam habilitados para o trabalho e o Hospital tenha condições mínimas.
… No entanto pode optar por ser tratado por um Feiticeiro com técnicas de bruxaria numa qualquer garagem dos subúrbios.
No caso especifico das casas credenciadas para efectuarem Research (e é necessário entender o que significa Research que é muito diferente de “opinião”), o Nuno quer utilizar dados que tenham implicado um estudo, exaustivo, profissional, imparcial, idóneo e responsável sobre o objecto de análise.
… No entanto pode optar por milhares de canais não certificados disponíveis.
Mais uma vez, a CMVM não criou um problema, pelo contário resolveu um problema, e obviamente que regulou, só ela tem poder para o fazer nestes casos. A LB tinha sido eliminada de um canal, no entanto não tinha sido eliminada de todos.
Aqui o exemplo, seria um restaurante ter sido mal aconselhado pelo guia Michellin, e depois a ASAE ter lá ido confirmar que havia baratas na Cozinha, o Guia Michellin não tinha poderes para fechar o Restaurante mas a ASAE tem.
Se querer menosprezar a sua opinião, confesso que não sei até que ponto o Nuno está suficientemente por dentro de todos estes 4 aspectos para tecer uma critica tão radical sobre os mesmos ou pelo menos sem dar uma janela de abertura sobre o tema em questão.
Também eu sou totalmente apologista do free market, free banking, free everything, mas para isso ser possível só existindo entidades reguladoras em campo, mesmo que mal regulados mais vale isso do que totalmente não regulados.

Saudações bolsistas!

peço desculpa pelo tamanho da resposta, não cabia num só post

Nuno Branco disse...

A questão que eu defendo aqui é uma questão de principio e como tal é completamente desnecessário conhecer qualquer research da LB ou de outra casa qualquer.

A questão de principio é que a CMVM chamou a si um monopólio sobre a certificação dos analistas e como tal tem o poder de decretar o que efectivamente são analistas de 1ª e de 2ª através dos seus tecnocratas.

Todos os exemplos que dás são de exemplos que funcionam igualmente mal e onde há monpólios estatais ou carteis organizados (como a ordem dos médicos) e portanto são também casos mais ou menos deficientes (apesar de hoje em dia já haver algum poder de escolha de hospitais ao contrário do poder de escolha que há em entidades certificadoras de analistas).

O que eu disse e continuo a achar que tenho razão é que a CMVM chamou a si uma função que pode muito bem ser executada pelo mercado. Ao não o fazer sai mais caro a todos, impossibilita alternativas a quem se sinta descriminado pela CMVM e sujeita-se a um grande problema quando algo correr para o torto debaixo da sua alçada arrastando todos os contribuintes consigo.

Nuno Branco disse...

Já agora, eu quando compro sapatos também estou à espera que a sola não se desfaça no dia a seguir. É de um enorme transtorno se isso me acontecer e eu tiver que passar o dia descalço.

Milagre dos milagres desde que nasci nunca tal me aconteceu e ao que apurei não existe nenhuma entidade reguladora da qualidade das sapatarias... quem diria que a "mão invisivel" levaria a que as sapatarias vendessem sapatos com um minimo de qualidade? ;)

Unknown disse...

Nuno,

Escapa-me aqui alguma coisa, não foi em primeiro lugar a CMVM que chamou a si essa tarefa, foram exactamente os contribuintes, aliás, a CMVM não chamou a si nada, ela foi criada pelo governo em representação dos contribuintes que lhe imputou essas obrigações.

Nem estamos a falar só da CMVM, mas de todas as suas congéneres. A SEC faz exactamente a mesma coisa (e farta-se de fazer mesmo), assim como a CVM no Brasil, ou a CNMV em Espanha e por esse mundo fora.

Se fizeres uns searchs, irás ver que este tipo de actuação é pratica mais do que corrente em todos esses mercados, e não é um caso isolado da CMVM ou de Portugal.

Nem tudo se resume à hipotese de escolha dos consumidores. Nem eu nem tu queremos ter de escolher entre um restaurante onde és envenenado e outro onde sobrevives, nem hospitais onde és operado por veterinários ou outros onde és operado por cirugioes qualificados.

O teu processo de escolha deverá ser feito entre entidades que prestam serviços qualificados, de entre essas escolhes as que melhor te servem. Não é suposto a tua escolha ser feita fora desses parâmetros para teu próprio bem.

O papel das entidades reguladoras, é dentro do possível fazerem essa filtragem ao serviço dos consumidores.

Falas da CMVM e dos tecnocratas a escolherem que análises servem e quais não servem... mas o que é a CMVM senão um monte de tecnocratas a fazer esse tipo de decisões, não só sobre entidades credenciadas a fazer análises, mas a bancos credenciados a prestar serviços bancários, ou empresas credenciadas de serem negociadas em bolsa, e N outras credenciais.
Obviamente que tudo na CMVM é feito por tecnocratas, é o trabalho deles, é para isso que existem e que os criaram.

Não foram eles que chamaram o monopólio seja do que for a eles mesmos.

Se não fizerem esse trabalho, não estão pura e simplesmente a fazer o trabalho deles.

Unknown disse...

Esse exemplo dos sapatos é um bom exemplo embora não possas comparar as consequências de comprares uns sapatos maus com as consequencias de teres uma intoxicação alimentar, de perderes todas as tuas poupanças, ou de um fund manager de um fundo de pensões fazer opções erradas com dinheiro das reformas de milhões de pessoas.

E claro que existem entidades a credênciar os fabricantes de sapatos, por alguma coisa existem protocolos ISOxxxx e existem garantias de produtos.

Tu podes comprar uns sapatos numa marca credênciada e ter a certeza que se o produto for de má qualidade que eles te dão outros ou que tens uma garantia. Também podes comprar na loja dos 300 ou na feira e correr outros riscos.

O mundo não é tão caótico como o estás a fazer :)

E caso não saibas, tens direitos como consumidor, não estás assim tão à mercê dos vigaristas como possas pensar.

Nuno Branco disse...

Isso é semantica Henrique. Só porque o Estado o fez não quer dizer que os contribuintes o pedissem (quantos contribuintes há que nem sabem que a CMVM existe?)

E só porque é feito assim num lado não quer dizer que seja bem feito. Eu acho que o Banco Central devia ser abolido (pelo menos nos moldes actuais) e não há nenhum país moderno que o tenha feito... o que não faz automaticamente que a minha posição esteja errada.

Tu achas que se o SNS fosse privatizado que iria haver um surto de veterinários a fazer transplantes cardíacos, eu acho que provavelmente não só isso não iria acontecer como também os custos com a saude iriam reduzir (no somatório da Nação).

São visões diferentes do que é o Estado (ou o que poderia ser) e as potencialidades do mercado como regulador.

Nuno Branco disse...

E desculpa mas eu como comerciante de sapatos posso aderir ou não às normas ISO.

Como vendedor de análises de mercado não tenho essa escolha (pelo menos sem me restringir o acesso a um elevado número de clientes).

Unknown disse...

Nuno,

Então vamos tentar sintetizar algumas ideias:

- O teu problema/critica não é (posso concluir) contra a CMVM mas sobre a sua existência em primeiro lugar (tal como existencia do BC ou de outros organismos reguladores).

Posto isto, penso que então o titulo do artigo está talvez mal direccionado para este caso especifico, porque pela mesma lógica poderás criticar toda e qualquer actuação da mesma, visto que não acreditas no propósito da sua existência.

Em relação às normas ISO, exactamente, talvez este seja o exemplo perfeito !!!

Não é obrigatório aderires às normas ISO, mas se aderires e quiseres ter um "carimbo" ISO-xxxx tens de cumprir as especificações dessa norma ISO.

E para que serve isso? para que quem compra produtos ISOxxxx ter uma grantia que pode esperar determinadas caracteristicas desse produto.

O que aconteceu aqui, foi exactamente isso... a LB queria ter um carimbo "ISOxxx" sem cumprir os regulamentos dessa mesma norma... e a CMVM actuou.

Estava-se a vender gato por lebre.

Claro que podes vender análises e ter até muito maior exposição publica do que uma casa de investimento.... quem é o publico das casas de investimento? são instotucionais que pagam milhares de euros por mês para ter essas análises e researchs...

Tens milhares de publicações online e off-line que não são analistas qualificados e que vendem os seus serviços, não os vendem é como serviços credenciados.

CNBC TV, Jim Cramer, Montley Fool, Decision Point, milhares de sites de bolsa, magazines de mercados, jornais economicos, etc, etc... todos eles tem MUITO mais publico que as casas de investimento. Apenas não vendem gato por lebre e tem normalmente disclaimers dizendo exactamente isso, que não são credenciados e que o leitor não deve tomar decisões de investimento com base neles.

Ao contrário, as casas de investimento, tem outro tipo de disclaimers, e especificam exactamente o contrário, ou seja, que o leitor DEVE seguir o que eles estão a sugerir nos seus researchs.... dai terem de ser credênciados para o fazerem.

saudações !

Nuno Branco disse...

Ok, então vamos lá esclarecer isto.

1) Eu não sou contra a existência da CMVM, eu favoreço a existência da CMVM como uma força "policial" para tratar casos de burla, inside trading, etc. nos mercados de capitais.

2) Da mesma forma o Banco Cental pode continuar a existir desde que não seja monopolista sobre o preço do dinheiro.

3) Se calhar isto tudo resume-se à leitura (ou à forma como foi escrita) da noticia. A informação que foi passada é que a CMVM proibiu a LB de emitir notas de research, colocaram-nos de bico calado a um canto e nem emitam um piu senão vamos ter multas.

Eu não me oponho por si que a CMVM tenha um carimbo que diga "esta análise é de qualidade". O que me oponho é que a CMVM seja a detentora do unico carimbo no mercado nacional. Idealmente (para mim como é obvio) a CMVM não teria carimbo nenhum e haveria várias entidades privadas com carimbos diferentes cá fora.

Voltando ao exemplo das ISOs que os fabricantes podem ou não aderir muitas destas certificações (ou "carimbos" continuando na nomenclatura anterior) são criadas por entidades privadas, normalmente até concorrentes uns dos outros para haver um mínimo de padronização dos produtos sem os quais seria um pesadelo o mundo moderno funcionar. E muitos exemplos há de onde não foi necessária a unha estatal para isto acontecer naturalmente para o bem de todos (consumidores e produtores).