quinta-feira, 17 de setembro de 2009

End the FED

Ron Paul já tem o seu livro à venda, End the FED, e está a receber alguns comentários mais críticos da imprensa financeira.

Many of Paul’s assertions ring true. Inflation amounts to taxation, he says. Correct. Central bankers are central economic planners, he asserts. Absolutely. Wall Street likes “privatized profits and socialized losses.” No surprise there. He’s right, yet draws the wrong conclusions.
[...]
Hold on, though. Wasn’t America’s Fed-less 19th-century history punctuated with recurring booms, busts and banking panics? Paul dismisses such talk.
“Most of the tales of 19th-century banking are mythical,” he says, blaming the upheavals on government meddling.
Paul’s position is that commercial banks should again be subjected to the full blast of the free market, like any other business. Central banks, in this view, make markets inefficient.


Eu confesso que não li o livro e portanto não posso confirmar que o argumento de Ron Paul é apenas esse. A ser verdade acho estranho. É verdade que durante parte do século XIX não havia um banco central formal nos EUA, no entanto, por lei continuavam a ter um monopólio legal da falsificação de notas através da emissão de notas próprias, como alias o nome histórico destes bancos indica (bancos emissores). Apesar de não estarem a funcionar em cartel coordenado por um banco central estas emissões de notas/crédito gera o ciclo de negócios exactamente da mesma forma que através de um banco central, de facto o ciclo de negócio é caracterizado pelo excesso de crédito e a sua contracção e não pela existência ou não de carteis.

O que Ron Paul defende não é portanto um retorno ao sistema bancário do século XIX mas sim algo diferente, se bem o conheço quer um padrão ouro com 100% de reserva que certamente será aqui criticado mas certamente entre essas críticas não constará nenhuma referência ao excesso de crédito que origina e esta critica do jornalista só pode ser ignorante ou maldosa. Deixo também este artigo de Antal Fekete sobre uma alternativa, para quem não gosta do sistema actual nem de reserva a 100%: Real Bills.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Recordar

Os mercados accionistas, e outros como o ouro e petróleo, recuperaram bastante bem desde o fundo em Março. O SP500 que utilizo como referência já teve uma recuperação superior a 50%.

Como um aviso à navegação e ao optimismo que anda no ar talvez seja boa ideia recuperar os cenários deflacionistas de Pretcher e Fekete. Se isto for de facto um novo 1929 estamos mais ou menos no ponto em que acabou o rally pós-crash. Podemos estar a olhar para valores nestes mercados que não voltaremos a ver nos próximos anos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Noticia de ultima hora

Foi descoberto quanto ganha o homem da bomba no famoso tópico do Caldeirão.

Portugal: 6.00€ por hora
Espanha: 6.81€ por hora

Ver ordenado mínimo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Para lá de reaccionário...

... sou também Insurgente, pelo menos a partir de hoje. Deixarei os meus leitores do Inflaccionista descansarem um pouco da carga política que aqui tem surgido nos ultimos dias e canalizarei essas minhas análises para O Insurgente.

No Inflaccionista poderão continuar a contar com a análise económica (nem sempre independente da política infelizmente) e com a análise dos mercados. Espero que sintam que todos ganhamos com esta nova dinâmica.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Os reaccionários

Parece que algumas pessoas ficaram incomodadas por existir uma petição que simplesmente pede para que quem pague a A21 sejam os seus utilizadores e não os contribuintes. Segundo parece é algo reaccionário não querer pagar algo que não se usa, eu sei que sim. Neste país é mais normal calarmo-nos e deixar os outros mamar e calmamente deixar chegar a nossa vez para também podermos mamar. Nesse sentido, alguém que se oponha à mama só pode ser um reaccionário sem respeito pelos bons costumes lusitanos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Frase do dia

Na petição que estou a promover alguém com claras dificuldades da lingua portuguesa em geral e do texto da petição em concreto (talvez aluna das Novas Oportunidades) deixou este comentário:

"Apelam para virmos morar para a Ericeira, depois de ca estarmos e pagarmos ca os nossos impostos, agradecem-nos desta forma. esta certo?!!!"


Portanto, se alguém conhecer a pessoa em causa não se esqueça de enviar um postal no Natal a agradecer o facto de ter ido morar para a Ericeira, por alguma razão que não consigo alcançar (se calhar é por não ter feito as Novas Oportunidades) parece que é um grande favor que um cidadão faz ao país, e eventualmente um grande sacrificio pessoal, ir morar para a Ericeira.

Aparentemente parece que também há beneficios fiscais na Ericeira (para compensar o sacrificio de morar em terra tão desolada) que consiste no facto de se entregarmos a declaração de IRS numa repartição local ganhamos uma auto-estrada à custa do resto do país... bem bom!

TGV em ponto pequeno

Esta semana chegou-me às mãos uma nova polémica via Caldeirão: o facto de as portagens na A21 passarem de 60 cêntimos para 2.10 Euros, um aumento de cerca de 250%. Obviamente apareceram os sujeitos do costume a dizer que era um roubo, que não podia ser, que estavam a ser explorados, que as pessoas da Ericeira não podiam suportar este custo e inclusive houve quem se queixasse de ficar sem dinheiro para o tabaco com este grave aumento. A minha costela liberal ficou logo de pé atrás, estranhei em primeiro lugar que a portagem fosse tão barata anteriormente e ontem durante o dia dei por mim a saber mais sobre a A21 do que aquilo que uma pessoa saudável, sem nenhum interesse nessa via, deveria saber.

As coisas que aprendi:
- Existe uma alternativa à A21 gratuita que se chama N116. Ouvirão dos senhores que usam a A21 que esta alternativa não é viável por uma série de razões, basicamente todas elas se poderiam aplicar à marginal de Cascais ou à N1 alternativas gratuitas, para quem não sabe, à A5 e A1 que são pagas. Portanto uma vez que estas duas são pagas havendo alternativa não há razão para a A21 ser subsidiada.
- Existe uma carreira (transportes públicos) Ericeira-Lisboa que de segunda a sexta tem da parte da manhã saídas de 20 em 20 minutos para que quem queira continuar a fumar o possa fazer mesmo com aumento das portagens.

E isto é só para dar uma ideia de porque é que a portagem deve ser paga. Depois chegamos à questão do preço, para termos a ideia de se há ou não”justiça” nos valores pedidos. Munido com o site da ViaVerde para saber o valor das portagens e com um documento da Brisa para saber o número de Km em cada lanço da auto-estrada (e com o Marco António a fazer contas) pude chegar honestamente à conclusão que, com portagens de 2,10€ para aquele troço da A21 esta se torna numa das auto-estradas mais caras do país a nível do preço por Km. Chego também à conclusão que se mantivesse o preço de 0.60€ esta auto-estrada seria anormalmente barata, custando praticamente 1/3 do que custam a maioria das auto-estradas portuguesas. O valor “justo” (comparando com outras auto-estradas) seria sempre algo a entre os 1,50 e os 2,00 euros.

Tentei descobrir mais ainda sobre este caso, nomeadamente o que causou este aumento abrupto em época nada propicia

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O programa de governo que devia ir a votos (2)

Descobri hoje que tenho, pelo menos, um querido leitor que gosta de heavy metal e que amavelmente partilhou o meu "programa de governo" com alguns colegas que foram criticos (surpresa, não estava nada à espera) de alguns pontos e que surgiram com estas questões:

1) "O imposto do tabaco faz falta porque danifica muito a saúde"
Mais uma vez, porque algumas pessoas têm dificuldade em ler, o exercicio que fiz é meramente contabilistico. Terminar com aqueles 4 ministérios (que são dos mais baratuxos que há) permitiria reduzir o IRS cobrado em 24% ou o IVA em 3% (isto nem é bem assim, a forma como é calculado o IVA permitiria um corte ainda maior mas estou a simplificar), acabar totalmente com o ISP (são menos 33 centimos por litro de gasóleo na bomba) ou, como eu disse, com o IT e o ISV.

Não podem escolher tudo, mas apenas uma das hipóteses. Quanto ao tabaco eu sei que a desculpa por detrás do imposto é os custos de saude acrescidos mas este importo é uma forma muito má de conseguir o efeito desejado. Então num sistema privado de saúde em que cada um tivesse o seu seguro não é lógico que um fumador vai pagar um prémio maior (tem mais probabilidades de ter problemas)? Se assim for, então poderemos concluir que se fizessemos uma coisa dessas o IT podia ser abolido (que é que fazemos agora com um tipo que ande sempre de viagem e compre o seu tabaco sempre no estrangeiro e depois adoece em Portugal?)

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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sondagem Inflaccionista

No espiritio do post anterior peço que os leitores votem na nova sondagem Inflaccionista e opinem sobre o programa de governo.

Resultados da sondagem anterior:
O pior da crise já passou?
Claro: 20%
Nem Pensar: 66%
Estou um pouco confuso: 13%

O programa de governo que devia ir a votos

Já aqui tinha deixado uma análise crítica ao programa de governo do PSD. Hoje, em conversa com um colega surgiu o repto de tentar fazer algo melhor e pensei porque não? Afinal de contas fazer pior que os partidos de poder seria difícil se é que não seria mesmo impossível e parto com duas vantagens importantes:

1)Não vou a votos, portanto nada tenho a perder. Não estou aqui para agradar mas sim para ajudar a visualizar um novo, e melhor, rumo para todos. O pior que me pode acontecer é levarem-me a sério e colocarem em prática estas medidas... o que era bom.

2)Eu compreendo que os recursos são limitados e não caiem do céu, ao contrário, infelizmente, da nossa classe politica.

O exercício acaba por ser mais uma manobra de números apresentados no ultimo orçamento de Estado. Pretendo não dar mais mama aos portugueses mas sim mostrar o que se pode ganhar retirando funções e poderes ao Estado. Pode ser um exercício supérfluo mas espero que gostem. Por onde começar?

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É liberal?

Descubra, faça este pequeno teste.

Aqui o vosso estimado autor é 90% liberal. Qual foi a pergunta sobre a qual eu discordei com os autores do teste?

"It is wrong for democratic nations to overthrow foreign dictators?". Eu disse que não, que não achava errado. Por outro lado não acho que seja uma obrigação moral os países "livres" libertarem os menos livres mas também não acho que possam ser condenados por o fazerem.

E não, não estou a fazer paralelos com o Iraque nem acho que tenha sido uma boa ideia invadir tal nação.

Pensamento do dia

Hoje fizeram-me relembrar um texto de Ayn Rand sobre a revolta estudantil em Berkeley. O original, que é leitura interessante, pode ser encontrado no livro Capitalism: The Unknown Ideal e dá pelo nome de "The Cashing-In: The Student Rebellion".

Fica um pequeno excerto para refletir.

As a cultural-intellectual power and a moral ideal, collectivism died in World War II. If we are still rolling in its direction, it is only by the inertia of a void and the momentum of disintegration. A social movement that began with the ponderous, brain-cracking, dialectical constructs of Hegel and Marx, and ends up with a horde of morally unwashed children stamping their foot and shrieking: “I want it now!”—is through.

Novamente nos 1000

O ouro chegou hoje novamente aos 1000 dolares americanos por onça. Qualquer que seja o caminho que o metal amarelo leva a partir daqui (uma zona delicada) não pode ser negado o papel que teve até agora durante toda a crise financeira como "seguro", enquanto, desde Setembro de 2007, a maior parte dos activos estão em queda o ouro mantém-se acima desse nível.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Diz que disse

Sócrates acusou este fim de semana Manuela Ferreira Leite de ser a mais "neo-liberal" de sempre à frente do PSD. Antes fosse verdade, talvez valesse a pena ir votar mas tendo em conta a realidade das duas uma: ou o PSd é socialista (como o nome indica) ou MFL tem uma agenda secreta para comer empresas publicas ao pequeno almoço.

Qual das duas é mais provável?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ordenado minimo

O Caldeirão de Bolsa anda com uma discussão de rir à gargalhada despegada nos ultimos dois dias. Tudo começou quando alguém sugeriu que o problema de Portugal se resolvia com um decreto-lei que colocasse o ordenado mínimo a 1000 euros.

Para quem não conhece os argumentos contra o ordenado minimo aconselho a ler a (longa mas divertida) discussão onde apresento alguns argumentos que infelizmente não atingiram uma audiência racional, enfim, o pior cego é aquele que não quer ver.

Durante a discussão cheguei no entanto a um conjunto de países, com backgrounds diferentes, que não têm qualquer lei de ordenado mínimo e era isso que queria partilhar aqui com os leitores do Inflaccionista, entre parenteses estão as respectivas taxas de desemprego. Mais de metade destes países têm uma taxa de desemprego que se pode considerar residual, da outra metade todos têm uma taxa de desemprego inferior à portuguesa com a excepão dos EAU... até a Islândia onde são bem conhecidas as dificuldades recentes.

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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quanto mais devo mais rico sou

Não deve demorar muito para os governantes portugueses replicarem este mantra do congressista Pete Stark: Quanto mais devemos mais ricos somos.

Quando confrontado com uma pergunta simples como: "Porque é que em vez de pedir emprestado 1 bilião não pede logo um trilião para ser mais rico?" em vez de explicar a sua teoria o congressista ameaça atirar o reporter pela janela.

Como se pode ver pela imagem a gravação já é antiga mas a mentalidade é moderna.