terça-feira, 26 de maio de 2009

Keynesianismo simplista

Desde que há meses tive uma pequena discussão com o Carlos Santos de vez em quando visito o seu blog até porque é uma figura caricata da blogoesfera nacional. O seu ultimo comentário humorístico falava do Keynesianismo aplicando uma analogia muito engraçada com os blogs, confesso que gostei da analogia apesar de obviamente imperfeita mas o que eu considerei um “doce” foi mesmo a conclusão que o Carlos tira digna de qualquer comité central:

“A menos que o Estado decida fomentar a leitura de blogs. Isto é, compensar as pessoas dando-lhes 1 euro por hora que gastem na blogosfera. Isso talvez reanime a procura. Investimento Público? Transferências sociais? Chamem-lhe o que quiserem. Se só o estado pode gastar e gastar em fomentar o uso da net, eu acredito que vale a pena voltar a ser blogger, porque já terei alguma satisfação nisso.

A isto chama-se política económica! É subjectiva? É. Depende de acharmos que o Estado deve ou não apostar em que a população use a net e a blogosfera. Mas para isso votamos. E escolhemos consoante as nossas prioridades. Um governo democrático tem a legitimidade de decidir fomentar o que prometeu. Foi a internet? Seja. O que não é subjectivo é que sem fomentar nada, a actividade bloguística e todas as outras estagnam em crise de procura.“


O Carlos só não explicou de onde vem este dinheiro para “fomentar a procura”, não diz se cai do céu, se é imprimido pelo BCE ou se simplesmente é taxado a quem ainda faz alguma coisa de útil na sociedade (em vez de andar a escrever blogs que aparentemente ninguém lê a não ser que sejam pagos para isso) ou ainda a opção preferida da nossa classe política, endividarem ainda mais o país para os próximos pagarem. Se for taxado aos membros activos da sociedade que consequências terá tirar o dinheiro a estas pessoas para fomentar a leitura de blogs? Estes detentores originais do dinheiro poderiam querer colocar os seus euros na leitura de, por exemplo jornais online e agora não dispõe do rendimento necessário para tal… vai o Governo a seguir “fomentar a procura” dos jornais online? Se for dinheiro impresso nem vale a pena discutir as consequências já que o Carlos é um inflacionista convicto e pouco deve faltar para propor medidas como colocar prazos de validade nas notas, o historial aqui do Inflaccionista deve chegar para contrapor essas ideias em que divergimos completamente.

Eu confesso que estou bastante curioso porque ou muito me engano ou o Carlos Santos resolveu o problema da fome em Africa, aquilo o que precisa é de um Governo a sério que saiba fomentar a procura de comida.

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