terça-feira, 16 de junho de 2009

A destruição do capitalismo

Nem a propósito acaba Ayn Rand de ser mencionada num dos comentários do Inflaccionista e dou de caras com este artigo fresquinho do Mises Intitute: The destruction of Capitalism. Foi escrito por Art Carden mas nota-se muito bem a inspiração Randyana.

The change is slow, incremental, and difficult to notice, but we can trace some of the increasing divisions in the world to state action that pit brother against brother and friend against friend. Increasing global integration occurs in spite of state efforts to divide us. Rhetoric about "working together" and understanding our common responsibilities to one another is superficially appealing, but it is fundamentally divisive. Embedded in these statements are assumptions about who is to serve and who is to be served and assumptions about who is to produce and who is to consume. It necessarily assumes a class of predators and a class of prey — or perhaps a more apt metaphor would be a class of parasites and a class of hosts. It does not recognize the fundamental and ennobling effects of capitalism.

10 comentários:

Wyrm disse...

A estupidez do artigo é atroz.
O Mises quando escreve

"In a society based on caste and status, the individual can ascribe adverse fate to conditions beyond his own control. He is a slave because the superhuman powers that determine all becoming had assigned him this rank. It is not his doing, and there is no reason for him to be ashamed of his humbleness. … [In capitalism,] everybody's station in life depends on his own doing."

Pode estar a falar de Marte ou Jupiter mas não do planeta Terra.

O delirio chega ao ponto de dizer que todos são livres de criar uma nova coca-cola ou um novo produto qualquer como se todos tivessemos num sistema linear em igualdade de circunstâncias.

Isto pode ser maravilhoso na academia mas o mundo real desmente essas belas teorias.

Que de resto só servem para pessoas como o autor deste blog continuarem a justificar como morais a exploração do semelhante.

Nuno Branco disse...

Podes dizer-me onde é que eu defendo a "exploração do semelhante" e porque é que a culpa é dos outros de tu não conseguires fazer uma bebida melhor do que a coca-cola?

Wyrm disse...

Eu explico. Devagar.
O valor (monetário e moral) do trabalho tem vindo a decrescer desde á 30 anos para cá devido ao ataque continuado das classes abastadas. O eixo Reagan-Thatcher foi muito eficiente na destruição de todo o equilibrio de forças e hoje em dia o trabalho é visto como um custo e não como uma peça fundamental do processo produtivo.

De resto toda a promiscuidade entre as elites políticas e económicas continuou com politicas que simplesmente destroem a provisão publica para beneficio de uns poucos. A América Latina é disso exemplo.

E não é preciso citar nenhum autor, basta ler os jornais da época.

Em relação à "coca-cola" por o problema nesses termos é de um simplismo estúpido. Nem tudo se reduz ao mérito ou falta dele. Há um sem número de factores que contribuem para o sucesso e o maior deles todos é a familia onde nasceste e o que essa familia te proporcionou. É claro que todos devem ser livres de deixar aos filhos o produto do seu trabalho e nem sequer defendo impostos sucessórios. Mas não me digam que o rapazito que nasceu numa familia que o colocou nas melhores escolas, que lhe proporcionou estágios em empresas de amigos, etc. tem necessáriamente mais mérito que aquele cujos os pais não tiveram possibilidades para tal...

É por isso que acho a direita uma fraude maior que a esquerda. Ainda por cima é hipócrita, porque muitos daqueles que financiam a Mount Pelerin, a Ayn Rand Foundation, etc, são os mesmos que estão agora a nadar no dinheiro dos contribuintes americanos e em breve no nosso dinheiro. Mas para muitos o que é chocante são os 300€ de RSI...

Nuno Branco disse...

Eu aconselho apenas que leia menos jornais e mais livros. Há duas formas do valor do trabalho baixar.

A primeira é a maneira boa e é através da via tecnológica. Um tipo que planta 10 batatas à mão consegue plantar 100 com todas as ajudas mecânicas que há hoje em dia. Obviamente isso baixa o preço da batata mas deixa o agricultor mais rico.

A segunda é através da via inflacionista que este blog critica de uma ponta à outra.

Mas claro você prefere vir para aqui mandar bitaites sem ler nada e quando eu lhe pergunto onde é que eu defendi a exploração dos outros de que me acusa dispara com generalidades.

Quanto à Coca-Cola nota que tem dificuldades em fazer melhor mas que os outros é que são estupidos. Fique na sua que eu fico na minha.

Quanto à variedade genética que faz dos outros todos estúpidos deixo só o exemplo de Mozart que tinha 6 irmãos e nenhum lhe chegou aos calcanhares. Lá se foi a familia como pilar de sucesso (não digo que não seja importante mas parece-me óbvio que há mais qualquer coisa envolvida). Outros casos mais recentes haverá de irmãos, até gémeos, em que um tem sucesso e o outro nem por isso.

Mas claro que quando queremos é mandar bocas não é preciso pensar, é só disparar.

Wyrm disse...

Eu posso dizer generalidades e não ler o teu blog. Mas tu nem sequer um post sabes ler.

Falta a terceira forma: a engenharia politico-social. Atacando os sindicatos, provisão publica, etc. deixa o trabalhador mais desprotegido para negociar o seu ordenado. Sim, é o mercado a funcionar. Ajudado por legislações feitas à medida. Ou as imposições do FMI também são "bocas" ou "generalidades"?

O exemplo de Mozart é, novamente, estúpido. Primeiro porque Mozart foi um génio musical absoluto. Isso não pode ser condição necessária para ter uma vida digna. Segundo porque ele apenas teve uma irmã que, apesar de se supor ter composto algumas obras, ficou-se pela "actividade" de esposa, como era costume na época.

Em suma, tu fazes o teu papel e eu faço o meu. Individuos como tu defendem a sua classe (ou pelo menos a classe que almejam atingir), individuos como eu tentam dar um pequeno contributo para este mundo ser um pouco mais justo. Porque neste momento, "capitalismo" é algo que nem sequer existe. Vivemos num sistema oligárquico-feudal. Com muita propaganda á mistura, claro.

Nuno Branco disse...

E onde é que eu aqui defendi o FMI? Onde é que eu aqui defendo o Estado legislador?

Vai lá tocar a tua cassete para quem oiça essa musica, se quiseres deixar de ser troll e ler algo do que aqui se escreve antes de disparar para o ar estás à vontade.

Wyrm disse...

Tu não defendes o FMI e o Estado legislador per se. É claro que não. Mas continuas a fazer-te parvo e, ainda por cima eu é que sou o troll...

Criticas as politicas do Obama... Criticas o Estado em Portugal... E convenientemente ignoras que os maiores beneficiários dessas politicas são aqueles que em tempo de vacas gordas reclamam o mesmo que tu e financiam os think tanks onde vais encher a cabeça.

Não conseguir perceber isso é bastante triste. Continua a divertir-te com as tuas continhas. Raramente se vê a realidade atrás de um muro de números... nem o mises, hayek ou friedman o conseguiram. E antes que venha a boca idiota: não, o Marx e o Engels também não...

Nuno Branco disse...

O que me custa aqui é que tu continuas com a cassete e insistes em não ler nada do que aqui escrevi.

Metes palavras na minha boca que são completamente falsas. Aliás só um tipo que tem uma cassete enfiada na garganta consegue dizer que eu ando a defender as elites financeiras quando até na primeira página do blog está um tópico a falar de abolir o banco central.

Aliás nos cerca de 200 posts que aqui estão neste blog completo há mais de 40 dedicados a essa temática. Contra o salvamento que se tem feito da elite financeira e muito mais, mas claro que dá jeito para a tua cassete que eu seja um gajo que defende esses tipos portanto não vale a pena ler.

Dizer que a escola de pensamento económico austríaca é financiada pelos Think Thanks é mais uma barbaridade dita por quem não faz a minima ideia do que está a falar.

Associares-me a Friedman é associares-me à pseudo-ciência que eu aqui mais critico (além do Keynesianismo) que é o monetarismo e é um sem fim de afirmações que não só demonstram ignorância do sistema em que vivemos como principalmente ignorância sobre as minhas posições que mesmo assim teimas em atacar só porque sim.

De maneira que ataque gratuitos não obrigado. Ou passas a dizer alguma coisa fundamentada em factos concretos ou terei de moderar os teus comentários.

Wyrm disse...

erm... de onde vem o rendimento da Mount Pelerin?

Anyway, falar na pseudo-ciência de Friedman e deixar de parte Hayek e Mises... enfim, sobretudo quando se vê o Hayek a laborar sobre a "teoria da evolução social" seria cómico caso não fosse tão trágico: tanto as conclusões como a politica que se faz sobre elas.

Enfim, não precisas de moderar mais os meus comentários pois este também é aqui o ultimo.

No entanto não me vou sem apresentar as minhas desculpas (sinceras) por ter dado uns "tiros" ao lado.

Mas com ou sem Friedman, com ou sem Monetarismo tu representas algo ao qual eu vou oponho-me totalmente.

É fácil para ti imaginares-me como um semi-indigente com um trabalho não-qualificado das 9-5 e que quer ter regalias sem trabalhar para elas. Não é bem assim e posso dizer-te que pago uma quantidade astronómica de impostos que não me importava de ter no bolso. No entanto vejo a alternativa, a sua aplicação prática que até agora existiu e acho que essa via não nos levará a lado nenhum. Aliás contraria tudo aquilo que fez de nós animais gregários há cerca de 150000 anos atrás.

Mas divago... Boa sorte Nuno Branco e desculpa qualquer coisinha...

Nuno Branco disse...

Aceito as desculpas e como é obvio é bem vindo o debate de outros pontos de vista tal como o foi anteriormente por outros intervenientes.

A quantidade de impostos que cada um individualmente paga é que também não me parece relevante quando ambos sabemos que na generalidade a carga fiscal em Portugal é elevada e mesmo assim temos todos os anos que recorrer a mais divida para sustentar este Estado.

A minha indignação nunca foi contra pensares diferente mas sim por assumires que eu pensava de uma certa forma quando está neste blog, claro para toda a gente ver, a minha forma de pensar.