terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Deflation remains the primary risk

Quando falei aqui neste mega movimento da prata disse que as minhas expectativas a nível de análise fundamental eram para um movimento em baixa e não em alta. Isto deve-se à minha visão macro de que teremos ainda um ou dois anos pela frente de forte deflação.

Acredito aliás que o euro vai ser um recorde mundial: será a primeira moeda (que eu saiba) a morrer por deflação e não por inflação como é habitual nestas coisas. Acredito também que no futuro o dólar morrerá numa crise hiperinflacionária... mas isso é depois, para lá de 2020. Por enquanto as ameaças são as mesmas que eram em 2008: uma implosão de crédito nos bancos comerciais de tamanho tão substancial que a impressão de notas pelos bancos centrais não será em quantidade suficiente para a estancar.

E é nesse sentido que deixo este artigo no ZeroHedge para relembrar que a "recuperação" é basicamente uma miragem. A prata e o ouro (e o USD) são os únicos activos de relevo que estão hoje mais caros do que estavam em 2008. Se pensarmos neles como simples commodities poderíamos dizer que eram as pressões inflacionárias, mas se olharmos para eles no seu papel histórico - o seu papel como dinheiro - confirmamos que o ambiente é deflacionário.

Isto obviamente tem pouco a ver com trading, tem a ver com o aspecto macro e com decisões que tomamos para os próximos anos e não para os próximos dias como faço (fazemos?) nos mercados. Claro que, quando o preço dos activos der sinal disso estarei muito mais descansado do lado curto do mercado do que tenho estado até agora do lado longo.

PS: Já agora, relembrar a série de posts "Cenários Deflacionistas" que aqui coloquei nos últimos anos:

Cenários Deflacionistas - Parte 1
Cenários Inflacionistas
Cenários Deflacionistas - Parte 2
Cenários Deflacionistas - Parte 3
Cenários Deflacionistas - Parte 4
Cenários Deflacionistas - Parte 5
Cenários Deflacionistas - Parte 6
Cenários Deflacionistas - Parte 7
Há ursos.
A "fascização" da crise.

Peço que tomem atenção às datas originas dos posts e que considerem que entre lá e agora muita coisa aconteceu que dá ainda mais razão a Pretcher. Nomeadamente a nível de reguladores e entidades governamentais a estancarem os processos de criação de moeda apesar dos bancos centrais.

De notar também, como é obvio relendo esses textos, que a minha visão foi fortemente moldada (ou alterada) por Pretcher nos últimos dois anos (apesar de continuar a achar que Bernanke é louco e que imprimir notas não resolve nada).

Também entretanto a leitura (se calhar muito própria) que fiz do Human Action e do Theory of Money and Credit contribui para a progressão do meu pensamento neste sentido.

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