Para terminar o ano a GATA processou esta semana a reserva federal dos EUA. Isto está relacionado com os Gold Swaps feitos pelo FED que podem estar a ser utilizados para manipular o preço do ouro.
The lawsuit follows two years of GATA's efforts to obtain from the Federal Reserve and the U.S. Treasury Department a candid accounting of the U.S. government's involvement in the gold market. These efforts parallel those of U.S. Rep. Ron Paul, R-Texas, who long has been proposing legislation to audit the Fed. The Fed has been criticized for secrecy in its massive intervention in the markets over the last year, and Paul's legislation recently was approved by the U.S. House of Representatives.
In correspondence with GATA's lawyers, the Fed has claimed that its gold swap records involve "trade secrets" exempt from disclosure under the U.S. Freedom of Information Act.
Boas entradas em 2010.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
GATA processa FED
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Leitura recomendada: O Estado popular de Hitler
Quando normalmente se pensa na segunda grande guerra e nas atrocidades cometidas é normal colocarmos todos os olhares em Hitler e o seu grupo restrito de capangas que a partir dos seus ministérios controlaram todas as operações militares e ultimaram os detalhes da “solução final” para o problema judaico. Alguns ainda se perguntam como terá sido possível Hitler chegar ao poder democraticamente, onde invariavelmente são discutidas as capacidades oratórias do líder nacional-socialista e o seu carisma. Em cima disto, e talvez ainda mais relevante, tínhamos a Alemanha no culminar de uma crise hiper-inflacionária e no cenário internacional a Grande Depressão não ajudava certamente. Hitler jogou bem as suas cartas e chegou ao poder vendendo esperança ao povo na forma de politicas socialistas que hoje são consideradas, pelo menos na Europa, como “direitos adquiridos” que não podem ser colocadas em causa. No entanto, mais importante do que a forma como chegou e se perpetuou no poder será perceber como é que, depois de mostrar as suas politicas e colocar a Alemanha em guerra com meio mundo, os alemães não apenas o deixaram ficar no poder como activamente o apoiaram a barbárie. E é sobre isso que nos fala este livro que vos recomendo de Gotz Aly.
Como disse anteriormente a Alemanha estava numa complicada situação financeira resultado de sucessivas crises com origem não só na primeira grande guerra como em politicas monetárias suicidas. Quando o NSDAP (National-sozialistische Deutsche Arbeiterpartei ou Partido Operário Nacional-Socialista) chega ao poder em 1933 consegue fazer o que FDR tentou mas nunca conseguiu: um “milagre keynesiano”. O Estado “fomentou” em larga escala a procura de armamento e forneceu assim o emprego que o povo procurava – este foi o aspecto visível das políticas do NSDAP que obviamente o povo estimava pois se agora podiam comer e antes não pouco lhes interessava se fabricavam balas ou bicicletas. Outras políticas seguidas, para nomear apenas algumas das mais populares, passaram pelo aumento (real) das pensões, a criação de férias para o trabalhador e um subsidio que permitisse que este pudesse de facto gozar as suas férias com a sua família algo que era uma completa novidade para os alemães dos anos 30.
Por outro lado o Estado acumulava, dia após dia, enormes défices (tal como hoje) para sustentar estas fábricas. Em 1936 as contas públicas alemãs encontravam-se numa situação deplorável devido às políticas seguidas, era evidente para os responsáveis que se nada fosse feito brevemente o colapso era inevitável. Começa-se então a “sacar uns cobres” aos judeus, nada (demasiado) escandaloso começando-se por coisas simples. Por exemplo, apesar dos donos de cães terem que pagar uma licença municipal para terem o animal os cegos estavam isentos por necessitarem de um cão-guia. Uma das medidas tomadas foi exactamente acabar com esta isenção para os judeus. Muitas outras “pequenas” medidas (impostos) deste género foram tomadas sem que as massas estivessem preocupadas, bem pelo contrário. Para perceber como é que isto foi aceite pela grande maioria basta aplicar estas medidas aos dias de hoje e substituir “judeus” por “ricos” ou “capitalistas” para compreender que não só estas medidas não são contestadas como são, genericamente, aplaudidas.
Por volta de 1937-38 estas pequenas receitas tinham apenas conseguido abrandar o descalabro financeiro e era urgente a necessidade de fazer algo mais. O governo de Hitler avança então com medidas para expropriar alguns bens dos judeus como jóias, acções, divisas estrangeiras e outros bens. Pouco depois seriam mesmo expropriadas as empresas de que eles eram donos. Os legítimos proprietários não eram no entanto deixados de mãos a abanar, isso seria um roubo simples que o mais ingénuo de nós perceberia pelo que é. O Estado oferecia contra-partidas sobre estes bens na forma de títulos de dívida pública (não negociáveis como é óbvio) e aos judeus era pedido que vivessem dos juros que estes rendiam. Havendo uma contra-partida financeira as pessoas menos educadas não tomam o acto pelo roubo que é mas sim por um “esforço” pelo “interesse nacional”. O Estado conseguiu assim, pelo menos, duas coisas importantes:
1) Financiar o défice descomunal através da venda forçada dos bens judeus
2) Explicar aos alemães que havia cidadãos de primeira e de segunda o que seria util para os tempos que viriam
Em 1939 começa a guerra como todos sabem e a expropriação dos bens não só acelera o passo na Alemanha como se estende aos territórios ocupados. Mesmo os que não eram judeus nestes territórios ocupados foram naturalmente saqueados sem no entanto o perceberem através de uma arma famosa: a inflação. Normalmente a primeira medida a fazer quando se invadia um país era estabelecer uma nova taxa de câmbio entre as moedas, obviamente sempre favorável ao RM mas nem só desta medida óbvia vinha a ameaça. O banco central alemão, em conjunto com o ministério, imprimia uns “vales mágicos” que podiam ser usados nos territórios ocupados como moeda e obviamente era isso mesmo que os soldados alemães faziam. Os nativos não eram assim (normalmente) saqueados pela força mas vendiam normalmente o produto do seu trabalho aos alemães que eram pagos com os tais papelinhos (qualquer semelhança com os dias de hoje, suspeito, não é mera coincidência). As fotografias presentes no livro dos comboios a abarrotar de encomendas provenientes dos territórios ocupados para as famílias dos soldados são bem elucidativa do saque. Na Alemanha, as esposas e namoradas dos soldados exibiam sedas francesas nunca antes vistas, os familiares banqueteavam-se em carnes fumadas que nunca tão facilmente tinham encontrado. Ao contrário do que os alemães estavam à espera (devido às expectativas criadas pela guerra de 1914) vivia-se melhor na Alemanha durante a guerra do que antes e não era necessário parar para pensar como eram obtidas todas estas riquezas. Obviamente para os nativos dos territórios ocupados, que viam o seu poder de compra diminuir constantemente, acontecia exactamente o inverso. Privações de comida tornaram-se normais com o tempo.
O pior, como sabemos, estava ainda para vir. A partir de 1940 a Alemanha começa a ser alvo de bombardeamentos aéreos destruindo (obviamente) vidas e propriedades. Muitos alemães vitimas dos bombardeamentos viram-se de repente sem casa. É então colocada em movimento a fase final da expropriação judia ficando com as suas casas. Mais uma vez de enorme importância financeira para as contas públicas mas não só, de grande importância social para que Hitler mantivesse o apoio popular à guerra. Os judeus receberam notificações para abandonar as suas casas e a informação que podiam levar consigo até 50Kg de bagagens que continham apenas bens pessoais (nada de dinheiro e jóias) como roupa e artigos de higiene e que se deviam preparar para abandonar o país. Quando chegavam aos comboios já nós sabemos: as malas ficavam na estação e eles eram encaminhados para os campos de concentração ou para trabalhos forçados nas fábricas e campos do Reich. Mais tarde tudo era vendido em leilões, desde as casas até aos lençóis e brinquedos das crianças que tinham sido deixados para trás ou iam nas malas que ficaram na estação. Também aqui a doutrina socialista é “interessante” ao demonstrar uma “preocupação social” – é que os leilões não eram para todos ao mesmo tempo mas sim por fases:
1) Primeiro acediam aos leilões aqueles que tinham sido afectados directamente pela guerra (vitimas de bombardeamento, soldados incapacitados, etc.)
2) A segunda fase do leilão era exclusivamente para grávidas, recém-casados e famílias numerosas.
3) Havia depois a fase final do leilão, para as sobras dos dois anteriores, onde todos os alemães podiam participar.
A receita financeira para o Estado foi, como se pode imaginar, enorme mas os grandes beneficiários foram certamente os próprios alemães que ficaram com bens por “tuta e meia” que nunca pensaram ter. Além do mais, pelo regime demonstrar aquela preocupação social com a distribuição dos bens havia a ideia generalizada que era uma “distribuição justa” – expropriados que se lixem.
Este texto já vai muito mais longo do que aquilo que eu tencionava escrever (era suposto ser um pequeno texto a recomendar o livro e não o que saiu) mas, espero que compreendam, não me contive porque este livro me tocou bastante. A maior parte das informações no livro foram retiradas pelo autor de cartas oficiais trocadas entre os oficiais militares e politicos e também da correspondência normal que os soldados enviavam às suas familias da frente de batalha. A facilidade com que se fala de coisas deste género, por pessoas que viveram o momento, faz-nos à distância ficar muito preocupados. Termino com uma citação que vem no livro, de uma cidadã alemã proferida mais de uma década após o final da guerra:
“Durante a guerra não passávamos fome, funcionava tudo! Depois é que tudo começou a piorar.” – Assim se explica a barbárie nacional-socialista.
Título: O Estado popular de Hitler – Roubo, guerra racial e nacional-socialismo
Autor: Gotz Aly
Editora: Texto Editores
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
O negócio da década
Chama-se ouro como se pode ver bem neste gráfico da bloomberg. O inflaccionista chegou tarde mas ainda a tempo de dar alguma coisa aos seus leitores.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
E um feliz Natal
Provavelmente já não virei mais ao Inflaccionista antes das 12 badalads pelo que aproveito para desejar a todos os leitores um feliz Natal na companhia daqueles de quem mais gostam.
Dívida e PIB
Penso que merece destaque este gráfico que o André Cruz deixou na discussão anterior sobre o volume da dívida de vários países como relação do PIB.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Pensamento do dia
“It’s a question of how do you achieve the deleveraging. Do you go through a long period of slow growth, high savings and many legal problems or do you accept higher inflation? It would ameliorate the debt bomb and help us work through the deleveraging process”
Kenneth Rogoff, Professor of Economics at Harvard, Former Chief Economist at the International Monetary Fund
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Bernanke, homem do ano
Ben Bernanke é o “Man of the year” da Time Magazine. Um bom sinal para quem defende o fim do banco central se tomarmos em conta a utilidade desta revista como indicador contrário.
Quem se lembra desta capa pouco antes do rebentar da bolha tecnológica?
E mais exemplos abundam:
Hitler foi o homem do ano em 1938
GW Bush foi-o em 2004 (o pico da sua popularidade)
Jeff Bezos foi homem do ano em 1999 quando a Amazon atingiu o seu máximo histórico em “bolha”.
Em 2005 chegou à capa da Time o grande negócio que era comprar uma casa e em 2006 o “homem” do ano foram os baby boomers.
Porque é que esta história se repete?
This isn’t because there is something flawed with Time’s selection process; it’s simply the case that by the time something is deemed universally important enough to be selected it has reached a natural point of exhaustion. – Kevin Depew
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Cenários Inflacionistas (II)
Para contrapor ao artigo que deixei aqui há dias do Rick Ackerman deixo este do Gary North:
Why the Deflationist Argument Is Wrong in Both Theory and Practice
The deflationists do not understand these crucial facts:
1. the FED is 100% in control over the size of M1.
2. The FED has chosen to imitate post-1990 Japan.
3. Japan has has not had a year since 1990 in which consumer prices fell into negative territory by as much as 2%.
4. The money supply shrank in the Great Depression because 9,000+ banks failed.
5. The government passed the FDIC law in 1934.
6. The money supply has not shrunk since then.
PS: Confesso ter alguns problemas com a primeira afirmação. Enviei uma mensagem ao autor sobre o assunto, se receber resposta publico.
Actualização de spreads
O "isolamento" da Grécia que tinha falado aqui está a acentuar-se a cada dia que passa. O spread da dívida grega para a alemã está quase ao nível de Março, quando o pessimismo nos mercados estava num ponto extremo.
Pelo contrário, hoje existe um optimismo keynesiano de que o pior já passou. Os Midas que operam as economias através dos bancos centrais fizeram o seu passe de mágica e tudo ficou bem. Porque está então a Grécia neste estado?
Quanto tempo mais conseguirão passar os nossos grandes lideres na UE a dar "apoio moral" aos gregos enquanto negam o óbvio?
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Pensamento do dia
Government is not the solution to our problem. Government is the problem.
Ronald Reagan, 20 de Janeiro de 1981
Investir em comida
No seguimento do post anterior deixo este artigo mais extenso do Daily Reckoning sobre as commodities agricolas. Presumo que o pensamento aqui exposto será parecido com o pensamento de Jim Rogers (um adepto do Brasil).
domingo, 13 de dezembro de 2009
Jim Rogers sobre o USD
Também sobre a FED e commodities. Aposta num rally do USD no imediato (o vídeo é de quinta-feira).
Would YOU lend money to the US Government for 30 years in US Dollars?
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Desabafo
Pouso o meu fountainhead para ir jantar enquanto penso nos jornais de Wynand e como foi possível ele chegar a aquele ponto. Ligo a TV para tentar ver o telejornal enquanto como.
Na RTP1 está o Garcia Pereira e outro personagem a falar de como o aquecimento global está mais que provado. Como o consenso cientifico é grande. Da unanimidade dos cientistas em volta deste tema. Como o ambiente foi mercantilizado. Ouvi mesmo que "existe um mercado de futuros de carbono como existe para aquelas coisas que causaram esta crise". Como chegámos aqui?
Mudo de canal à procura de um qualquer entretenimento, algo para desligar o cerebro por pequenos instantes, não é possível aguentar este bombardeamento constante de desonestidade, desinformação. Que propósito por detrás disto?
Eu não sei, mas sinto que é tenebroso. Venho para o blog para desabafar e acalmar porque não consigo encontrar o "off" do pensamento. Estou chateado. Esta merda é feita com o MEU dinheiro. Eu sustento quem destroi o mundo desta forma.
Vou jantar.
Cenários deflacionistas (III)
Mais um artigo interessante de Rick Ackerman sobre o debate inflação vs deflação.
O Rick sempre esteve do lado da deflação (apesar de acreditar num estoiro hiper-inflacionário pós-deflação) e por enquanto tem tido os mercados deste lado. A questão será talvez se a "recuperação" que estamos a ver desde Março é apenas um intervalo neste episódio deflacionário ou se é o dinheiro impresso pelos bancos centrais a chegar à economia.
Porque não compramos ouro
Um artigo interessante, se bem que pouco cientifico, sobre as razões que impedem mais pessoas de entrarem nos metais preciosos.
As cinco razões principais:
1) É demasiado caro.
2) Liquidez do metal, dificuldade em compreender como vender em caso de necessidade.
3) Descrédito das pessoas que promovem ouro, os compradores rejeitam os cenários apresentados.
4) Desconhecimento, as pessoas não entendem os metais preciosos nem porque é que alguém os havia de comprar.
5) Não estão interessados em ouvir os argumentos.
Pela minha experiência pessoal, o argumento que mais oiço é o 2) e o 3) mas já há muito tempo que não tento "converter" ninguém e os preços estavam muito mais baixos na altura, se calhar se falasse com as mesmas pessoas agora diriam que eu tinha razão mas invocando o ponto 1).
Cada um sabe de si...
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Objectivismo e democracia-cristã
Uma discussão interessante.
Longa que aqui o vosso blogger esticou-se :)
Ainda a Grécia
Depois das recentes notícias achei que era uma boa altura para actualizar este gráfico.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Ainda sobre a comunicação social
Sobre o aumento do salário mínimo diz assim o director de um jornal económico:
“há economistas que são contra a existência de um salário mínimo. Porque está a fixar-se artificialmente um valor para as trocas no mercado de trabalho, não tendo em conta que há pessoas que podem aceitar trabalhar por menos e que as empresas vão criar menos empregos já que têm de pagar mais a alguns trabalhadores. Ou seja, está a prejudicar-se a eficiência do mercado e, logo, a provocar desemprego.”
O que me parece bem pois fixando, imaginemos, o ordenado mínimo em 2000 euros o que o Governo faz, em português simples, é obrigar as pessoas a produzir pelo menos 2000 euros por mês (mais na realidade devido à carga fiscal e ao lucro esperado pelo dono do capital). Quem não for capaz de cumprir esse objectivo de 2000 euros decretado pelo Governo fica obviamente fora do mercado de trabalho (uma vez que o dono do capital gosta, normalmente, de preservar esse capital).
Mas acrescenta o tal director executivo:
“Mas deixando a filosofia económica de lado, até porque em Portugal há salário mínimo, a questão que importa saber é qual é o valor adequado para as empresas.”
E assim reduz-se a economia a mera filosofia. Ao metafísico. Pergunto-me se a procura e a oferta serão também questões filosóficas ou realidades económicas mas se queremos filosofar sobre o ordenado mínimo podemos dizer simplesmente A é A. Podem dizer as baboseiras que mais convierem mas a realidade não se altera por isso.
Sinais preocupantes
O primeiro está dado: Fecho do EUR/USD abaixo de 1.50
Parece-me estar na hora de voltar a vestir a roupa de urso.
Vergonha
Não é costume por aqui falar-se de aquecimento global mas faço hoje o que espero ser a primeira e última excepção para comentar esta vergonha que é o editorial de hoje d'O Publico.
Como é do conhecimento de quem se interesse por estas coisas, no último mês vieram a publico documentos que demonstram que um dos maiores institutos de "investigação" climática andou, nos últimos anos, deliberadamente a manipular os dados para que a desse a ideia de que a temperatura na Terra continua a aumentar e que este aquecimento tem origem no Homem. Não só a Terra está a arrefecer nos ultimos anos como a imprensa nacional tem sido de um silêncio ensurdecedor sobre este escândalo denominado climate gate pelos jornais internacionais que decidiram cobrir as noticias em vez de escrever editoriais ignorantes.
Infelizmente, este editorial demonstra bem o estado a que chegou a comunicação social portuguesa. Outrora foram o 4º poder, hojem são os serventes dos amigos que lhes pedem para desinformar.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Bernanke humorista
O homem pode ser acusado de tudo menos de falta de humor.
Então não é que o personagem diz que manteve o USD estável durante todo este tempo? Claro que a definição de estável é o petróleo variar entre os $140 e os $40 no espaço de um ano. O ouro entre os $1200 e os $600, e em relação ao Euro variar entre 1.60 e 1.20.
Ao pé disto Chernobyl era um poço de estabilidade... no dia que rebentou.
Jim Bunning vs Ben Bernanke
Sabemos que as coisas estão mal quando até os socialistas não podem com ele.
Under your watch the “Bernanke PUT” became a bailout for all large financial institutions, including many foreign banks.
And you put the printing presses into overdrive to fund the government’s spending and hand out cheap money to your masters on Wall Street.
In short, you are the definition of a moral hazard.
Time to play ping-pong
Não concordo com tudo o que diz o personagem mas deixo ficar para cada um tirar o que entender. Os mercados estão definitavamente em modo bull, mas em zonas muito criticas.
Sinais que me poderiam preocupar:
EUR/USD fechar abaixo de 1.50
Ouro fechar abaixo de $1000
Prata fechar abaixo de $16
SPX Fechar abaixo de 1000.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Frase do dia
"Strictly speaking, almost half of our country's foreign exchange reserve is not stable in value and is of high risk"
Wu Nianlu, a professor at the central bank's graduate school.
Artigo completo.
O custo da dívida (II)
Apenas para actualizar este gráfico que tinha antes deixado aqui.
Parece que depois do pico de medo do Dubai os mercados voltam a encarar os "happy days". Por quanto tempo ninguém sabe.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Já está
Mais um máximo histórico em euros Nos 795,82 euros por onça bateu o máximo de Fevereiro deste ano.
As moedas não se valorizam em relação às outras, apenas se afundam a ritmos diferentes - foi a minha primeira lição nos mercados cambiais.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Quem é John Galt?
Uma pergunta à qual muitos de vós já saberão a resposta, talvez seja por isso que aqui passam pelo Inflaccionista. Além de ser mais do que um simples personagem é, acima de tudo, uma ideia... e agora é também a minha fonte de inspiração para este pequeno projecto que começa hoje a gatinhar.
Sobre o lema "Be Galt. Wear the message!" apostei neste nicho de mercado que são os amantes do capitalismo e da liberdade. Juntando o util ao agradável procuro o lucro enquanto espalho uma mensagem com a qual me identifico. Espero que gostem tanto de lá passar como eu gostei de tudo o que fiz para montar esse pequeno negócio.
E para quem ainda não sabe a resposta... Who is John Galt?
terça-feira, 24 de novembro de 2009
A depressão do século XIV
Um artigo interessante do Mises Institute para quem, como eu, tenha um gostinho por História. Se os nossos governantes partilhassem desse gosto talvez fosse possível aprender com os erros do passado.
Focus on the devastation caused by outbreaks of the Black Death in the mid-14th century is partially correct, but superficial, for these outbreaks were themselves partly caused by an economic breakdown and fall in living standards which began earlier in the century. The causes of the great depression of western Europe can be summed up in one stark phrase: the newly imposed domination of the State.
[...]
In a sense, the longest-lasting ill effect from the Black Death was the response of the English Crown in imposing permanent maximum wage control and compulsory labor rationing upon English society. [...] The inevitable result, however, was a grave shortage of labor, since at the statutory maximum wage the demand for labor was enormously greater than the newly scarce supply.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Ucrânia: Quer um TGV?
A Ucrânia está com problemas claros a financiar-se como mostra o gráfico em baixo.
É mais barato para a Ucrânia financiar-se a 5 anos do que a 2 anos o que indica dificuldades graves em arranjar liquidez no curto prazo. Se a yield curve não inverter rapidamente seguirá pelo caminho da Islândia.
Se alguém tiver disponível os dados para dívida de prazo inferior a 2 anos agradecia que me deixassem esses dados. Para já fica só esta noticia da Forbes que foi a unica que encontrei. Parece que o caso está a passar ao lado (como de costume) da imprensa generalizada.
Update: Entretanto encontrei uma noticia da Bloomberg que explica melhor o que se passa e que se resume em 5 pontos:
1) A CP lá do sitio não pagou o que devia ao Barclays porque a crise está má para todos.
2) Este empréstimo do Barclays não está garantido pelo governo.
3) Existe um segundo empréstimo do Deutsche Bank que tem garantias explicitas do governo.
4) O mercado tem medo que essas garantias sejam accionadas e que o governo não cumpra.
5) Essa reacção do mercado é visível não só na curva de yields como no custo dos CDS (Credit Default Swaps).
Comentário ao editorial do i
O jornal i tem hoje uma edição dedicada ao buraco orçamental. Começa com o editorial e tem depois, nas páginas mais centrais um aprofundamento do assunto. Infelizmente o editorial começa logo mal com uma frase errada "Os estados não vão à falência".
Eu espero que esta afirmação seja corrigida brevemente. O site da Moodys tem 12 falências soberanas entre 1998 e 2006:
1) Paquistão (98)
2) Russia (98)
3) Ucrania (98 e 2001)
4) Venezuela (98)
5) Equador (99)
6) Peru (2000)
7) Argentina (01)
8) Moldávia (01)
9) Uruguai (03)
10) Republica Dominicana (05)
11) Belize (06)
São países que se calhar passam desperbidos mas continuam a ser estados e continuaram a falir. Ainda há 1 ano a Islândia esteve nas noticias e não sei como é possível esquecer tão cedo. Muitos outros nomes há a acrescentar à lista que dei se recuarmos mais uns anos no tempo (a Argentina tem a mania de declarar falência ciclicamente por exemplo) mas infelizmente não tenho tempo suficiente para uma lista mais exaustiva.
E se o argumento é que "não pode acontecer aqui" em 1971 os EUA também entraram em incumprimento com as suas obrigações (o que levou à criação do actual sistema monetário)... quer-me parecer que pode mesmo acontecer em qualquer lado.
Mas mais importante que isto, é que passando uma mensagem de que "os Estados não vão à falência" então os portugueses não percebem qual é o problema com o défice e irão manter-se na ilusão que o Estado é uma fábrica de riqueza. Afinal de contas, quando faltarem as notas manda-se fazer mais.
Nota: Segundo a Standard & Poors houve 84 estados em incumprimento das suas obrigações entre 1975 e 2002.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Ginásios e IVA
Ultimamente tenho dado por mim em várias discussões com colegas e amigos onde surge sempre um tema recorrente: os donos dos ginásios portugueses são uns porcos capitalistas. Porquê? Porque o governo baixou o IVA para 5% mas os preços dos ginásios não desceram. Este tema voltou a surgir agora em formato electrónico n’O Insurgente de maneira que está na hora de mais um serviço público gratuito (infelizmente parece faltar-me o gene capitalista - vejam lá se fazem umas doações de vez em quando aqui ao vosso comuna de serviço).
Pontos de partida:
1. O preço nominal do ginásio não aumentou.
2. O preço real do ginásio desceu (devido à inflação)
3. A função de um empreendedor é maximizar o lucro (o horror!)
Penso que os primeiros dois pontos são consensuais e particularmente o segundo demonstra que houve de facto um beneficio directo ao consumidor. Quanto ao ponto três eu sei que muita gente gosta de criticar os empreendedores/capitalistas por isso mas é só quando são os outros. Qualquer cidadão comum quando vai a uma entrevista de emprego para vender o seu trabalho parte exactamente do mesmo principio de tentar maximizar o valor pelo qual vai vender esse serviço e, tal como os donos do ginásio, esse valor não depende exclusivamente da sua vontade mas sim do valor que o consumidor (neste caso o empregador) dá ao produto em causa (neste caso, o trabalho). É tão simples e natural como ter uma barra de chocolate para vender e quando temos dois tipos, um que dá 5€ por ela e outro que dá 6€ nós vendemos sempre ao que dá 6€. Infelizmente, quando a barra de chocolate não é nossa em vez de simplesmente aceitarmos a lógica vamos chorar a uma qualquer teta estatal porque gostamos muito de chocolate mas os outros são muito maus e não nos deixam provar.
Quando estamos do lado do consumidor todos nós temos uma noção de valor das coisas. Esse valor não é obviamente igual para todos. Imaginemos três individuos que gostavam (entre outras coisas que podiam fazer com o seu dinheiro) de ir ao ginásio. O individuo A atribui a esse prazer um valor de 50€, o B de 70€ e o C de 90€ assim se constrói uma básica linha de procura. O personagem Z neste exemplo investiu o seu capital no ginásio e espera obviamente (não é um ginásio publico) retirar lucro do capital investido (se não esperasse tinha aberto um depósito à ordem em vez de construir um ginásio). Estudando a concorrência existente ou através de tentativa e erro chega à conclusão de que uma mensalidade de 60€ lhe permite maximizar o seu lucro. Isto faz com que B e C desfrutem do ginásio e com que A vá gastar o seu dinheiro a outro lado pois para si o ginásio é caro demais.
Estamos todos contentes. Porquê?
1. A gasta os seus 50€ em algo que lhe convém mais do que gastar 60€ num ginásio.
2. B e C têm um serviço que acham barato.
3. Z tem retorno do seu capital.
Até agora tudo bem. Depois vem o Estado e baixa o IVA… deve Z baixar o preço? Lembremo-nos que o seu intuito é maximizar o lucro. Digamos que esta baixa do IVA permitia baixar o preço de subscrição do ginásio em 10%, ou seja 6€, o que colocaria o novo preço em 54€. Ora este preço faz com que Z receba menos 12€ no total (6 de B e 6 de C). Por outro lado 54€ por mês continua a ser demasiado caro para convencer A aderir ao serviço, numa perspectiva de negócio é um erro descer o preço do ginásio (não maximiza o lucro).
Imaginemos o cenário contrário em que o governo implementava um novo imposto de 12€ sobre a utilização dos ginásios. Neste caso a solução óptima é não passar o custo total ao consumidor final (uma vez que B abandonaria o ginásio) e absorver parte destes custos. Ou seja, neste caso específico, aumentar apenas 10€ para reter ambos os clientes e ter uma rentabilidade final maior.
Claro que Z não tem poderes psíquicos, não sabe a escala de valores de todos os seus potenciais clientes e como tal vai tentando (dentro da sua margem) aproximar-se da vontade dos consumidores. Ele sabe que tem sucesso quando tem uma boa taxa de ocupação do seu ginásio. Ora imaginemos então que Z é um gestor de sucesso e tem um bom ginásio com bom lucro e boa taxa de ocupação sem nenhuma intenção de alterar isto mas apenas de manter os seus clientes actuais contentes. Vem o governo e baixa o IVA, Z tem duas opções:
1. Mantém o preço sabendo que não vai haver mudanças na procura do serviço que presta e maximizando o seu lucro.
2. Dedica-se à pesca.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
O custo da dívida
Eu peço desculpa aos seguidores do Inflaccionista por não ter colocado aqui algumas intervenções que fiz n'O Insurgente sem colocar aqui que sei que provavelmente os que seguem este blog estariam interessados e é por isso mesmo que vos chamo a atenção.
Tudo isto começou com uma noticia da Bloomberg sobre a situação os titulos de dívida publica grega. Como não tinha nada melhor para fazer dei por mim ontem à noite a construir gráficos sobre o custo da dívida de vário países comparados com a Alemanha.
Finalmente agora acabei de publicar um texto mais extenso sobre o que eu acho de tudo isto. Divirtam-se!
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Como se faz um estudo de viabilidade em Portugal
Esta semana a SIC Noticias surpreendeu-me com um programa de qualidade apresentado por um senhor jornalista que realmente ainda vale a pena acompanhar ao contrário do lixo escrito, falado e televisionado que habitualmente nos chega a casa.
O programa é o "Plano Inclinado" onde participam 3 conhecidos economistas (que estando longe dos meus ideais são pelo menos realistas) que falam sobre o estado da Nação. O que me leva a colocar aqui este video do programa completo (porque confesso a minha info-nabisse para editar videos) é o que é dito no minuto 37 do programa:
Eu digo sinceramente, estive envolvido num trabalho de estudo aprofundado sobre o aeroporto e naquele caso em que eu trabalhei sobre a vertente financeira eu nunca tive acesso nem pude simular aquilo que eram variáveis associadas à procura. [... E]u costumava dizer que era a palavra de Deus, isto é a linha de previsão sobre a quantidade de passageiros - entradas ou saídas - vezes a taxa aeroportuaria aplicada quer aos passageiros quer à carga era um dado com uma previsão a 30 anos e que eu tinha de assumir sem questionar. [...] Cheguei a uma conclusão que nos pressupostos desenvolvidos o projecto era positivo do ponto de vista financeiro. - João Duque
Recomenda, a terminar, que seja feito um estudo independente o que demonstra bem a confiança que tem num estudo que o próprio conhece bem exactamente por nele ter participado. Alguém, em cubículo minesterial incerto, tirou um número do rabo que era suposto representar o número de passageiros e carga a passar em Alcochete e gastam-se milhares de euros em estudos sem ninguém questionar (ou ter poder efectivo para alterar os pressupostos) a validade deste número. Isto promete... promete ser demolido antes de aterrar o primeiro avião.
O centenário esquecido
The year 2009 will most likely expire without commemorating the centenary of a most momentous event in history that figures prominently as the main cause of the Great Financial Crisis of the century. This event was the so-called legal tender legislation in 1909. The bank notes of both the Banque de France and the Reichsbank of Germany were made legal tender by law, first in France and then, a very short time later, also in Imperial Germany. The rest of the world followed suit. In this way all roadblocks were removed in the way of financing the coming world war through credits and monetizing the resulting debt through the issuance of bank notes.
[...]
The way out of the crisis, and the way to prevent another great Depression, is through the restoration of freedom in the realm of money.
Antal Fekete, One hundred years of legal tender.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
EUA: Crescimento da M1
Têm-me perguntado em convivios ultimamente o que justifica esta subida recente das acções que tem sido muito forte. As pessoas sabem que sou um "bear" assumido nos mercados accionistas e como tal costumam sondar-me para saber se já mudei de opinião.
Há duas razões importantes para a subida:
1) O sentimento dos investidores estava num extremo tão negativo que era necessária uma subida para aliviar o sentimento. Tal como nas subidas é necessário o contra-tempo da praxe pois o mercado não pode andar sempre no mesmo sentido sem as suas pausas. Por natureza as subidas em bear-market são muito mais agressivas e repentinas que as descidas em bull market.
2) O Tio Bernanke deu uma ajuda. Fica em baixo o gráfico da M1 desde o inicio da crise. Esta massa monetária (bastante restrita, nem olhei para a M3) demonstra bem como a FED está a fazer tudo o possível para colocar liquidez no mercado... e a liquidez é a mãe de todos os mercados: dívida, commodities, divisas e claro dos mercados accionistas.
Não convém é confundir inflação monetária com recuperação económica como está a ser feito por muitos comentadores na praça publica.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Pensamento do dia
Se houvesse aqui ao lado um pequeno país onde existisse liberdade de escolha na saúde, na educação e na segurança social, o regime sob o qual vivemos também teria que murar Portugal para manter cá dentro a população contribuinte.
João Miranda in Blasfémias
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
A História vista por um comunista
"A derrota do socialismo, com o desaparecimento da União Soviética e da comunidade socialista do Leste da Europa, constituiu uma tragédia, não apenas para os povos desses países mas para toda a humanidade: com o capitalismo dominante, o mundo é, hoje, menos democrático, menos livre, menos justo, menos fraterno, menos solidário, menos pacífico."
Editorial do Avante, jornal oficial do Partido Comunista Português, 2009
É assim que esta gente conta esta história.
E não faço mais comentários porque nada me ocorre que não envolva a mãe daquele senhor. O mais triste é que 20% dos portugueses que votaram o mês passado concordam com ele.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Hino da Função Publica
Atenção que isto foi feito mesmo a sério. Não façam como eu que até mais ou menos o minuto 2 julgava que era a gozar.
Fantástico!
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Quem tem medo do FMI (II) ?
Há poucos meses atrás tinha sido noticiado que o FMI pretendia ver-se livre de uma parte substancial das suas reservas de ouro para financiar os “planos de salvamento” de algumas economias mais frágeis. Houve, compreensivamente, algum receio nos mercados do que isto faria para baixar o preço do ouro (cotado em USD).
Existem na minha óptica várias ameaças à escalada do ouro, mas logo na altura tive oportunidade de dizer que esta seria a que menos me preocupava, viessem estas vendas do FMI ou de um qualquer tresloucado de um banco central, pois seriam rapidamente absorvidas por países que sentem cada vez mais a necessidade de diversificar as suas reservas.
Hoje o ouro faz novo máximo histórico nos $1080, um dia depois de a Índia anunciar que, só eles, vão ficar com metade das 400 toneladas que o FMI quer despachar. A China e a Russia serão outros dois países eventualmente interessados em resolver o “problema” do FMI.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Radicais pelo Capitalismo
Estreia hoje, lá mais para o final do dia, Radicals for Capitalism. Este documentário da Reason.com falará das ideias de Ayn Rand, liberdade e capitalismo.
A não perder.
Poupança em Portugal
Parece que passou ao lado do Inflaccionista o dia mundial da poupança, que é a 31 de Outubro. Esquecimento apenas justificado porque foi a um Sábado e porque cada vez leio/oiço/vejo menos os media mais "mainstream" cada vez mais necessitados de alguém que imprima alguma qualidade às ditas noticias que passam (uma menção honrosa a Mário Crespo que é o único capaz de me fazer ver um telejornal).
Mas como dizia parece que houve um dia mundial da poupança e que alguém no INE veio dizer que os portugueses andavam a poupar mais, obviamente fui tentar descobrir mais sobre esta poupança tresloucada dos meus compatriotas no site do INE mas não encontrei a press release que pensava existir. Não se perdeu tudo porque entretanto encontrei um quadro bastante interessante (pena acabar em 2006) sobre a poupança líquida dos vários sectores nacionais e podemos ver que o “cidadão comum” sempre poupou visto que são as famílias as únicas consistentemente a poupar. Até haveria anos em que o saldo nacional seria positivo não fosse uma coisa chamada “administração publica”.
Pensamento do dia
How can a revival of consumer spending be the key to any recovery? The very word “consume” – as opposed to “invest” – should raise a yellow flag. The belief that consumption is the key to a strong economy is so deeply ingrained that few Americans even question that it has become the basis for all economic decisions made by the federal government. But popular delusion is at a tidal crest when it views pumping up home prices and retail sales as government’s most important domestic role. We might have expected economists to know better, and to help lead us out of the woods, but for the fact that credit-based consumption has become their credo as well. This belief was handed down from on high by Alan Greenspan, the man who single-handedly brought the dismal science to the point of utter disgrace. - Rick Ackerman
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Outra vez?
Ainda esta semana perguntava o Sérgio sobre o nosso tecto da dívida e já os tipos da Moody’s (que como podem imaginar frequentam assiduamente o Inflaccionista) reagiram ao comentário do Sérgio.
Moody's Investors Service has today changed the outlook on the government of Portugal's Aa2 ratings to negative from stable. The rating action reflects both the structural economic challenges facing the country, which have been exacerbated by the global crisis, and the apparent lack of motivation for policymakers to address them.
[…]
Moody's says that the most likely outcome for Portugal is a slow but inexorable decline, where growth remains sluggish, thereby stalling incomes, and where debt continues to build over time. Indeed, Moody's main concern is slow growth potential, which the rating agency attributes to the unwillingness of successive governments to take steps to restore competitiveness. The competitiveness gap is also generally seen as the cause of Portugal's large current-account deficits. Should this situation continue, the trend growth rate in the economy is likely to remain relatively low, thereby limiting the government's ability to 'grow' out of its debt problems even when the post-crisis recovery gets underway.
[…]
In the first decade of the single currency union, Moody's notes that Portugal's budget failed to meet the Growth and Stability Pact criteria multiple times and the authorities relied heavily on one-off measures. When the budget fell below the Pact's 3% ceiling, efforts were not made to move it upwards.
Não temos tecto mas quem empresta tem olhos na cara. O TGV e Alcochete lá vão custar mais uns milhões de acordo com o aumento do risco que é hoje emprestar dinheiro à republica portuguesa.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Só mais um bocadinho...
A CNN tem um artigo onde fala sobre o limite (auto-imposto) da dívida norte-americana está muito próximo de ser atingido.
Roughly $211 billion separates what the country owes and its self-imposed credit limit. And by Friday, after another week of massive debt sales by the Treasury Department, that gap will likely have narrowed considerably. It is now expected that the $12.104 trillion debt ceiling could be breached by the end of November.
Obviamente, nada de preocupante:
It is also expected that lawmakers will raise the ceiling, as they have done more than 90 times since 1940 -- eight of them since 2002.
Conhecer e Vencer a Crise
Aqui o vosso querido autor do Inflaccionista vai estar no próximo mês de Novembro em mais uma acção de formação da ACE. O curso dado vai ser o Conhecer e Vencer a Crise no dia 14 de Novembro pelas 14h30 na Amadora.
Inscrevam-se que posso dizer, como parte completamente interessada, que o curso é um bom curso.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Pensamento do dia
In 1933 F.D. Roosevelt did not stop at the mere confiscation of the constitutionally mandated gold coins of the realm. He sent them to the refinery in order to melt them down. He wanted to expunge the evidence from history that this great republic once had the largest pool of circulating gold coins anywhere, ever. Roosevelt betrayed his oath that he would uphold the U.S. Constitution and went ahead to rob the citizenry by calling in the gold replacing it with Federal Reserve notes, the value of which he promptly cried down by 56 percent, under the disguise of monetary reform.
Antal E. Fekete, The gold basis is dead
Retirado do seu mais recente artigo onde comenta alguns rumores sobre o ouro vindos de Wall Street. Uma leitura interessante para quando não se passa nada no mercado além do renovar de máximos históricos do ouro.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Apesar da crise já ter passado...
On Wednesday, Latvia tried to raise a trivial amount of money. It offered $17 million worth of 6-month bonds. How likely is it that Latvia will default before Easter? We don't know, but investors judged it not worth the risk. Not only did the bond auction failed, it failed with no bids.
Bill Bonner, Daily Reckoning.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
End the FED
Ron Paul já tem o seu livro à venda, End the FED, e está a receber alguns comentários mais críticos da imprensa financeira.
Many of Paul’s assertions ring true. Inflation amounts to taxation, he says. Correct. Central bankers are central economic planners, he asserts. Absolutely. Wall Street likes “privatized profits and socialized losses.” No surprise there. He’s right, yet draws the wrong conclusions.
[...]
Hold on, though. Wasn’t America’s Fed-less 19th-century history punctuated with recurring booms, busts and banking panics? Paul dismisses such talk.
“Most of the tales of 19th-century banking are mythical,” he says, blaming the upheavals on government meddling.
Paul’s position is that commercial banks should again be subjected to the full blast of the free market, like any other business. Central banks, in this view, make markets inefficient.
Eu confesso que não li o livro e portanto não posso confirmar que o argumento de Ron Paul é apenas esse. A ser verdade acho estranho. É verdade que durante parte do século XIX não havia um banco central formal nos EUA, no entanto, por lei continuavam a ter um monopólio legal da falsificação de notas através da emissão de notas próprias, como alias o nome histórico destes bancos indica (bancos emissores). Apesar de não estarem a funcionar em cartel coordenado por um banco central estas emissões de notas/crédito gera o ciclo de negócios exactamente da mesma forma que através de um banco central, de facto o ciclo de negócio é caracterizado pelo excesso de crédito e a sua contracção e não pela existência ou não de carteis.
O que Ron Paul defende não é portanto um retorno ao sistema bancário do século XIX mas sim algo diferente, se bem o conheço quer um padrão ouro com 100% de reserva que certamente será aqui criticado mas certamente entre essas críticas não constará nenhuma referência ao excesso de crédito que origina e esta critica do jornalista só pode ser ignorante ou maldosa. Deixo também este artigo de Antal Fekete sobre uma alternativa, para quem não gosta do sistema actual nem de reserva a 100%: Real Bills.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Recordar
Os mercados accionistas, e outros como o ouro e petróleo, recuperaram bastante bem desde o fundo em Março. O SP500 que utilizo como referência já teve uma recuperação superior a 50%.
Como um aviso à navegação e ao optimismo que anda no ar talvez seja boa ideia recuperar os cenários deflacionistas de Pretcher e Fekete. Se isto for de facto um novo 1929 estamos mais ou menos no ponto em que acabou o rally pós-crash. Podemos estar a olhar para valores nestes mercados que não voltaremos a ver nos próximos anos.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Noticia de ultima hora
Foi descoberto quanto ganha o homem da bomba no famoso tópico do Caldeirão.
Portugal: 6.00€ por hora
Espanha: 6.81€ por hora
Ver ordenado mínimo.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Para lá de reaccionário...
... sou também Insurgente, pelo menos a partir de hoje. Deixarei os meus leitores do Inflaccionista descansarem um pouco da carga política que aqui tem surgido nos ultimos dias e canalizarei essas minhas análises para O Insurgente.
No Inflaccionista poderão continuar a contar com a análise económica (nem sempre independente da política infelizmente) e com a análise dos mercados. Espero que sintam que todos ganhamos com esta nova dinâmica.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Os reaccionários
Parece que algumas pessoas ficaram incomodadas por existir uma petição que simplesmente pede para que quem pague a A21 sejam os seus utilizadores e não os contribuintes. Segundo parece é algo reaccionário não querer pagar algo que não se usa, eu sei que sim. Neste país é mais normal calarmo-nos e deixar os outros mamar e calmamente deixar chegar a nossa vez para também podermos mamar. Nesse sentido, alguém que se oponha à mama só pode ser um reaccionário sem respeito pelos bons costumes lusitanos.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Frase do dia
Na petição que estou a promover alguém com claras dificuldades da lingua portuguesa em geral e do texto da petição em concreto (talvez aluna das Novas Oportunidades) deixou este comentário:
"Apelam para virmos morar para a Ericeira, depois de ca estarmos e pagarmos ca os nossos impostos, agradecem-nos desta forma. esta certo?!!!"
Portanto, se alguém conhecer a pessoa em causa não se esqueça de enviar um postal no Natal a agradecer o facto de ter ido morar para a Ericeira, por alguma razão que não consigo alcançar (se calhar é por não ter feito as Novas Oportunidades) parece que é um grande favor que um cidadão faz ao país, e eventualmente um grande sacrificio pessoal, ir morar para a Ericeira.
Aparentemente parece que também há beneficios fiscais na Ericeira (para compensar o sacrificio de morar em terra tão desolada) que consiste no facto de se entregarmos a declaração de IRS numa repartição local ganhamos uma auto-estrada à custa do resto do país... bem bom!
TGV em ponto pequeno
Esta semana chegou-me às mãos uma nova polémica via Caldeirão: o facto de as portagens na A21 passarem de 60 cêntimos para 2.10 Euros, um aumento de cerca de 250%. Obviamente apareceram os sujeitos do costume a dizer que era um roubo, que não podia ser, que estavam a ser explorados, que as pessoas da Ericeira não podiam suportar este custo e inclusive houve quem se queixasse de ficar sem dinheiro para o tabaco com este grave aumento. A minha costela liberal ficou logo de pé atrás, estranhei em primeiro lugar que a portagem fosse tão barata anteriormente e ontem durante o dia dei por mim a saber mais sobre a A21 do que aquilo que uma pessoa saudável, sem nenhum interesse nessa via, deveria saber.
As coisas que aprendi:
- Existe uma alternativa à A21 gratuita que se chama N116. Ouvirão dos senhores que usam a A21 que esta alternativa não é viável por uma série de razões, basicamente todas elas se poderiam aplicar à marginal de Cascais ou à N1 alternativas gratuitas, para quem não sabe, à A5 e A1 que são pagas. Portanto uma vez que estas duas são pagas havendo alternativa não há razão para a A21 ser subsidiada.
- Existe uma carreira (transportes públicos) Ericeira-Lisboa que de segunda a sexta tem da parte da manhã saídas de 20 em 20 minutos para que quem queira continuar a fumar o possa fazer mesmo com aumento das portagens.
E isto é só para dar uma ideia de porque é que a portagem deve ser paga. Depois chegamos à questão do preço, para termos a ideia de se há ou não”justiça” nos valores pedidos. Munido com o site da ViaVerde para saber o valor das portagens e com um documento da Brisa para saber o número de Km em cada lanço da auto-estrada (e com o Marco António a fazer contas) pude chegar honestamente à conclusão que, com portagens de 2,10€ para aquele troço da A21 esta se torna numa das auto-estradas mais caras do país a nível do preço por Km. Chego também à conclusão que se mantivesse o preço de 0.60€ esta auto-estrada seria anormalmente barata, custando praticamente 1/3 do que custam a maioria das auto-estradas portuguesas. O valor “justo” (comparando com outras auto-estradas) seria sempre algo a entre os 1,50 e os 2,00 euros.
Tentei descobrir mais ainda sobre este caso, nomeadamente o que causou este aumento abrupto em época nada propicia a isso como são tanto as eleições legislativas como as autárquicas onde deixo aqui este link para a noticia do Destak onde é referido que a auto-estrada actualmente incorre em prejuízos diários estimados em 30 mil euros. Mais, o aumento verificado para 2,10€ não chega para estancar esta hemorragia financeira:
Em 2008, a Câmara de Mafra propôs à Estradas de Portugal a venda da auto-estrada A21-Malveira/Mafra/Ericeira, construída pela autarquia, por 270 milhões de euros, por estar a ter prejuízos diários calculados em 30 mil euros com a gestão e manutenção da via.
A Câmara de Mafra tem vindo a assegurar a gestão e manutenção da auto-estrada, assumindo por dia um prejuízo de cerca de 30 mil euros, que será agora minimizado com o aumento das portagens.
O que se passa então na A21? Como é que uma das auto-estradas mais caras de Portugal não consegue cobrar as despesas em que incorre? Como é que uma auto-estrada daquele tamanho custa 30 mil euros por dia a manter? O PCP explica:
Em 2006 e em 2007, as receitas da MAFRATLANTICO, cujo presidente é o Sr. Ministro, foram apenas de 4,6 milhões de euros, enquanto só os juros, referentes aqueles dois anos, do empréstimo que esta empresa municipal contraiu junto à banca atingiu 17,1 milhões de euros., ou seja, só os juros foram 3,7 superiores à totalidade das receitas.
O custo de construir esta auto-estrada, a primeira em Portugal construída por uma câmara municipal porque, segundo o presidente, “não podia esperar pelo poder central”, nem pelos privados, foi de 270 milhões de euros. Como a câmara não tinha este dinheiro o presidente não foi de modas e endividou o município até às pontas do cabelo e colocou a portagem a um valor estupidamente baixo que gerou um buraco superior a 10 milhões de euros por ano. Deixar esta portagem nestes valores durante todo este tempo foi uma estupidez só comparada ao acto de se endividarem daquela forma para construir esta coisa. A estarem correctos os números em cima pode-se concluir que nem um aumento da portagem para 2,20€ chegaria (os 60 cêntimos a multiplicar por 3,7, supondo que as receitas da AE são todas de portagens o que duvido) para cobrir as despesas da dívida contraída uma vez que é expectável que com esse preço baixe o tráfego na via fazendo com que a questão não seja de resolução linear.
Confrontado com este futuro financeiro ruinoso, a câmara de Mafra prepara-se agora para largar a A21 no colo da EP (Estradas de Portugal) financiada obviamente pelos impostos de todos, aqueles todos que pagam à administração central pela qual o presidente de Mafra não podia esperar para hipotecar a vida dos seus cidadãos.
Porque razão devemos nós, os que não votaram naquele senhor para fazer esta asneira e os que não tiram qualquer beneficio daquela Auto-Estrada financiar este projecto? A resposta é, obviamente, que não só não temos nenhuma obrigação moral de pagar por isto como temos um dever cívico de nos impor-mos a esta tentativa de passar os custos para a população em geral quando apenas uma pequena parte é beneficiada, razão pela qual sou o primeiro subscritor desta petição. Será que os utentes desta auto-estrada que tanto protestam pelos preços das portagens também querem que o resto do país lhes pague os juros das casas que compraram?
Que soluções então para a A21?
1) Os utentes terão que pagar a megalomania da Câmara de Mafra (com uma portagem superior a 2.20€)
2) A MAFRATLANTICO terá que ir à falência e os credores venderão a auto-estrada (ou os terrenos sem auto-estrada, o que valer mais) a quem pagar mais. Se aceitarem 80 ou 90 centimos por euro talvez saiam disto com alguma dignidade (e dinheiro).
3) Nacionalizamos a A21 e os credores que se lixem, afinal são lixo capitalista e as pessoas têm direito ao seu dinheiro e ao seu trabalho, ou à A21 de borla que é a mesma coisa.
4) Mandar os outros que nada têm a ver com esta salganhada pagar a conta.
Se as opções 3 e 4 lhe parecem uma aberração fico feliz de não estar sozinho e convido-o a assinar também esta petição. Estude bem este caso pois daqui a uns anos estaremos a falar nos mesmos termos sobre o TGV ou o novo aeroporto de Alcochete – o modelo de financiamento é exactamente o mesmo: endividamo-nos agora e depois alguém há-de pagar. Isto é o que acontece quando o “alguém” vai de férias.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
O programa de governo que devia ir a votos (2)
Descobri hoje que tenho, pelo menos, um querido leitor que gosta de heavy metal e que amavelmente partilhou o meu "programa de governo" com alguns colegas que foram criticos (surpresa, não estava nada à espera) de alguns pontos e que surgiram com estas questões:
1) "O imposto do tabaco faz falta porque danifica muito a saúde"
Mais uma vez, porque algumas pessoas têm dificuldade em ler, o exercicio que fiz é meramente contabilistico. Terminar com aqueles 4 ministérios (que são dos mais baratuxos que há) permitiria reduzir o IRS cobrado em 24% ou o IVA em 3% (isto nem é bem assim, a forma como é calculado o IVA permitiria um corte ainda maior mas estou a simplificar), acabar totalmente com o ISP (são menos 33 centimos por litro de gasóleo na bomba) ou, como eu disse, com o IT e o ISV.
Não podem escolher tudo, mas apenas uma das hipóteses. Quanto ao tabaco eu sei que a desculpa por detrás do imposto é os custos de saude acrescidos mas este importo é uma forma muito má de conseguir o efeito desejado. Então num sistema privado de saúde em que cada um tivesse o seu seguro não é lógico que um fumador vai pagar um prémio maior (tem mais probabilidades de ter problemas)? Se assim for, então poderemos concluir que se fizessemos uma coisa dessas o IT podia ser abolido (que é que fazemos agora com um tipo que ande sempre de viagem e compre o seu tabaco sempre no estrangeiro e depois adoece em Portugal?)
Ou seja, sim, posso concordar que enquanto o serviço de saude for publico o IT faça falta. Acho que é uma forma ineficiente de ir buscar os recursos e há formas melhores, mas se não achasse votaria PS ou PSD para poder ficar na mesma não é?
Penso que esta leitura que faço é generalizada, na sondagem ao lado ainda ninguém votou a favor da abolição do IT de entre as 4 probabilidades que este programa permitiria.
2) "Esse Nuno é um atrasado mental porque não dá valor à cultura"
Cada um lê o que quer, em lado nenhum eu disse que não dava valor à cultura, pelo contrário não só dou como pago por ela. Imaginemos que vêm os Metallica a Portugal dar um concerto, independentemente dos gostos de cada um se entendemos que musica é cultura então Metallica é cultura. Quem quer ir ver Metallica paga um bilhete, quem não quer ver não paga... somos todos felizes da vida.
Eu penso que ninguém critica o cenário em cima, é o mercado a funcionar (no sentido em que se os Metallica não venderem bilhetes não voltam cá e se os esgotarem da próxima vez que vierem usam um recinto maior). Agora vem a filarmónica das Caldas (sem ofensa à dita, se é que existe) tocar a Lisboa, tentam vender os bilhetes e não conseguem e o ministério da cultura tem muita pena deles e toca a cobrar impostos para ajudar a filarmónica das Caldas.
Eu não digo que a filarmónica não seja cultura, digo apenas que é cultura que ninguém quis ver em Lisboa (pois se quisessem os bilhetes teriam vendido e não precisavam de subsidio). Ora se ninguém os quer ver porque é que o ministério os subsidia para virem a um local onde ninguém os quer ver (ou existe um número pequeno de pessoas que não estão dispostas a pagar o vencimento e os custos de deslocação dos artistas)?
Porque é que é justo apoiar a filarmónica das Caldas e não os Metallica? Se disserem que é por os outros trabalharem maioritariamente fora de Portugal então a pergunta pode ser porque é que o Felipe la Féria tem de vender bilhetes enquanto outros podem viver de subsidios?
Porque é que alguns actores têm que fazer novelas de que não gostam para comer enquanto outros ficam em salas de teatro vazias a receber subsidios evitando trabalhos de que gostam menos?
É que subsidiar a cultura é isto amigos. E é precisamente o respeito que tenho pela cultura que me faz querer acabar com tal ministério e deixá-la nas mãos de quem percebe muito mais de cultura e arte do que eu: os artistas.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Sondagem Inflaccionista
No espiritio do post anterior peço que os leitores votem na nova sondagem Inflaccionista e opinem sobre o programa de governo.
Resultados da sondagem anterior:
O pior da crise já passou?
Claro: 20%
Nem Pensar: 66%
Estou um pouco confuso: 13%
O programa de governo que devia ir a votos
Já aqui tinha deixado uma análise crítica ao programa de governo do PSD. Hoje, em conversa com um colega surgiu o repto de tentar fazer algo melhor e pensei porque não? Afinal de contas fazer pior que os partidos de poder seria difícil se é que não seria mesmo impossível e parto com duas vantagens importantes:
1)Não vou a votos, portanto nada tenho a perder. Não estou aqui para agradar mas sim para ajudar a visualizar um novo, e melhor, rumo para todos. O pior que me pode acontecer é levarem-me a sério e colocarem em prática estas medidas... o que era bom.
2)Eu compreendo que os recursos são limitados e não caiem do céu, ao contrário, infelizmente, da nossa classe politica.
O exercício acaba por ser mais uma manobra de números apresentados no ultimo orçamento de Estado. Pretendo não dar mais mama aos portugueses mas sim mostrar o que se pode ganhar retirando funções e poderes ao Estado. Pode ser um exercício supérfluo mas espero que gostem. Por onde começar?
Para quem não sabe o Governo Português é constituido por 15 ministérios. Comecei por reduzi-los a 11 poupando cerca de 2200 milhões de euros. O que vos dou, meu povo, em troca? É à escolha do freguês até posso colocar várias opções a referendo (ao contrário do pseudo-engenheiro eu faço mesmo referendos) para ver se em Portugal se consegue instaurar uma democracia directa dando mais poder e responsabilidade aos cidadãos e removendo ao Estado (eu sei que é um conceito retrógrado mas que fazer? Aqueles bárbaros da Suíça pegam-me estas ideias). Das várias opções deixo-vos escolher o seguinte:
1)Baixar o IVA para 16%
2)Acabar com o ISP (a ver se deixam de chatear a GALP que já não vos posso ouvir)
3)Acabar com o imposto sobre o tabaco e sobre os veículos (IT e ISV)
4)Devolver 24% do IRS cobrado
Parecem-vos propostas interessantes? Querem aqui o Nuneco para primeiro ministro? Estão cheios de medo que eu vá cortar na saúde e nas pensões dos velhinhos? Eu sei que estão mas os sacrificios que eu vos vou pedir são outros... eis os ministérios que eu vou extinguir.
1)Ministério da Cultura (158 milhões)
Os impostos não financiarão projectos culturais. Em vez disso terei uma reunião com os “artistas” da nossa praça onde explicarei minuciosamente uma nova forma de financiamento que eles poderão usar livres de qualquer interferência do Estado. Dei-lhe o nome original de “cobrar bilhete” nomeadamente a pensar no pessoal da dança, do teatro e do cinema mas que alguns poderão apelidar de “vender o material” se por exemplo estivermos a falar de pintores, escultores ou escritores.
Quem gosta de arte paga, quem não gosta escusa da financiar por meio de impostos.
2)Presidência do Concelho de ministros (208 milhões)
Visto que serei eu o primeiro ministro eleito caberá a mim o esforço de viver sem este órgão vital da democracia portuguesa que consiste em arranjar-me assessores. Eu sei que isto vai fragilizar a minha base de apoio político mas espero convencer-vos com a devolução do IRS.
3)Ministério da Economia e Inovação (150 milhões)
Nem tanto pelo valor, é mais uma questão de principio. Desta forma é enviada uma mensagem clara ao mercado de que o Estado não tem nenhum interesse na economia e que a inovação é algo que está a cargo deles (na verdade o Estado não inova em nada, isto são meros subsidios para os “pet projects” do primeiro ministro que todos temos que financiar). Oficializo a separação entre o Estado e a Economia e ainda poupo 150 milhões de euros aos portugueses... bom negócio.
4)Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (1736 milhões)
E agora sim consigo ouvir os vossos uivos assim que leram “Ensino Superior”. Primeiro que tudo todo o ensino deve ser privatizado, só assim podemos garantir a independência das escolas e que os currículos leccionados são algo que acrescentam valor ao aluno e não mera doutrina que é empinada de acordo com as linhas orientadores de qualquer ministério. Mas eu sei que isto é difícil de engolir e como temos que começar por algum lado penso que é melhor neste caso começar pelo topo – o ensino superior.
O que se perde? Educação superior financiada por todos. Acabam as Universidades? Não ,apenas terão de ser financiadas pelos alunos ou por quem tenha interesse na sua educação. “Ah e tal mas a educação tem de ser gratuita para todos!” dizem vocês. E porquê? Portugal todos os anos forma milhares de licenciados que não encontram emprego. De todos os alunos que vão para o ensino superior, metade não termina os seus cursos. Da metade que consegue terminar há outra metade que fica desempregada. Ou, por outras palavras, por cada euro gasto no Ensino superior aproveitam-se 25 cêntimos.
Se um aluno interessado em tirar um curso de Belas Artes (que como todos sabemos tem uma grande probabilidade de aplicar os seus conhecimentos no mercado de trabalho) tiver que pagar integralmente pelo seu custo será que o tira? Alguns sim, outros não. Os que não tiram entrarão no mercado de trabalho e comercializarão as suas capacidades sem gastar dinheiro aos contribuintes enquanto que aqueles que optarem por tirar o curso encontrarão mais probabilidades de emprego (menos concorrentes) e não custarão nada ao povo português.
Mas eu continuo a ouvir gritos dos meus leitores “Ah mas o país precisa de trabalhadores formados em XPTO senão não avança!”. A ser verdade quer dizer que estes trabalhadores estarão a ser pagos acima da média. Ora num caso destes faz todo o sentido para o estudante pedir um empréstimo que pague as propinas para mais tarde, quando trabalhar nesse sector bem remunerado, pagar o empréstimo e ter um bom nível de vida. Repare-se que o principal beneficiado de tirar este curso é o aluno. Porque devem os outros financiar um beneficio que não é seu?
Ainda há ali mais uma voz no canto da sala que pergunta “Então e alguém que queira tirar o curso por uma questão de cultura geral ou de realização pessoal?”. Mais uma vez está no direito de tirar o curso desde que o pague, se não tiver recursos então terá que primeiro trabalhar por eles para mais tarde os aplicar na sua formação. Porque devem os outros portugueses trabalhar para a “realização pessoal” de alguns, se calhar, à custa da sua própria realização pessoal? O que é que faria com aqueles 24% extra do IRS? Umas férias? Uma entrada para um carro ou uma casa? Algo que satisfizesse a sua “realização pessoal”? Porque é que aqueles que trabalham para a sua realização pessoal devem ser sacrificados para os que não o fizeram? Só porque alguém decidiu não tirar um curso superior é menos digno da felicidade?
E é este o programa para o primeiro ano de governo. Se houver interesse publicarei a seu tempo o programa para o segundo ano.
PS: Do lado esquerdo está uma sondagem para opinar sobre este "programa".
É liberal?
Descubra, faça este pequeno teste.
Aqui o vosso estimado autor é 90% liberal. Qual foi a pergunta sobre a qual eu discordei com os autores do teste?
"It is wrong for democratic nations to overthrow foreign dictators?". Eu disse que não, que não achava errado. Por outro lado não acho que seja uma obrigação moral os países "livres" libertarem os menos livres mas também não acho que possam ser condenados por o fazerem.
E não, não estou a fazer paralelos com o Iraque nem acho que tenha sido uma boa ideia invadir tal nação.
Pensamento do dia
Hoje fizeram-me relembrar um texto de Ayn Rand sobre a revolta estudantil em Berkeley. O original, que é leitura interessante, pode ser encontrado no livro Capitalism: The Unknown Ideal e dá pelo nome de "The Cashing-In: The Student Rebellion".
Fica um pequeno excerto para refletir.
As a cultural-intellectual power and a moral ideal, collectivism died in World War II. If we are still rolling in its direction, it is only by the inertia of a void and the momentum of disintegration. A social movement that began with the ponderous, brain-cracking, dialectical constructs of Hegel and Marx, and ends up with a horde of morally unwashed children stamping their foot and shrieking: “I want it now!”—is through.
Novamente nos 1000
O ouro chegou hoje novamente aos 1000 dolares americanos por onça. Qualquer que seja o caminho que o metal amarelo leva a partir daqui (uma zona delicada) não pode ser negado o papel que teve até agora durante toda a crise financeira como "seguro", enquanto, desde Setembro de 2007, a maior parte dos activos estão em queda o ouro mantém-se acima desse nível.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Diz que disse
Sócrates acusou este fim de semana Manuela Ferreira Leite de ser a mais "neo-liberal" de sempre à frente do PSD. Antes fosse verdade, talvez valesse a pena ir votar mas tendo em conta a realidade das duas uma: ou o PSd é socialista (como o nome indica) ou MFL tem uma agenda secreta para comer empresas publicas ao pequeno almoço.
Qual das duas é mais provável?
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Ordenado minimo
O Caldeirão de Bolsa anda com uma discussão de rir à gargalhada despegada nos ultimos dois dias. Tudo começou quando alguém sugeriu que o problema de Portugal se resolvia com um decreto-lei que colocasse o ordenado mínimo a 1000 euros.
Para quem não conhece os argumentos contra o ordenado minimo aconselho a ler a (longa mas divertida) discussão onde apresento alguns argumentos que infelizmente não atingiram uma audiência racional, enfim, o pior cego é aquele que não quer ver.
Durante a discussão cheguei no entanto a um conjunto de países, com backgrounds diferentes, que não têm qualquer lei de ordenado mínimo e era isso que queria partilhar aqui com os leitores do Inflaccionista, entre parenteses estão as respectivas taxas de desemprego. Mais de metade destes países têm uma taxa de desemprego que se pode considerar residual, da outra metade todos têm uma taxa de desemprego inferior à portuguesa com a excepão dos EAU... até a Islândia onde são bem conhecidas as dificuldades recentes.
Austria (4.3)
Dinamarca (3.7)
Egipto (8.7)
Finlandia (8.5)
Alemanha (8.3)
Islandia (9.1)
Italia (7.4)
Liechenstein (1.5)
Malasia (3.5)
Noruega (3.1)
Singapura (3.3)
Suiça (3.6)
Emirados Arabes Unidos (12.7)
Quer sejam contra ou a favor do ordenado minimo, ou até que nunca tenham formulado uma opinião sobre o assunto acho que é uma bom tema de reflexão.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Quanto mais devo mais rico sou
Não deve demorar muito para os governantes portugueses replicarem este mantra do congressista Pete Stark: Quanto mais devemos mais ricos somos.
Quando confrontado com uma pergunta simples como: "Porque é que em vez de pedir emprestado 1 bilião não pede logo um trilião para ser mais rico?" em vez de explicar a sua teoria o congressista ameaça atirar o reporter pela janela.
Como se pode ver pela imagem a gravação já é antiga mas a mentalidade é moderna.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
O programa do PSd
Acabei de ler, na diagonal, a primeira parte do programa eleitoral do PSd. Deixo aqui a minha primeira análise, em bruto e ainda por digerir, dos pensamentos que me vieram à cabeça quando li o que ali estava escrito. Ainda nem cheguei à parte da solidariedade e não consigo perceber o que é que pode levar alguém que tenha lido este programa a pensar que o PSd põe em causa o que quer que seja. A unica coisa em causa são os boys do PS que se arriscam a ser trocados pelos do PSd... mas isso já aqui tinha explicado.
Em baixo ficam os tais pensamentos soltos que tive ao ler a parte inicial do programa e que ficam em jeito de continuação de alguns comentários que tenho feito n'O Insurgente. Amanhã talvez haja mais.
Economia:
1.2) "Aumentar a percentagem da população portuguesa com ensino secundário e universitário."
Dito assim parece que um curso superior é um objectivo em si mesmo. MFL que tanto diz ter ouvido os portugueses deve ter ficado tão cheia de balelas que nem consegue ver a realidade. Basta olhar à volta e ver se o que o país precisa é de mais engenheiros técnicos com cursos de fim de semana ou de pessoas que saibam trabalhar a sério. Quando foi a ultima vez que teve dificuldades em encontrar um licenciado em historia de artes? (são umas quantas centenas formados todos os anos) E foi fácil arranjar um mecânico competente da ultima vez que tentou?
Fosse MFL um pouco menos socialista e retiraria esta frase do seu programa. São as pessoas que têm de decidir se um curso superior é bom ou não para elas. Não devem ser criados falsos incentivos pelo Estado para as pessoas tomarem esta formação para mais tarde sentirem que perderam 5 anos da sua vida e fazerem parte das estatísticas dos licenciados desempregados enquanto eu não encontro quem me arranje uma fechadura a um sábado de manhã.
1.3) "O Estado deve actuar para promover a concorrência na generalidade dos sectores produtivos, mesmo nos dominados por empresas ou entidades públicas."
O estatismo de MFL continua a querer "actuar" na economia. Quando alguém do arco do poder perceber que faz mais mal do que bem este tipo de disparates o país estará pronto para avançar... até lá para socialistas já temos o PS original, não são precisas copias mal feitas. Todos os pontos descritos debaixo desta frase inicial são propositadamente vagos, sem nos percebermos muito bem a que se refere nem as formas que vai utilizar para "forçar a concorrência". A única coisa aparentemente certa é que um órgão do Estado, a autoridade da concorrência, vai ter mais poder.
1.4) "O Estado tem de criar condições de confiança, favoráveis ao investimento e às exportações."
Mais uma vez discordamos porque a única coisa que o Estado precisa de fazer é sair da frente e deixar as empresas trabalharem. Fala muito aqui de mamar na teta da UE e mais uma vez "promover directamente as exportações" o que, provavelmente, quer dizer que o dinheiro dos meus impostos vão ser canalizados para campanhas publicitárias gratuitas para as empresas que MFL entender que merecem ou não. O Bloco de Esquerda não faria pior.
1.6) "A política económica deve orientar-se para facilitar actividade das empresas, e em especial a das PME."
Porquê é que as PMEs devem ser beneficiadas à custa das restantes empresas e pessoas singulares? Porque são muitas, populares e dão votos. Até garante que se também ganhar as autárquicas haverá uns tachos a distribuir através dos "concursos de investimentos públicos de proximidade". Bom para eles.
1.7) "O governo centrou a sua política no apoio aos desempregados de longa duração, aos jovens e aos desempregados com mais de 55 anos, o que, sendo necessário e devendo manter-se, é claramente insuficiente"
O PSd pretende portanto não só continuar a politica do coitadinho mas reforçá-la. Que original! Além de querer dar mais subsídios por mais tempo (tudo temporário é claro, mas isso aliás todos sabemos que é temporário porque até isto falir não falta muito) quer também interferir directamente no mercado de trabalho alterando as contribuições que os patrões pagam pelos trabalhadores em alguns casos. Ora ou faz para todos ou não faz para ninguém, é uma questão de principio. Porque deve um jovem ter benefícios fiscais que não estão disponíveis para quem tem 40 ou 50 anos? Porque vale a vida de um jovem mais do que a de um velho? Foi algum estudo interno do PSd que revelou que para se ganhar as legislativas é preciso o "voto jovem"?
1.8) "É fundamental que o Banco de Portugal seja eficaz na sua actividade de supervisão."
O PSd não viu o desastre que foi o Banco de Portugal, mais importante que isso é, para o PSd, manter o status quo e fazer de conta que a banca nacional não tem problemas, que tudo se resolve e quem sabe, que o fundo de garantias sirva para alguma coisa na realidade (sem ser brincar à divida publica). Longe de querer acabar com o banco central o PSd promete uma revisão das regras sobre as quais esta instituição se rege. Num partido destes isto apenas pode significar mais poder para o BdP e mais asneiras para esta organização cometer e os portugueses financiarem.
1.9) A "politica de verdade" mostra a verdadeira treta. Consegue falar em reduzir as despesas do Estado sem nunca falar na função publica... a honestidade ficou em casa para dar lugar ao politicamente correcto.
1.11) "só procederemos a uma redução de impostos quando a situação das finanças públicas o permitir."
Ou seja, é para continuar a roubar. Não ponho em causa a situação financeira do país mas se MFL quer convencer Portugal que a situação vai ser resolvida através da carga fiscal ou é mentirosa ou é louca.
1.12) "O próximo Governo do PSD adoptará medidas no sentido de fomentar a poupança nacional, não só do Estado como das empresas e das famílias."
Giro, vai fazer tudo para fomentar a poupança menos baixar os impostos para os portugueses terem mais o que poupar. Brincadeiras...
1.13) "Lançaremos um conjunto de programas que promovam o desenvolvimento de novas indústrias e serviços da economia do futuro, em sectores como as comunicações, a energia [...]"
Ou seja, vão continuar a gastar os recursos de todos a tentar redireccionar esses recursos para sectores que o Estado acha que são prioritários criando assim as ineficiências que tanto criticam ao PS. Mais uma vez podemos ver que a diferença entre PS e PSd não é de principio mas sim de pormenores que não interessam ao menino Jesus.
1.14) "Há que fomentar a criatividade e a inovação nas empresas."
Depois de tudo isto o PSd de Manuela Ferreira Leite também é função do Estado ir às empresas e ajudá-las a ser criativas. Isto promete... mais uma vez isto vai ser feito à custa de uns para financiar os outros. Se a sua empresa fizer coisas de que o PSD goste então tirá direito ao trabalho dos outros, se pelo contrário o que fizer não for do interesse do Estado então trabalhará apenas para financiar o que Manuela Ferreira Leite lhe apetecer. Mais uma vez a questão que mais interessa aos portugueses não é a politica em si mas em vez disso informarem-se dos gostos de Sócrates e de Ferreira Leite para saberem em quem votar pois só assim poderão proteger a sua propriedade.
1.15) A febre da energia ainda anda no PSD, mesmo depois dos descalabros conhecidos mesmo aqui ao lado na vizinha Espanha. Enfim... se fosse isto que movesse os portugueses votavam todos n'Os Verdes.
1.16) "Criaremos um quadro de apoio à instalação de jovens empresários rurais"
OU seja, se tiver menos de 35 anos e for para o campo fazer uma actividade economicamente ineficiente não se preocupe que alguém há-de ser taxado para o sustentar.
1.17) Se em vez de ir para o campo for para o mar pode estar descansado que também lhe damos dinheiro.
1.18) "Criaremos uma estratégia agressiva de promoção de Portugal no exterior como destino turístico"
Ou, por outras palavras, continuaremos a cobrar impostos para pagar a publicidade que devia ser feito pelos operadores turísticos que coitadinhos não podem ser eles a tomarem conta de si.
1.19) "A nossa política de investimento público é radicalmente diferente da que tem vindo a ser seguida"
Em vez de arruinar o país com duas ou três obras como o TGV ou o novo aeroporto o PSD compromete-se a fazê-lo através de uma enorme quantidade de pequenas obras publicas garantindo assim que não só podem mamar mais empresas de construção como os espólios das eleições legislativas poderão ser partilhados com um grande número de autarcas do PSD.
PS: A numeração utilizada nos comentários é referente aos mesmos pontos apresentados no programa. Assim a frase assinalada como 1.19 refere-se à secção 1, parágrafo 19 do programa de Governo do PSd.